15 de março de 2011

Kenneth Wapnick


Pergunta 24:
Um Curso em Milagres parece aludir à reencarnação. Se nós realmente não morremos, mas em vez disso apenas “abandonamos esse corpo”, nós retornamos em outro corpo ou continuamos nossas lições em outro nível?

R: Sim, no Curso, Jesus parece aludir à reencarnação. Mas, para entender o que ele está dizendo, e para nos dirigirmos à sua pergunta, precisamos nos lembrar de que no Curso, ele está sempre falando conosco no nível da mente, que é o único nível onde qualquer aprendizado verdadeiro acontece. E, especificamente, ele está falando àquela parte de nossas mentes que tem que escolher entre o ego e o Espírito Santo, entre o ódio e o amor, entre a morte e a vida.

Mas lembra-te de que a compreensão é da mente, e só da mente (T-15.VI.7:5).

Ele nos diz no Curso que essa “vida” é um sonho, que o mundo é uma ilusão, que o corpo não morre porque não vive (T-10.IV.C.5:2-5), e que nossa experiência do tempo é simplesmente uma parte dessa ilusão. Nosso “sonho” sempre e apenas reflete a escolha que nós fizemos ou pelo propósito do ego de reforçar nossa culpa e crença na separação, ou pelo propósito de perdão e de desfazer a crença na separação, do Espírito Santo. Portanto, a forma do sonho nunca importa, e, quando essa forma muda, o aprendizado, ou a escolha, continua na mente.

Então, quando estivermos lendo uma passagem que pareça implicar na reencarnação, poderíamos entendê-la não apenas no nível da nossa experiência dentro do sonho, mas também como a ideia de revisitar a ausência de perdão. Talvez seja útil pensar em sonhos “simultâneos”, ou usar o modelo de um holograma, onde o todo é encontrado em cada parte. Quando a mente “revisita” sonhos ou aspectos do holograma, isso poderia ser visto como experienciar diferentes “existências”.

Jesus nos diz no manual que uma crença no conceito da reencarnação não é um requisito para o seu Curso. De fato, ele diz que ela só é valiosa na extensão em que for “útil” ou um conforto para seus estudantes.

Em última instância, a reencarnação é impossível. Não há passado ou futuro e a ideia de nascimento em um corpo não tem significado nem uma, nem muitas vezes. A reencarnação, então, não pode ser verdadeira em nenhum sentido real (M-24.1:1-3).

A reencarnação não deveria, em nenhuma circunstância, ser o problema com o qual se deve lidar agora... No entanto, é certo que o caminho para a salvação pode ser achado por aqueles que acreditam na reencarnação e por aqueles que não acreditam. Por conseguinte, essa ideia não pode ser considerada essencial para o currículo. Há sempre algum risco em ver o presente em termos do passado. Sempre há algum bem em qualquer pensamento que reforce a ideia de que a vida e o corpo não são a mesma coisa (MP-24.2:1,5-8).

Quando podemos aceitar o fato de que o tempo não é linear, o conceito da reencarnação se torna sem significado. Mas, enquanto acreditarmos que somos indivíduos separados, as lições continuam em qualquer forma que possamos aceitar e entender, até que realmente aprendamos que nossa realidade é espírito e que sempre estivemos “... em casa em Deus, [apenas] sonhando com o exílio” (T-10.I.2:1). Nessa aceitação da Expiação para nós mesmos, todo o sonho termina.

Tradução: Eliane Oliveira - Grupo MERA. - Fonte

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