28 de dezembro de 2012
24 de dezembro de 2012
Natal: um mito cristão verdadeiro
Leonardo Boff*
Há poucas semanas, com pompa e circunstância,
o atual papa mostrou-se novamente teólogo ao lançar um livro sobre a Infância
de Jesus. Apresentou a versão clássica e tradicional, que vê naqueles relatos
idílicos uma narrativa histórica. O livro deixou os teólogos perplexos, pois a
exegese bíblica sobre estes textos, já há pelos menos 50 anos, mostrou que não
se trata de um relato histórico, mas de alta e refinada teologia elaborada
pelos evangelistas Mateus e Lucas (Marcos e João nada falam da infância de
Jesus) para provar que Jesus era de fato o Messias, o filho de Davi e o Filho
de Deus. Para esse fim, recorrem a gêneros literários que se apresentam como
histórias mas que de fato são recursos
literários, como, por exemplo, os magos do Oriente (representando os pagãos), os pastores
(os mais pobres e considerados pecadores
por estarem às voltas com animais), a Estrela e o anjos (mostrando o caráter divino de Jesus), Belém
que não seria uma referência geográfica mas um significado teológico, lugar de
onde viria o Messias, diferente de Nazaré, totalmente desconhecida, onde Jesus
provavelmente teria nascido de fato. E assim outros tópicos como detalhadamente analiso em meu Jesus Cristo
Libertador (capitulo VIII).
Podemos dizer que face aos relatos tão
comovedores do Natal estamos diante de um grandioso mito, entendido
positivamente como os antropólogos o fazem: o mito como a transmissão de uma verdade tão profunda que somente a
linguagem mítica, figurada e simbólica é adequada para expressá-la. É o que o
mito faz. O mito é verdadeiro quando o sentido que quer transmitir é
verdadeiro e ilumina toda a comunidade. Assim o Natal é um mito cristão
cheio de verdade.
Nós hoje usamos outros mitos para mostrar a
relevância de Jesus. Para mim é de grande significação um mito antigo, que a
Igreja aproveitou na liturgia do Natal para revelar a comoção cósmica face ao
nascimento de Cristo. Ai se diz: ”Quando a noite estava no meio de seu
curso e fazia-se profundo silêncio:
então as folhas que farfalhavam pararam como
mortas; então o vento que sussurrava, ficou parado no ar; então o galo
que cantava parou no meio de seu canto; então as águas do riacho que corriam se
paralisaram; então as ovelhas que pastavam ficaram imóveis; então o pastor que
erguia o cajado para golpeá-las ficou petrificado; então nesse momento tudo
parou, tudo silenciou, tudo se suspendeu porque nasceu Jesus, o salvador da
humanidade e do universo”.
O Natal
nos quer comunicar que Deus não é aquela figura severa e de olhos penetrantes
para perscrutar nossas vidas. Não. Ele
surge como uma criança. Ela não julga; só quer receber carinho e
brincar.
Eis que do presépio me veio uma voz que me
sussurou: ”Oh, criatura humana,
por que tens medo de Deus? Não vês que sua mãe enfaixou seu corpinho frágil?
Não percebes que ela não ameaça ninguém? Nem condena ninguém? Não escuta o seu
chorinho doce? Mais que ajudar, ela precisa ser ajudada e coberta de carinho;
não sabes que ele é o Deus-conosco-como nós?”. E ai já não
pensamos mais mas damos lugar ao coração que sente, se compadece e ama. Poderíamos fazer outra coisa diante de uma
criança, sabendo que é o Deus humanado?
Talvez ninguém tenha escrito melhor sobre o
Natal que o poeta português Fernando Pessoa: ”Ele é a eterna criança, o Deus que faltava. Ele é o divino que sorri e
que brinca. É a criança tão humana que é divina”.
Mais tarde transformaram o Menino Jesus no
São Nicolau, no Santa Claus e, por fim, no Papai Noel. Pouco importa, porque,
no fundo, o espírito da bondade, da proximidade e do Presente divino está lá.
Acertado foi o editorialista Francis Church, do jornal The New York Sun, de
1897, respondendo a uma menina de 8 anos, Virgínia, que lhe escreveu: “Prezado
editor: me diga de verdade, o Papai Noel existe?”. E ele sabiamente
respondeu:
“Sim, Virgínia, Papai Noel existe. Isto é tão
certo quanto a existência do amor, da generosidade e da devoção. E você sabe
que tudo isto existe de verdade, trazendo mais beleza e alegria à nossa vida.
Como seria triste o mundo se não houvesse o Papai Noel! Seria tão triste quanto
não existir Virgínias como você. Não haveria fé das crianças, nem a poesia e a fantasia
que tornam nossa existência leve e bonita. Mas para isso temos que aprender a
ver com os olhos do coração e do amor. Então, percebemos que não há nenhum
sinal de que o Papai Noel não exista. Se existe o Papai Noel? Graças a Deus,
ele vive e viverá sempre que houver crianças grandes e pequenas, que aprenderam
a ver com os olhos docoração”.
Nesta festa, tentemos olhar com os olhos do coração, pois todos fomos
educados a olhar com os olhos da razão. Por isso somos frios. Hoje
vamos resgatar os direitos do coração: deixar-nos
comover com nossas crianças, permitir que sonhem, e nos enchermos de
estremecimento diante da Divina Criança que sentiu prazer e alegria ao decidir
ser um de nós.
* Leonardo Boff, teólogo e filósofo, é
escritor. - lboff@leonardoboff.com
www.cuidebemdevoce.com
5 de dezembro de 2012
Ou você é completo ou não é...
“Dizem que o espírito é criado simples e
ignorante, mas quem é assim é o ego. Ele nasce assim.
A ILUMINAÇÃO NÃO TEM NÍVEIS; OU VOCÊ É COMPLETO OU NÃO É.
Lembre-se de que todo vislumbre no sonho é temporário. Não importando o quanto alguma coisa o atraia, sua natureza transitória é infortunadamente pálida em comparação à gloriosa permanência do Céu.
BUSQUE O QUE É REAL, EM VEZ DA IMITAÇÃO DO MUNDO, E ESTARÁ TOMANDO AS DECISÕES MAIS SABIAS.
A ILUMINAÇÃO NÃO TEM NÍVEIS; OU VOCÊ É COMPLETO OU NÃO É.
Lembre-se de que todo vislumbre no sonho é temporário. Não importando o quanto alguma coisa o atraia, sua natureza transitória é infortunadamente pálida em comparação à gloriosa permanência do Céu.
BUSQUE O QUE É REAL, EM VEZ DA IMITAÇÃO DO MUNDO, E ESTARÁ TOMANDO AS DECISÕES MAIS SABIAS.
Um sonho de imperfeição não é uma imperfeição
real. Um sonho é um sonho, não uma parte efetiva da realidade.
DEUS NÃO CRIOU O SONHO; VOCÊ MESMO O CRIOU DENTRO DO SEU PRÓPRIO SONHO.
Quando você desperta de uma desilusão, ela simplesmente se desvanece, e você pode continuar com sua vida, nesse caso, sua vida real. Quando suas lições de perdão estiverem completas, então, mais nenhuma traço de culpa vai permanecer na sua mente inconsciente.
Nesse ponto, VOCÊ VAI ROMPER O CICLO DO NASCIMENTO E MORTE, E NUNCA MAIS VAI SONHAR QUE ESTÁ INDO PARA DENTRO DE UM CORPO OUTRA VEZ. ESSE É O FIM DA REENCARNAÇÃO.”
DEUS NÃO CRIOU O SONHO; VOCÊ MESMO O CRIOU DENTRO DO SEU PRÓPRIO SONHO.
Quando você desperta de uma desilusão, ela simplesmente se desvanece, e você pode continuar com sua vida, nesse caso, sua vida real. Quando suas lições de perdão estiverem completas, então, mais nenhuma traço de culpa vai permanecer na sua mente inconsciente.
Nesse ponto, VOCÊ VAI ROMPER O CICLO DO NASCIMENTO E MORTE, E NUNCA MAIS VAI SONHAR QUE ESTÁ INDO PARA DENTRO DE UM CORPO OUTRA VEZ. ESSE É O FIM DA REENCARNAÇÃO.”
(Sua Realidade Imortal-Gary Renard)
__________
Karma e simultaneidade do tempo…
Muitos defensores da reencarnação acreditam muito firmemente que uma doença numa vida tem MUITO FREQUENTEMENTE suas raízes numa existência passada e que a regressão reencarnacional é, portanto, necessária para revelar as razões para muitas doenças ou dilemas atuais.
Também há uma versão estereotipada de karma
que pode acompanhar esta linha de crenças. Consequentemente, você pode ser
punido nessa vida por erros que tenha cometido numa vida passada, ou pode estar
corrigindo um erro cometido há milhares de anos.
Novamente, todas as existências
reencarnacionais estão, realmente, conectadas – mas os eventos numa vida NÃO CAUSAM os eventos na
próxima.
Devo lembrar-lhe, mais uma vez, que todo o
tempo acontece simultaneamente, de modo que a crença confusa sobre a punição
agora, em retaliação pela ação passada é realmente sem sentido, já que num
tempo simultâneo todas as ações estariam ocorrendo ao mesmo tempo.
8 de novembro de 2012
Quem tem necessidade de brinquedos a não ser as crianças?
Os Brinquedos Esfarrapados da Terra
“... Tu estás apenas sonhando e os ídolos são
brinquedos com os quais sonhas que estás brincando.
Quem tem necessidade de brinquedos a não ser as
crianças?
Elas fingem que governam o mundo e dão aos seus
brinquedos o poder de se locomoverem, de falarem e de pensarem, de sentirem e
de falarem por elas.
Entretanto, tudo aquilo que os seus brinquedos
aparentemente fazem está nas mentes das crianças que com eles brincam.
Mas elas anseiam por esquecer que elas próprias
inventaram o sonho no qual os seus brinquedos são reais, e não reconhecem que
os desejos que eles têm são os seus próprios.
Pesadelos são sonhos de crianças.
Os brinquedos se voltaram contra a criança que
pensou tê-los feitos reais.
No entanto, é possível um sonho atacar?
Ou é possível um brinquedo crescer e tornar-se
perigoso, ameaçador e selvagem?
Nisso a criança acredita, porque tem medo de seus
pensamentos e os atribui aos brinquedos em vez de a si mesma.
E a realidade deles vem a ser a sua realidade,
porque parecem salvá-la de seus pensamentos.
Contudo, eles mantêm os seus pensamentos vivos e
reais, só que vistos fora dela, onde podem voltar-se contra ela, pela traição
que ela faz a eles.
Ela pensa que necessita deles para poder escapar
dos próprios pensamentos porque pensa que os seus pensamentos são reais.
E assim ela faz de qualquer coisa um brinquedo,
para fazer com que o seu mundo permaneça fora dela e brincar de ser apenas uma
parte dele.
Há uma época em que a infância deveria passar e
acabar para sempre.
Não busques reter os brinquedos das crianças.
Põe todos de lado, pois já não necessitas deles”. (UCEM-LT-Cap.29.IX.4:5-14)
“Aqui o sonho da separação começa a murchar e desaparecer. Pois
aqui a brecha que não existe começa a ser percebida sem os brinquedos de terror
que tu fizeste. Não mais do que isso é pedido. Fica contente, de fato, porque a
salvação pede tão pouco, não tanto. Ela nada pede na realidade. E mesmo em
ilusões, ela apenas pede que o perdão seja o substituto do medo. Tal é a única
regra para os sonhos felizes”. (UCEM-LT-Cap.30.IV.8:1-7)
Sim, parece um paradoxo que a
libertação seja tão simples, mas tão difícil... A verdade é simples, mas não é
fácil. Compreendemos, mas há uma grande diferença entre compreendê-la e ter
disciplina mental para aplicá-la consistentemente.
Somente o resultado da prática pode
atestar, pois quanto mais se pratica, mais natural o perdão nos parece...
Podemos viver bons momentos aqui quando possível, e ir para nosso lar real ao
mesmo tempo, por ver o mundo de modo diferente.
(parte de texto, adaptado por mim de Sua Realidade Imortal de Gary Renard)
Assinar:
Postagens (Atom)