Ninguém pode sofrer perda a menos que seja por sua
própria decisão. Ninguém pode sofrer dor, exceto que a sua própria escolha opte
por esse estado. Ninguém pode ter aflição, nem medo, nem pensar que está
doente, a menos que esses sejam os resultados que quer. E ninguém morre sem o
próprio consentimento. Nada ocorre que não represente o teu desejo e nada do
que escolhes é omitido. Eis aqui o teu mundo, completo em todos os detalhes.
Eis aqui toda a sua realidade para ti. E é só aqui que está a salvação.
Podes acreditar que essa posição seja extrema e por
demais abrangente para ser verdadeira. Mas, pode a verdade ter exceções? Se
tens a dádiva de tudo, pode a perda ser real? Pode a dor ser parte da paz ou o
pesar parte da alegria? Podem o medo e a doença entrar na mente onde habitam o
amor e a santidade perfeita? A verdade tem que abranger tudo, se é que é a
verdade. Não aceites opostos ou exceções, pois fazê-lo é contradizer
inteiramente a verdade.
A salvação é o reconhecimento de que a verdade é
verdadeira e de que nada mais é verdadeiro. Isso já ouviste antes, mas podes
ainda não aceitar ambas as partes. Sem a primeira, a segunda não tem
significado. Mas sem a segunda, a primeira já não é verdadeira. A verdade não
pode ter opostos. Nunca é demais dizer e pensar nisso. Pois, se aquilo que não
é verdade for tão verdadeiro quanto aquilo que é verdadeiro, então, uma parte
da verdade é falsa. E a verdade perdeu o seu significado. Nada além da verdade
é verdadeiro e aquilo que é falso é falso.
Essa é a mais simples das distinções e, no entanto,
a mais obscura. Mas não porque seja uma distinção difícil de ser percebida. Ela
está oculta por trás de um vasto conjunto de escolhas que não aparentam ser
inteiramente tuas. E, assim, a verdade aparenta ter alguns aspectos que negam a
coerência, mas que não parecem ser apenas contradições introduzidas por ti.
Como Deus te criou, tens que permanecer imutável,
com estados transitórios que são falsos por definição. E isso inclui todas as
variações de sentimento, as alterações das condições do corpo e da mente, de
toda consciência e de todas as reações. Essa é a abrangência total que coloca a
verdade à parte da falsidade e pela qual o que é falso se mantém separado da
verdade, tal como é.
Não é estranho que acredites que pensar que fizeste
o mundo que vês é arrogância? Deus não o fez. Disso podes estar certo. O que
Ele pode saber do efêmero, do pecador e do culpado, do amedrontado, do sofredor
e solitário e da mente que vive dentro de um corpo que não pode deixar de
morrer? Estás apenas acusando-O de insanidade ao pensar que Ele tenha feito um
mundo em que tais coisas pareçam ter realidade. Ele não é louco. No entanto, só
a loucura faz um mundo como esse.
Pensar que Deus fez o caos, que Ele contradiz a Sua
Vontade, que inventou opostos para a verdade e permite, mesmo com sofrimento,
que a morte triunfe sobre a vida, tudo isso é arrogância. A humildade veria
imediatamente que essas coisas não são Suas. E podes ver o que Ele não criou?
Pensar que podes é meramente acreditar que podes perceber aquilo que a Vontade
de Deus determinou que não fosse. E o que poderia ser mais arrogante do que
isso?
Sejamos verdadeiramente humildes hoje e aceitemos o
que temos feito tal como é. O poder de decisão é nosso. Decide apenas aceitar o
teu lugar de direito como co-Criador do universo e tudo o que pensas ter feito
desaparecerá. Então, o que surgir na tua consciência será tudo o que sempre
foi, eternamente como é agora. E isso tomará o lugar dos auto-enganos feitos
apenas para usurpar o altar ao Pai e ao Filho.
Hoje, praticamos a verdadeira humildade, abandonando
a falsa pretensão com a qual o ego busca provar que ela é arrogante. Mas a
verdade é humilde ao admitir o seu poder, a sua imutabilidade e a sua
integridade eterna que tudo abrange, a dádiva perfeita de Deus para o Seu Filho
amado. Deixamos de lado a arrogância que nos diz que somos pecadores, culpados,
amedrontados e envergonhados do que somos; e, ao invés disso, ergamos os nossos
corações em verdadeira humildade para Aquele Que nos criou imaculados como Ele
próprio, no poder e no amor.
O poder de decisão é nosso. E aceitamos Dele aquilo
que somos e humildemente reconhecemos o Filho de Deus. Reconhecer o Filho de
Deus implica também em que todos os nossos auto-conceitos tenham sido postos de
lado e reconhecidos como falsos. A arrogância de cada um deles foi percebida.
E, na humildade, a radiância do Filho de Deus, a sua gentileza, a sua perfeita
impecabilidade, o Amor de seu Pai, o seu direito ao Céu e a liberação do
inferno, são alegremente aceitos como nossos.
Agora nos unimos reconhecendo com contentamento que
as mentiras são falsas e só a verdade é verdadeira. Pensamos apenas na verdade
ao levantarmos e passarmos cinco minutos praticando os seus caminhos,
encorajando as nossas mentes assustadas com o seguinte:
O poder de decisão é meu. Nesse dia aceitarei a mim mesmo como aquilo
que a vontade do meu Pai me criou para ser.
Em seguida, aguardaremos em silêncio, desistindo de
todos os auto-enganos, enquanto pedimos humildemente ao nosso Ser que Se revele
a nós. E Aquele Que jamais partiu virá novamente à nossa consciência, grato por
restaurar o Seu lar em Deus, como Lhe era destinado.
Espera por Ele pacientemente ao longo do dia e
convida-O a cada hora com as palavras com que começaste o dia, concluindo com
esse mesmo convite para o teu Ser. A Voz de Deus responderá, pois Ela fala por
ti e pelo teu Pai. Ela substituirá todos os teus pensamentos frenéticos pela
paz de Deus, os auto-enganos pela verdade de Deus e as tuas ilusões de ti mesmo
pelo Filho de Deus.
(Lição 152 –UCEM)
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