Estes presos
passaram mais de 240 horas meditando, sem se comunicar.
O resultado foi incrível
Um grupo de
detentos de um presídio de segurança máxima de Donaldson, no Alabama, passou
por um experimento curioso. Eles ficaram 10 dias meditando.
O tipo de meditação
que praticaram foi o Vipassana, que é uma técnica budista e existe há mais de
2500 anos. Para aprendê-la, é preciso passar por um retiro onde uma das regras
é o “Nobre Silêncio”. Ou seja, eles não podiam nem conversar entre eles.
A prática foi feita
dentro do próprio presídio, em um local improvisado.
Donaldson é um
conhecido por ser barra pesada: abriga os condenados à prisão perpétua e à pena
de morte no Estado do Alabama, é um dos que registra o maior índice de
violência entre detentos nos Estados Unidos e sofre com falta de estrutura e
pessoal.
É conhecido como “A Casa do Sofrimento” do sistema
prisional norte-americano.
A ideia de
trabalhar a meditação entre os presos foi do psicólogo Dr. Ron Cavanaugh. Ele
havia lido sobre essa experiência na Índia e resolveu testá-lo em território
norte-americano.
Visto inicialmente
com ceticismo entre os funcionários e os próprios presos, o experimento acabou
dando um resultado que ninguém esperava.
Depois dos 10 dias
houve uma mudança da água para o vinho no comportamento dos detentos. Um deles,
chefe de uma gangue e um dos homens mais violentos do presídio, passou a
aceitar melhor a prisão, abandonou a gangue e ficou mais calmo.
Outros que tinham
problemas como depressão, melhoraram o comportamento. Eles formaram um grupo
que passou a se ajudar mutualmente e a aceitar tanto os crimes que tinham
cometido, quanto a punição que era dada a eles.
Os depoimentos são impressionantes.
O documentário
Dhamma Brothers, disponível no Netflix, conta essa história. Eles acompanham o
pré experimento, o experimento e o pós.
O interessante é
que os documentaristas voltam ao presídio quatro anos depois do retiro que os
presos fizeram para avaliar se eles continuavam mudados.E a resposta foi
positiva.
TRAILER DO
DOCUMENTÁRIO:
Pedi à amiga Gui Driuzo que reside nos EUA
para comentar sobre o vídeo e aqui está abaixo.
Os cursos são gratuitos? Os instrutores e
trabalhadores do local são voluntários e o local é mantido com doações. Tem
curso na cidade de Monteiro Lobato em São Paulo, no Rio de Janeiro e também em
Brasília? Você se imagina ficar 10 dias sem falar? (Boa pergunta Gui!)
Sobre o documentário: muitos dos tópicos
que anotei são definições e explicações sobre a vipassana que estão no site
acima que te passei. Uma que anotei: Vipassana te coloca em contato com as
sensações do seu corpo (depressão, raiva, medo, insegurança, etc.) e te faz
perceber que essas sensações e' que estão ditando seu comportamento. Com ela
você aprende a não reagir a essas sensações e com isso seu comportamento se
modifica.
A ideia de levar a Vipassana para os
detentos foi do psicólogo da prisão. Depois de pesarem os pros e contras de uma
pratica budista num ambiente relativamente cristão, decidiram tentar. Os dois
instrutores de Vipassana se mudaram para dentro da prisão e foram morar numa
cela como qualquer outro detento enquanto organizavam o inicio do treinamento,
ou seja, eles se sujeitaram a viver num local completamente sem privacidade....
colocaram uma cortina na frente do vaso sanitário e decidiram encarar a
situação. No principio estavam apreensivos em fazer o programa com detentos tão
violentos, mas confiaram na proteção dos guardas da prisão.
Montaram o alojamento e a sala de
treinamento dentro do ginásio esportivo. Separaram a ala de vivencia da ala de
treinamento com cortinas e os presos se mudaram para lá por 10 dias. Ninguém entrava
e saia de la' com exceção dos instrutores e dos guardas da prisão, ou seja,
montaram uma prisão dentro da prisão. Entre os que expressaram o desejo de
participar, foram escolhidos os de pior comportamento e mais perigosos dentro
da prisão. Na maioria presos sentenciados com prisão perpetua sem direito a
recorrer.
Ao mesmo tempo que mostravam o participante
meditando, a historia de crime dele, da família, do julgamento ia sendo
mostrada. Alguns era de arrepiar. Mas como um advogado disse, a prisão era o
lar definitivo deles e eles tinham o direito de se sentir bem nela porque eles
não eram apenas assassinos, eram seres humanos também. A maioria tinha cometido
os crimes na juventude e por causa de drogas e já estavam na prisão há mais de
15 anos.
Nos 10 dias que ficaram confinados em
treinamento e pratica não podiam conversar uns com os outros e tinham que
seguir regras mais rígidas do que as da prisão. O treinamento começava com
todos sentados em posição de meditação. Faziam exercícios de respiração chamado
de Anapana e então vinha o cântico. Eles só ouviam e não cantavam. O cântico
estava na língua dos Indús e dizia: "Venha, oh povo do mundo. Andemos no
caminho da verdade. O caminho da verdade e' o caminho da paz. O caminho da
verdade e' o caminho da felicidade" .... e pelo que entendi, porque não
mostraram muito esta parte, eles ficavam meditando através de meditação guiada
para que eles encontrassem a verdade dentro deles, boa ou ruim e lidassem com
ela para adquirir a paz e a felicidade.
Todos foram bem sucedidos no treinamento e
até receberam certificado. A maioria mudou completamente de comportamento e
outros melhoraram. Todos estavam felizes e começaram a espalhara a mensagem. Um
dos detentos que já era instrutor de outros tipos de terapias passou a dar
treinamento de Vipassana para os outros. A melhora era visível e incomodou
muita gente. Aí entra o ser humano ou um grupo de ser humano que quer manter a
dominação. Os cristãos católicos e protestantes que eram voluntários na prisão
reclamaram dizendo que não podiam admitir que o cristianismo fosse retirado
deles porque muitos estavam completamente voltados para o budismo. Levaram a
reclamação até o governo e conseguiram que o programa fosse cancelado. Dá pra
acreditar? (dá Gui, é só olhar para o Oriente Médio e toda história em que está
envolvida as religiões, mas sei que o Essencial fica, aliás jamais deixou de
ser, e a Verdade prevalece sempre)
O programa estava a todo vapor em 2002 e em
2003 foi cancelado. O grupo mais forte na pratica continuou fazendo suas
meditações. Alguns foram transferidos para outras prisões e alguns retornaram
depois de alguns anos. Todos continuaram com bom comportamento e felizes na
vida que levavam dentro da prisão. Em 2006 houve mudança de governo e de
direção da prisão e o programa retornou. Foi uma festa quando os instrutores
retornaram ao presidio para mais um curso. O programa mais tarde se estendeu
para um outro presidio também no Texas. Esqueci de dizer no inicio que durante
os 10 dias de treinamento, os instrutores pediam as detentos para não orar
(rezar) para não exercitar a mente com uma pratica diferente da meditação em
curso. Depois desse período eles eram liberados para rezar e praticar a
Vipassana. Bom, acho que e' isso...
Lena, o psicólogo americano tirou a ideia
de fazer o curso de Vipassana quando soube do resultado positivo obtido no pior
presidio da Índia. E a historia em forma de documentário sobre o que aconteceu
na Índia esta' no you tube. Muito bom e vale a pena assistir. O vídeo está com
legenda em português:
____________
"Tal
como um arqueiro aponta a flecha, como um carpinteiro talha a madeira, os
sábios moldam suas vidas"
(Dhammapada)
Leia também: Somos todos prisioneiros de nossas mentes... http://desenvolvendoaconsciencia.blogspot.com.br/2014/08/somos-todos-prisioneiros-de-nossas.html
É, somos todos prisioneiros de nossas
mentes... Realmente, entre eles e nós “normais” a linha é muito tênue... A
prática e treino em todo o processo de cura da mente que possamos escolher é
muito importante... há que haver em nós, a pequena disponibilidade... Que extraordinária
parte nossa essa Kiran Bedi Gui, faz tempo que eu não chorava, chorei muito ao final do
vídeo, e me perdoei por minhas projeções e por estar sonhando esse sonho, e por
fim, entreguei Aquele em mim, em todos nós, que pode desfazer, gratidão Gui!!!
Via Gui Driuzo > realmente somos todos prisioneiros das nossas mentes......
acho que a Vipassana mostra com quem (nossa mente) estamos lidando e nos da' a
melhor forma de fluir na vida com menos sofrimento possível.
Você teve a mesma
reação que tive ao perceber a linha tênue que nos separa dos detentos e também
no final.... principalmente nos abraços apertados, calorosos e alguns bem
"chorosos" no final do curso... num ambiente onde o contato físico só
acontece no
caso de um espancamento, um abraço de gratidão e reconhecimento de si mesmo faz
qualquer um chorar... projeções tive muitas e também entreguei a Deus e lancei
no universo meu desejo de um dia experimentar esse curso.... ficou muita
gratidão armazenada aqui e que distribuo pelo universo afora para todos que
estão na mesma sintonia. Grata amiga!
Grata Gui!
______________
Tudo sobre a Meditação Vipassana (clique também nos links em azuis): file:///C:/Users/Lena/Desktop/Vipassana%20Meditation.htm
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