18 de abril de 2010

Realidade? Qual delas?



Realidade? Qual delas?

Existem infinitas versões da realidade

A "realidade" é relativa.
Nós conhecemos a realidade através de uma das versões dela: a nossa versão.
Sim, o que você chama de "realidade" não passa de uma versão entre infinitas que existem neste mundo.
Algumas dessas versões são muito parecidas entre si, mas outras são completamente diferentes, esquisitas, "absurdas". Absurdas, segundo algumas versões, mas totalmente normais de acordo com oturas.

Algumas pessoas não percebem essa realidade.
Nem passa pela cabeça delas que possam existir outras versões, tão válidas quanto suas.
Olham um cilindro de cima e afirmam que cilindro é um círculo e não duvidam disso.
Outras, olham o mesmo cilindro de lado e dizem que o cilindro é um retângulo e têm absoluta certeza disso -- e ai de quem duvidar.

Você pode ter uma versão pobre, quando ela permanece praticamente inalterada ao longo do tempo.
Você pode enriquecer sua versão, conhecendo e incorporando outras versões.

Os problemas começam quando as pessoas se esquecem que sua realidade é apenas uma versão dela. Quando isso acontece, as outras que não coincidem com suas são sistematicamente rejeitadas.
A intolerância é uma das consequencias dessa pobreza da versão da realidade em uso.

O que você tem feito para fazer o upgrade de sua versão da realidade?

Um ótimo domingo para você

Mizuji Kajii
http://www.mizuji.com
http://mizuji.wordpress.com/
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=40143391
http://viaconte.zip.net/

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Lendo esse artigo do Mizuji me recordei da lenda do folclore hindu sobre os cegos e o elefante:

OS CEGOS E O ELEFANTE

Numa cidade da Índia viviam sete sábios cegos. Como seus conselhos eram sempre excelentes, todas as pessoas que tinham problemas consultavam-nos.
Embora fossem amigos, havia uma certa rivalidade entre eles, que, de vez em quando, discutiam sobre o qual seria o mais sábio.
Certa noite, depois de muito conversarem acerca da verdade da vida e não chegarem a um acordo, o sétimo sábio ficou tão aborrecido que resolveu ir morar sozinho numa caverna da montanha. Disse aos companheiros:
- Somos cegos para que possamos ouvir e compreender melhor do que as outras pessoas a verdade da vida. E, em vez de aconselhar os necessitados, vocês ficam aí brigando, como se quisessem ganhar uma competição. Não agüento mais! Vou-me embora.
No dia seguinte, chegou à cidade um comerciante montado num elefante imenso. Os cegos jamais haviam tocado nesse animal e correram para a rua ao encontro dele.
O primeiro sábio apalpou a barriga do animal e declarou:
- Trata-se de um ser gigantesco e muito forte! Posso tocar os seus músculos e eles não se movem; parecem paredes.
- Que bobagem! - disse o segundo sábio, tocando na presa do elefante - Este animal é pontudo como uma lança, uma arma de guerra.
- Ambos se enganam - retrucou o terceiro sábio, que apertava a tromba do elefante - Este animal é idêntico a uma serpente! Mas não morde, porque não tem dentes na boca. É uma cobra mansa e macia.
- Vocês estão totalmente alucinados! - gritou o quinto sábio, que mexia as orelhas do elefante - Este animal não se parece com nenhum outro. Seus movimentos são ondeantes, como se seu corpo fosse uma enorme cortina ambulante.
- Vejam só! Todos vocês, mas todos mesmos, estão completamente errados! - irritou-se o sexto sábio, tocando a pequena cauda do elefante - Este animal é como uma rocha com uma cordinha presa no corpo. Posso até me pendurar nele.
E assim ficaram horas debatendo, aos gritos, os seis sábios. Até que o sétimo sábio cego, o que agora habitava a montanha, apareceu conduzido por uma criança.
Ouvindo a discussão, pediu ao menino que desenhasse no chão a figura do elefante. Quando tateou os contornos do desenho, percebeu que todos os sábios estavam certos e enganados ao mesmo tempo. Agradeceu ao menino e afirmou:
- Assim os homens se comportam diante da verdade. Pegam apenas uma parte, pensam que é o todo, e continuam tolos!

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"Há momentos em que nos recusamos a enxergar o óbvio, em outros nos fazemos cegos e em outros projetamos em alguém nossa cegueira”... Mas somente através de nossas projeções podemos nos enxergar, acho que essa é a maior, senão única finalidade, da multiplicidade de “eus” que somos! E vale a pena repetir a pergunta dele:

"O que você tem feito para fazer o upgrade de sua versão da realidade?"

Lena Rodriguez
Terapeuta Vibracional
www.cuidebemdevoce.com

16 de abril de 2010

Poder além da vida


Poder além da vida
Amplifique os seus sentidos

Gotas de suor atingem o chão. Ao fundo, desfocados, vemos um grupo de homens, todos vestidos com roupas semelhantes. Não conseguimos a princípio perceber de onde vem às tais gotas até que a câmera nos leva a um ginasta, segurando com firmeza e força as argolas onde está executando com grande habilidade seus exercícios. A arena está montada e as pessoas ao redor constituem os juízes, os outros atletas e o público que prestigia o evento.

Ao saltar, o jovem atleta vê uma de suas pernas literalmente se despedaçar em vários pedaços. Enquanto ele agoniza, todas as demais pessoas ali presentes e próximas tentam acudi-lo, menos um homem, que varre inadvertidamente os resíduos da perna do jovem como se estivesse se preparando para jogá-los no lixo...
Só o que o jovem atleta consegue ver desse homem são os seus sapatos, que notadamente são de diferentes modelos, apesar de terem a mesma cor. De repente, assustado, Dan Millman (Scott Mechlowicz), o protagonista dessa história, acorda suado e assustado. Acabara de ter um incômodo pesadelo...

Esse início de história nada mais é do que o prenúncio de que estamos diante de um somatório de fatos e acontecimentos que certamente poderiam mudar a vida de alguém. Ainda mais quando Millman conhece Sócrates (o veterano Nick Nolte, em mais uma bela interpretação), atendente de um posto de gasolina, que calça os sapatos vistos pelo jovem em seu sonho.

E o que os une além do sonho que levou Dan ao encontro de Sócrates? A princípio nada parece ser comum entre os universos em que ambos vivem. O jovem demonstra estar deslumbrado com as vantagens materiais que o mundo pode lhe dar por ser um atleta de ponta. É o que fica claro quando diz a Sócrates que tem tudo o que precisa, de mulheres a notas altas, de dinheiro farto a muitos amigos e, principalmente sucesso tanto na escola quanto no esporte.

Nesse momento, querendo comprovar o quanto é bem sucedido e preparado para vencer na vida, Millman lança um desafio a Sócrates. Diz o ginasta para o enigmático atendente do posto de gasolina que qualquer pergunta pode a ele ser dirigida. Ele está pronto para responder sem qualquer problema. Está tão resoluto e seguro que acredita saber todas as respostas, não importando nem mesmo quais serão as perguntas a ele direcionadas.

- “Você é feliz?” - Pergunta-lhe então Sócrates. E a pergunta deixa Dan desnorteado. Parece ao mesmo tempo tão simples... Mas ao mesmo tempo pode ser igualmente complexa e desafiante por provavelmente conter algum duplo sentido ou por ser capciosa.

Afinal de contas, jovem e forte, fazendo sucesso com as garotas, tendo ótimos resultados na escola, cotado para ganhar campeonatos e tornar-se atleta olímpico, contando com amigos e tendo dinheiro no banco, o que poderia fazer com que ele fosse infeliz?

O que faz, no entanto, com que ele não consiga dormir a noite? Se tudo é tão lindo e maravilhoso, o que motiva não só a insônia que o atinge, mas também um sentimento de vazio que por tantas vezes toma conta de seu corpo?
“Tire o lixo de sua mente”, diz a ele Sócrates. Aprenda a perceber e saborear o mundo que está ao seu redor. Amplifique os seus sentidos. Foque mas não perca a capacidade de ampliar o seu olhar e perceber tudo o que existe no mundo. Não há momentos perdidos em nossas vidas. Cada experiência pode e deve ser percebida como única e excepcional. Sempre há algo acontecendo. O que existe de mais importante na vida é esse momento, o agora...
E o que fazemos em relação a isso? Absolutamente nada, ou seja, na maior parte do tempo vivemos mecanicamente, como se desprezássemos o fato de que essa experiência e cada minuto que passou jamais irão nos ser novamente concedidos. Vivemos atormentados com o passado ou com o futuro. Assombrados pelos erros ou pecados que cometemos. Assustados com o que está por vir e que, obviamente, desconhecemos e por isso tememos. E, com isso, deixamos de viver o agora com toda a força, vibração e energia que deveríamos dedicar a cada uma dessas experiências tão valiosas que se colocam diante de nós.
Dan Millman não pareceu entender bem o que lhe dizia esse tão estranho tutor com o qual deparara num posto de gasolina. Sócrates, a quem ele chamara de filósofo de loja de conveniências, não parecia dizer coisa com coisa e, além disso, como poderia se contentar em viver como atendente de um posto de gasolina (ao que o sábio lhe respondia, “servir é o mais nobre de todos os propósitos”).

É através de uma pequena tragédia pessoal que Millman consegue ganhar tempo real para reavaliar o que Sócrates estava a lhe dizer em todas as ocasiões em que haviam se encontrado. Um acidente de moto o coloca na cama, com uma das pernas estraçalhada e sem perspectivas (ao menos por parte dos médicos especialistas) de retornar ao esporte que tanto amava. O que fazer? Como superar tamanha dor e sofrimento?
Baseado no livro “O caminho do guerreiro pacífico”, de autoria do próprio Dan Millman, “Poder além da vida” é mais do que um filme, trata-se de um libelo em favor da reflexão, da valorização da vida e de nossas experiências, da partilha de ideais e propósitos nobres e, em especial, da busca de equilíbrio e harmonia em nossas vidas...

O Filme

História real, estrelada no cinema pelo veterano e competentíssimo astro Nick Nolte, "Poder além da vida" tem muitas lições para dividir conosco. Assistir ao filme sem se emocionar e envolver com a história de um egocêntrico jovem campeão de ginástica olímpica que não valoriza nada e ninguém além dele mesmo e que, ao entrar em contato com Sócrates, atendente e mecânico de um posto de gasolina nas proximidades do campus universitário em que Dan Millman (o campeão que só pensa em si mesmo), se vê intrigado, literalmente em xeque e subitamente desprovido de todas as certezas que o acompanhavam até então pode ser uma experiência riquíssima para os espectadores.

Mas não deve tal experiência se resumir somente a assistir. Devemos pensar e repensar cada uma das valiosas pérolas existentes no filme. Sócrates atua como um autêntico filósofo a constantemente desafiar a lógica e a obviedade que parece ser parte do cotidiano de Millman e também dos espectadores. E é justamente nesse ponto que reside a grande riqueza do filme, ou seja, sua capacidade de nos fazer abrir os olhos, de observar tudo o que está ao nosso redor, de valorizar as relações que estabelecemos com tudo e com todos.

Há muito do jovem Dan Millman em cada um de nós. A teimosia, a prepotência, a arrogância, a acomodação ou ainda o apego ao mundo material. Por outro lado, temos vivido muito pouco no sentido do questionamento daquilo que parece estabelecido e definido aos nossos sentidos ou ainda de perceber as inúmeras oportunidades e portas que se abrem para nós todos os dias como Sócrates prega a seu contrariado pupilo. Precisamos amplificar os nossos sentidos e assistir esse filme pode ajudar muito... Não percam!

Para Refletir

1 - As muletas que ajudam Dan Millman a se movimentar a partir de um determinado momento do filme constituem poderosa metáfora. Podemos considerar essa barreira como equivalente a todas aquelas que cada um de nós impõe ao nosso sucesso e vitórias a serem atingidas no cotidiano. E não me refiro aqui aos pódios, prêmios, promoções e aumentos de salários que porventura possamos conquistar. Falo daquilo que realmente importa, ou seja, de atingirmos a felicidade que se encontra não nos grandes embrulhos ou pacotes e sim num cotidiano em que prevaleça o bem, a bondade, a ética, a justiça, a honestidade e a fraternidade. Para isso precisamos nos desprender de nossos egos, vaidades, orgulhos e preconceitos e – acima de tudo – estender a mão para o próximo, seja ele quem for, esteja onde estiver, próximo ou distante...

2 - A maioria das pessoas atualmente se preocupa em saber cada vez mais, mais e mais... Acumulam conhecimento para fazer frente a desafios imediatos e não parecem dispostas a pensar com profundidade as informações que adquirem... Se elas resolvem os problemas, por que se preocupar com as mesmas? A primeira grande realização de um “guerreiro da paz” é descobrir e ser humilde o suficiente para admitir que não sabe, que precisa aprender... O caminho a ser trilhado não admite arrogância ou prepotência, exige desprendimento e disciplina, cobra concentração e fé. Não basta ter conhecimento é preciso agir com sabedoria, ou seja, é necessário atingir a capacidade de processar, refletir, comparar, pesar, analisar e finalmente entender as informações para que se faça o uso inteligente daquilo que se conhece.

3 - “Poder além da vida” é um filme que harmoniza não apenas com a filosofia. Deve ser visto também como uma produção que ressalta a necessidade do contato humano, em particular daqueles que celebram as verdadeiras amizades e, principalmente das que colocam em contato as pessoas mais jovens e as mais velhas. Há ensinamentos a serem dados a partir das duas pontas e possibilidades reais de crescimento nesses encontros, porém, para que isso se efetive, temos que estar dispostos a ouvir não apenas com os nossos ouvidos, mas também com o coração e a mente. Devemos igualmente nos mostrar preparados para dividir, partilhar, sem qualquer constrangimento, preconceito ou intolerância, mesmo que em determinados momentos as distâncias que separam as gerações pareçam ser tão grandes que tornam o diálogo muito confuso. Há ganhos de valor incalculável nesses encontros, não podemos abrir mão deles.

João Luís de Almeida Machado Doutor em Educação pela PUC-SP; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP); Professor Universitário e Pesquisador; Autor do livro "Na Sala de Aula com a Sétima Arte – Aprendendo com o Cinema" (Editora Intersubjetiva).  Fonte

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Eu diria que é um filme IMPERDÍVEL, um dos mais preciosos filmes que vi nos últimos anos, eu o assisti em 2008. Se eu fosse resumi-lo eu faria através dessas perguntas e respostas:

Onde você está?
AQUI!

Que horas são?
AGORA!

O que sou?
ESTE MOMENTO!

Lena Rodriguez



7 de abril de 2010

Princípios Universais


Conheça, a seguir, os Princípios Universais que alicerçam quase todas as Tradições:

PRINCÍPIO NATURAL = Suprema Inteligência Amorosa, Origem da Vida, o Absoluto, o Tao, Deus, Consciência Primordial, Brahman etc. É o Creador Incriado e Fonte de tudo o que existe – visível e invisível. O Princípio Natural cria e recria no eterno agora e dinâmica perfeição; sustenta e governa toda a existência, incluindo, obviamente, ao homem.

Dica preciosa: não tentem entender o Creador (Onipresente) com a mente dualista, separatista, fragmentada. Entramos na dimensão do Princípio Natural quando assentamos, silenciosamente, o altar dos nossos corações.

A REALIDADE NATURAL = A Vida e acontecimentos naturais, criados e recriados pelo Princípio Natural, no eterno agora, acessíveis ao homem consciente. A Realidade Natural não sofre nenhuma influência da mente dualista, do ego. É uma dimensão de dinâmica perfeição que existe no eterno agora. É nela e a partir dela que surge e se expressa o Ser.

O SER NATURAL = O Ser de tudo e de todos, o Eu Sou, o Eu Superior, o Cristo (Filho de Deus), o Buda, a Divina Presença etc. É a expressão primordial da natureza humana, que não é regida pela mente dualista (a mente é a sede do ego). É o Homem perfectível (sempre renovado) que se manifesta a partir do plano da Realidade Natural. É o Ser Original, criado e recriado no eterno agora, em dinâmica perfeição. É Aquele que está em sintonia com as Leis Universais de Ordem e Perfeição, que deveria estar no comando do pensar, sentir e do agir humano. É o Ser Natural que pode ser acessado por aqueles que suplantam – com humildade e determinação – as ilusões geradas pelo homem-ego. O Ser se expressa – primordialmente – a partir de um ponto no peito – num lugar ’secreto’ do coração.

Importante: É a partir do coração (centro de inteligência amorosa) o Ser tece toda a nossa existência.

O SER IMAGINÁRIO = O homem-ego, a falsa personalidade, que domina os centros físicos e psicológicos (mental, emocional, instintivo, motor, sexual) e que, via de regra, se expressa de forma desordenada, mecânica, antinatural – egoísta. O Ser Imaginário é o homem mortal (identificado com o corpo físico-transitório), que gera seus próprios sofrimentos. É uma projeção, uma ilusão, sustentada pela falsa personalidade fracionada e fracionaria. O Ser Imaginário se expressa na medida em que perdemos a conexão com o Ser.

A REALIDADE IMAGINÁRIA = É a “incubadora” psicológica criada – mentalmente – pelo Ser Imaginário (o homem-ego) no exercício do seu livre arbítrio. No campo da Realidade Imaginária a fantasia (projeções da mente governada pelo medo) e a mecanicidade impedem o ser humano de ser mais consciente e, conseqüentemente, livre. A Realidade Imaginária é um “mundo ou dimensão” onde prevalecem as leis do Ser Imaginário. Neste mundo tudo pendula entre a dor e o prazer; tudo é transitório, temporário, dual.

Por Amir El Aouar 
(Parte do texto) Fonte

Amar


Amar

O que significa exatamente amar?

O conceito do amor é tão distorcido no nosso mundo que podemos ficar confusos.

Amar não tem nada a ver com o nosso comportamento. Muita gente pensa que amar é falar com voz suave, é ser gentil, é ser simpático, é ser agradável. Entretanto, para amar, precisamos começar a nos conhecer melhor. Precisamos começar a notar que, de fato, temos um "eu" superficial e um "eu" profundo. O "eu" superficial é o ego e o "eu" profundo é a nossa essência verdadeira, o Cristo interior. Precisamos lembrar que o ego sempre fala primeiro e mais alto. Vem daí a necessidade de responder ao que outra pessoa está falando, antes mesmo que ela termine de falar - o que nos impede de realmente ouvirmos o que a pessoa está tentando nos transmitir. Essa é uma das versões do ego, que está sempre querendo se exibir ou querendo atacar ou precisando se defender.

A nossa primeira reação sempre vem do ego, embora ele também se manifeste primeiro naquelas pessoas muito quietas, naquelas que nunca dizem nada porque se sentem intimidadas ou inseguras. Essa é uma outra versão dele. A sobrevivência do ego está sempre baseada no medo. Às vezes nós passamos de uma performance tímida a uma de uma segurança excessiva de nós mesmos, ou seja, passamos de um extremo a outro sem deixar de atuar no nível do ego, sempre nos preocupando com o que as pessoas pensam de nós..., antes de começar a nos conhecer melhor.

Para termos uma expressão real de amor, primeiro precisamos encontrar a nossa verdadeira essência e deixar que ela floresça dentro de nós. Precisamos aprender a ouvir com o coração, a ver com o coração, a sentir com o coração – o ‘coração’ aqui representa a parte de nossas mentes que escolhe Deus como seu guia. Só assim vamos conseguir realmente escutar o que os outros têm a dizer, vamos poder sentir compaixão pelo próximo e poder apreciar o verdadeiro sentido do perdão e o alívio que ele pode nos trazer.

Quando nos damos conta de que sempre estivemos aprisionados pelo ego ao longo dos nossos enganos, começamos a perceber que isso também aconteceu com os outros, que eles não sabem o que estiveram fazendo tendo o ego como guia, do mesmo jeito que nós não sabíamos. Apenas dessa forma, tomando consciência disso, vamos conseguindo perdoar todas as pessoas e a nós mesmos concomitantemente. Isso é o mesmo que descobrir um mundo completamente novo dentro de nós mesmos, como uma revelação magnífica e esplendorosa. Quando começamos a perder o impulso de ‘ter que’ responder imediatamente a tudo e a todos, ou perder o medo de falar a nossa verdade, é um sinal de que o "eu" superficial está começando a dar espaço para o "eu" verdadeiro se manifestar.

No processo dessa aprendizagem, de deixar o “eu” verdadeiro se manifestar, será útil observar as palavras ou gestos que vêm à tona com muita rapidez. E em outros casos, observar o medo de nos expressar que vem à tona com enorme velocidade. O ego se manifesta de muitas formas e nós só começaremos a perceber os seus truques quando passarmos a observar constantemente o que está acontecendo dentro de nós mesmos. Vamos começar a descobrir o motivo dos nossos receios, das nossas preguiças, dos nossos medos mais escondidos, e essa revelação interior começará a produzir milagres em nossas reações e, principalmente em nossos relacionamentos. Ficaremos mais espontâneos, mais leves, mais alegres.

Um Deus amoroso não pode querer que façamos sacrifícios. Nós fazemos sacrifícios quando mentimos a nós mesmos que estamos amando: quando estamos agindo articulosamente, usando de artimanhas e manipulações para conseguir o que pensamos que queremos. O ego tem a mania de pensar que o amor é útil, porque assim, diz ele, conseguiremos o que queremos.

Nós aprendemos essas coisas no nível do ego, e, como ele quer sempre levar vantagem, a nossa vida acaba virando um sacrifício, porque temos que acabar fazendo e falando coisas com as quais realmente não concordamos. Nossos relacionamentos acabam por ser desastrosos, transformam-se em fontes de sofrimento. O sacrifício acaba quando o eu verdadeiro começa a vir à tona, porque começamos a renunciar às coisas que não vão nos fazer nenhuma falta, como a raiva, o medo, as frustrações. O ego quer sempre vencer, ele tem sempre que competir. O eu verdadeiro quer sempre encontrar uma solução onde todos possam sair ganhando. Nós vivemos num mundo aparentemente dominado pelo ego, por isso existem guerras, miséria e todos os males. Mas do mesmo jeito que as mentes são a causa dos problemas, também são a solução. Elas podem escolher mudar de ‘guia’ – escolherem Deus ao invés do ego.

A partir do momento que começamos a perceber que o bem e o mal estão dentro de nós mesmos, podemos começar a fazer escolhas diferentes.

O mundo do ego diz que o mal é sempre evidente demais e não pode estar em nós. O problema está "nos outros", eles é que estão errados. O ego quer nos fazer acreditar que somos separados uns dos outros, mas nós somos unidos em mente e, se somos unidos, temos que reconhecer que o problema que existe nos outros também existe em nós. Pode ser em grau menor ou maior, mas está presente em todo mundo. Portanto, a cura tem que partir de cada indivíduo, cada um de nós cuidando de si mesmo, dos próprios sentimentos, atitudes e pensamentos.

Deus está dentro de todos nós, Ele está sempre presente. Se estivermos conscientes de que temos uma parte de Deus em nós, ficaremos agradecidos e passaremos a escolhê-La com mais freqüência. Apenas dessa forma poderemos nos sentir confiáveis, amadurecidos e felizes. É nesse sentido que devemos amar. A extensão do amor se dá quando optamos por mudar a nossa forma de pensar, escolhendo Deus como nosso Guia.

Os problemas do mundo são apenas sintomas dos problemas de cada um de nós, por isso precisamos tratar a causa deles. Tratar a causa significa que temos que tratar de nós mesmos. Amor é sinônimo de paz e de liberdade interior. O amor verdadeiro vem junto com o perdão que abrange tudo e todos, incluindo a nós mesmos. Nesse estado não mais nos interessará querer controlar os outros. Amar é liberar. Amar é conseguir encontrar uma solução onde todos os envolvidos possam sair ganhando, porque isso traz a percepção correta de que somos unidos e não separados uns dos outros. Amar é desistir constantemente das nossas idéias preestabelecidas de como as coisas deveriam ser.

Amar é ser feliz, ao invés de ter necessidade de estar sempre com a razão. A partir de uma reflexão como essa, podemos deixar de rimar amor e dor como temos feito nesse nosso mundo.

Fonte

Complexo de infelicidade

Excelente texto do Blog do Amir, meu amigo e Terapeuta Transpessoal, discorrendo sobre o nosso maior inimigo, algo nada novo, porém que nunca é demais nos lembrar , essa máscara ilusória – o ego. 
Algo muito confundido também e que ele menciona é a questão evolução... Deixa claro que o Ser que habita cada um de nós trás em si a Perfeição, então o que representa realmente a palavra evolução?

Arte de Sami Mattar

Definitivamente, o ser humano não nasceu para sofrer! Tentarei explicar esta tese…

É muito comum ouvir que sem a infelicidade e a dor, não crescemos psicológica e espiritualmente. Devemos tomar cuidado com tais afirmações, que geram muitos danos – na maioria das vezes difíceis de reparar. É preciso ter uma compreensão mais apurada para não cair nas armadilhas sustentadas pelo ser imagiário (nosso ego o e alheio).

O ego negativo tenta mostrar que o sofrimento é meio eficaz de redenção, de libertação e, até mesmo, de evolução. Não concordo! A esta idéia (um falso paradigma) denomino “Complexo de Infelicidade”.

O Ser Imaginário só conhece a dualidade. Vive nesse constante ciclo de dor e prazer. Ele é o único responsável pelo “complexo de infelicidade”. Ele desconhece a verdadeira face de uma existência, que é livre da dor.

Não existe como a imperfeição (a dor) levar à perfeição! Acredito que a perfeição só se manifesta quando abandonamos esta pervertida idéia de que só evoluímos através da dor.

Na verdade, evoluir significa despertar para todo o potencial humano que já existe pronto para ser experimentado, desfrutado. Este despertar só é possível quando estamos ajustados ao Ser em nós. E este ajustamento ocorre quando saímos da possessão do ego e passamos a expressar a Vontade do Ser – que vive no estado de plena felicidade, no eterno agora.

O Ser Natural não tem duas Vontades – uma boa e outra ruim. Isso ocorre com o Ser Imaginário que se nutre da conhecida lei do carma (teias mentais da ilusão). O carma sempre encontra uma causa imaginária (boa ou ruim) que gera um efeito (prazeroso ou doloroso), também imaginário. Tudo isso é pura ilusão sustentada por um ego que só existe devido a um pseudo-poder chamando Livre Arbítrio.

Podemos escolher ser o que Somos (o Ser Natural) ou continuarmos a projetar ilusões, “gerando” uma Realidade Imaginária, na qual se cultiva a dor.

Quando nos sintonizamos ao Ser Natural nos redescobrimos como criações perfeitas. Assim sendo, descobrimos a real felicidade.

Amir El Aouar
Terapeuta Transpessoal
Fonte
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Lena Rodriguez
Terapeuta Vibracional
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