27 de fevereiro de 2015

A experiência do milagre
























O esquema é só uma representação e nos auxilia, usando a “ilusão”, ver mecanismos dela mesma.

O pensamento cria e surge uma situação, uma cena ou um acontecimento.
O corpo olha para o que foi criado e reage. Essa reação é o sentimento.


Observação: estou considerando propositadamente o termo “sentimento” e não “emoção” adequado para o que exponho aqui, por considerar que mesmo o sentimento, por mais suave que seja, é dependente do que acontece.

Para clarear essa ideia de que o sentimento é uma reação do corpo ao que acontece, vamos estudar o seguinte:
Dizemos ter fé, mas muitas vezes isso sugere uma expectativa de que um nosso desejo seja atendido, pois sem aquilo não nos sentimos completos. A esperança de receber algo é a reação do corpo a uma situação. É o que chamamos de sentimento de fé, uma crença num pretenso sucesso.
Dizemos amar alguém, mas geralmente quando o ser nos atende satisfatoriamente por um comportamento ou aparência, mas se não for assim, o "amor" fica abalado. Conforme nos sentimos preenchidos pelo outro sentimos o que chamamos de amor, mas isso é uma reação do corpo a uma possibilidade, a uma ideia que fazemos do outro.
Dizemos sentir alegria quando algo que acontece nos deixa felizes, mas talvez se fosse diferente não sentíssemos. É uma reação do corpo a um evento.
Dizemos sentir gratidão por recebermos qualquer coisa, mas também pode haver uma dependência, o corpo tem uma reação positiva a um prêmio.
Tudo isso são sentimentos, reações ao que acontece, mas já podemos vislumbrar o Amor, a Gratidão, a Fé e a Alegria, não como sentimentos, e sim como atributos de Deus, energias que nos envolvem em dado momento nitidamente divinas, pois não precisam comparação. Assim, proponho que não “sentimos” esses atributos, mas somos envolvidos por eles, são independentes do que acontece, é a Graça. Para isso precisamos perdoar os sentimentos reativos.

Quem pensa?
Isso é muito mais profundo que qualquer análise extremamente acurada pode fazer, mas quem pensa mesmo é Deus e apenas Ele, só que parece que houve um pensamento de separação... e aí temos vários NOMES para o pensador...
O que pensa, vai desde o pensador da separação, com toda a inteligência de um ser divino, porque imediatamente antes disso É Uno com o Pai, passando por todas as ideias de material e imaterial, até os pensamentos rotineiros de bom ou ruim, feio ou bonito, frio ou quente. Junte-se a isso todos os julgamentos de todas as situações.
Somando ainda a isso, o que pensa usa de todos os dados chamados educação, experiência e história de vida para criar o que é COERENTE a essa bagagem. A maioria desses dados é inconsciente e por isso criamos inconscientemente.
Vamos considerar o pensador como o pequeno eu, pois é com ele que vamos conversar e que geralmente conversamos.

O que é a criação?
São as cenas, as situações, as paisagens, eventos. Podemos dizer que é a matéria e ela se interage, se multiplica, se torce e retorce para dar consistência ao pensamento. É totalmente moldável. Tudo o que vemos é a criação, ilusória, entretanto.
É tudo o que estimula esse pequeno eu a se entender feliz ou infeliz. São as cenas que o mundo apresenta, todas irrestritamente surgidas de um pensamento, que geralmente nos liga à forma, tirando-nos a simples percepção de Quem Somos.
“A criação é só uma resposta a um pensamento, é como um pensamento é mostrado”. O mundo é um “criado” dele. Se não houver um pensamento não há o mundo também.

O pequeno eu vive como se fosse “eu”, isto é, aquilo que percebemos de nós nesse mundo, pois não conseguimos nos desvincular das coisas que acontecem. Quem sente é o que prova na pele todas as dores, alegrias, satisfações e insatisfações e é justamente aquilo que acha que vai despertar, que acordará desse sonho ruim, que vai ser luz e que para isso basta estudar o mundo e compreendê-lo para então consertá-lo. Mas... é assim que se mantém pequeno.
O pequeno eu pensa o que não sabe e pensa junto com todo mundo, pois não há nenhum pensamento privado. Geralmente pensa pelo retorno emocional do que pensou.

O sistema de pensamento dele é um círculo vicioso. Precisa de conflitos (dualidade) para sobreviver e não gostamos, mas alimentamos. É tão forte esse processo que perdemos a noção de causa e efeito, nos tornando vítimas do que acontece, nos tornamos vítimas da situação. Há muito mais o que dizer, mas se deixamos assim podemos ir ao ponto que quero mostrar que é o mais importante. Podemos interromper esse processo:

PODEMOS QUEBRAR O CÍRCULO VICIOSO PELO PERDÃO.

Pelo pensamento não dá, pois nem sabemos o que pensamos e até sabemos às vezes, mas não mudamos isso, repetimos as palavras, gestos e pensamentos indefinidamente. Nós falamos coisas que constroem o que não queremos, sem saber. Temos uma bagagem imensa de avaliações e doutrinações de tudo e faz parte desses pensamentos.

É na criação ou no que acontece que estamos tentando normalmente sair do círculo vicioso e caminhar para o Céu. Mas fazemos isso buscando consertar ou buscando melhorar o mundo, mas todos percebemos que o que acontece parece ter uma personalidade própria e sempre nos surpreende, virando outra coisa com a qual não contávamos, pois não percebemos que criamos o ruim quando queremos torná-lo bom. Antes de fazer o bem, pensamos no mal. O mundo não é para ser consertado, mas para ser pensado diferente.

Então resta o que sentimos. É aqui que sugiro tentarmos alterar o que pensamos.
Todo valor que damos ao que acontece o reforça e cria mais sentimentos que alimenta mais os pensamentos. Mas se perdoamos o que sentimos... podemos interromper esse fluxo e o pensamento se renova com essa nova intenção de uma vida diferente, ele se renova para melhor, não para a mesmice.
Tiramos importância do que acontece e perdoamos o que sentimos... em todos os estímulos que ocorrerem ao longo dos minutos, horas, dias....

Quando pensarmos em algo ruim, olhemos para o que sentimos e é fácil, difícil é perdoar o mal. Podemos sentir revolta, angústia, frustração, abandono, etc. e é isso que perdoamos, deixando o “algo ruim”, que é uma cena, de lado por uns instantes, pois tudo o que queremos é paz.
Aliás, não queremos um bom patrão ou governo, queremos paz. Não queremos dinheiro, queremos paz, não queremos a companhia ideal, queremos paz e isso só se consegue com a eliminação dos sentimentos de conflito... e engraçado, quem está em paz, necessariamente está todo suprido de tudo, até de algo bom, só para corresponder à paz que vive e seus sentimentos são, no mínimo, suaves e gostosos...

O sentimento de conflito some com o perdão dele... o pensamento então não terá um retorno do mal que pensou e fica livre para pensar outra coisa.
Nós reconhecemos claramente as situações e lhes damos valores, reconhecemos nossos sentimentos e os deixamos voltar aos pensamentos e é aqui que vamos trabalhar.
Vamos perdoar o que sentimos, irrestritamente, seguidamente, sistematicamente e depois veremos resultados impossíveis, segundo o pensamento do que não conseguia pensar outra coisa que a desgraça.
Se uma separação é boa, é essa, vamos separar o que sentimos do que acontece. O que sentimos pode ser dissipado pelo perdão, e o que acontece muda conforme pensamos.
Eis então uma possibilidade, uma experiência que podemos fazer, a experiência do milagre...
Perdoamos o que sentimos para interromper uma eterna criação do ruim e assim permitimos o milagre de uma vida nova. Ainda que estejam presentes os pensamentos viciados, sua criação não tirará nosso sossego, pois perdoando o que sentimos, estamos envolvidos em gratidão. O próximo passo da gratidão é a alegria...
Uma alegria sem explicação, sem expressão muitas vezes, mas poderosa o suficiente para tornar o mundo e a nossa incompreensão das coisas sem peso, sem força de nos governar.

Sendo todo sentimento uma reação do corpo ao acontece, necessita correção, precisa perdão, pois por mais positivo que seja, haverá outro sentimento oposto que provocará conflito.

Exemplos do que sentimos que podemos perdoar:
Obs. Não estou tentando amenizar ou simplificar as situações, pois ao nível do pequeno eu, toda a verdade de alguém está no que ele diz sentir. Mesmo porque, nesse nível, basta dizer algo para se tornar aquilo que diz, por isso é bom cuidar das palavras. Quase não respeitamos isso por querer impor ao outro a nossa “lógica” de que aquilo é "psicológico" ou que basta tomar o remédio pra sarar. Esquecemos que toda cura ocorre apenas no pensamento e que por isso mesmo não é simples.

Medos
Irmãos passam a vida toda sentindo dores, porque tem medo de que algo venha a doer. Perdoar o medo de sentir dor.
Vivem na miséria, com medo de faltar. Perdoar o sentimento de carência.
Vivem escondidos com medo de se expor, com medo de não ser nada. Perdoar o sentimento de menos valia.
Vivem negando os próprios processos, com medo de eles serem verdade. Perdoar o sentir medo do que é.
Vivem infelizes com medo da tristeza, etc. etc. e etc. Perdoar o sentir medo.

Desafetos(o que sentimos por alguém)
Ódio por uma agressão. Perdoar o ódio que sente.
Decepção por uma falha. Perdoar o sentimento de decepção.
Dó por não corresponder. Perdoar o sentimento de dó.
Medo por nos sentirmos fracos. Perdoar o sentir fraco.
Etc.

E não esqueçamos que enquanto o sentimento é uma reação ao que acontece, todas as doenças surgem da permanência nesses sentimentos.

Então finalmente:

Quero lhes propor uma experiência.
A experiência do milagre.
Sabemos o que é um milagre...
Vamos imaginar uma agressão pessoal para exemplificar essa experiência.
Uma violência física ou moral, uma invasão de nosso espaço ou uma injustiça.
Agora vamos aproveitar a oportunidade e permitir um milagre.
Alguém me agrediu e estou sentindo raiva, estou decepcionado e injustiçado.
O que fazer?
Olho para a minha raiva e me perdoo de sentir raiva, olho para minha decepção e me perdoo e estar decepcionado, olho para meus sentimentos de revolta e me perdoo de sentir aquilo. Mas e a agressão?
Não sei o que é e me recuso a explicá-la, é uma agressão, só isso. Se perdoo meus sentimentos, acontece o milagre, pois a agressão realmente deixa de ter significado, já que, pelo perdão, não sinto mais aquilo.
A cena que pedia vingança, não pede mais, ficou sem sentido.
Aconteceu um milagre, não sou mais alguém agredido.
Esse é um exemplo "comigo", um milagre pra mim, mas podemos oferecer milagre ao outro.
Vejamos como: imaginemos alguém doente, e com dores...
O que eu sinto vendo aquilo?
Tristeza? Amargura? Piedade?
Olho para esses meus sentimentos e "me" perdoo por sentir isso, perdoo a minha perda de alegria.
Mas e o irmão sofrido?
Agora, tendo perdoado meus sentimentos, estou livre para oferecer a ele tudo, tudo o que é bom pra ele, e não para receber da cena um estímulo para me identificar com a forma. O milagre, vocês mesmos vão observar. Ele vai acontecer à medida que esse perdão se torna cada vez mais verdadeiro.
Tudo isso está dito em Um Curso em Milagres, está dito no Ho'oponopono e em muito mais com certeza. Principalmente está dentro do nosso coração, vamos experimentar.
Isso pode ser aplicado em tudo o que nos provocar um sentimento de conflito.
Paremos um pouco para observar o que estamos sentindo. Vamos olhar para o que está acontecendo e ver como reagimos a isso...
São muitas as oportunidades de perdoar

Grato.


13 de dezembro de 2014

O NOVO COMEÇO



Introdução

1. O novo começo agora vem a ser o foco do currículo. A meta está clara, mas nesse momento precisas de métodos específicos para atingi-la. A rapidez com que ela pode ser alcançada depende de uma única coisa: a tua disponibilidade para praticar cada passo. Cada um ajudará um pouco a cada vez que for tentado. E todos juntos estes passos te conduzem dos sonhos de julgamento aos sonhos que perdoam e para fora da dor e do medo. Eles não são novos para ti, são mais ideias do que regras de pensamento para ti por enquanto. Portanto, agora, nós precisamos praticá-los por algum tempo até que venham a ser as regras pelas quais vives.
Agora nós buscamos fazer com que sejam hábitos, de tal forma que venhas a tê-los à mão para qualquer necessidade.

I. Regras para decisões

1. As decisões são contínuas. Não é sempre que sabes quando as estás tomando. Mas, com um pouco de prática com aquelas que reconheces, começa a se formar um padrão que te conduz através do resto. Não é sábio deixar-te ficar demasiadamente preocupado com cada passo que dás. O padrão adequado, adotado conscientemente a cada vez que despertas, vai fazer com que avances bem. E se achares que a tua resistência é muito forte e que a tua dedicação é pouca, não estás pronto. Não lutes contigo mesmo. Mas, pensa no tipo de dia que queres, e dize a ti mesmo que há um caminho no qual esse dia pode acontecer exatamente assim. Então, tenta mais uma vez ter o dia que queres.

2. (1) O enfoque começa com o seguinte:

Hoje, eu não tomarei decisões por minha conta.

Isso significa que estás optando por não seres o juiz do que fazer. Mas também tem que significar que não julgarás as situações às quais serás chamado a responder. Pois se as julgares, terás estabelecido as regras segundo as quais deves reagir nelas. E nesse caso uma outra resposta não pode produzir senão confusão, incerteza e medo.

3. Esse é o teu maior problema agora. Ainda tomas a tua decisão e então resolves perguntar o que deves fazer. E o que ouves pode não resolver o problema da maneira como o encaraste a princípio. Isso conduz ao medo, porque contradiz o que percebes e assim te sentes atacado. E, portanto, com raiva. Existem regras através das quais isso não acontecerá. Mas de fato ocorre a princípio, enquanto ainda estás aprendendo como ouvir.

4. (2) Durante todo o dia, a qualquer momento em que penses a respeito disso e tenhas um momento quieto para reflexão, dize mais uma vez a ti mesmo qual é o tipo de dia que queres, os sentimentos que queres ter, as coisas que queres que te aconteçam e as coisas que queres experimentar e dize:

Se eu não tomar nenhuma decisão por mim mesmo, esse é o dia que me será dado.

Estes dois procedimentos, bem praticados, servirão para permitir que sejas orientado sem medo, pois a oposição não surgirá em primeiro lugar e, portanto, não poderá vir a ser um problema em si mesma.

5. Mas ainda assim existirão momentos nos quais já terás julgado. Agora, a resposta irá provocar ataque, a não ser que rapidamente endireites a tua mente a ponto de quereres uma resposta que funcione. Certifica-te de que foi isso o que ocorreu, caso não te sintas disposto a sentar-te e pedir que a resposta te seja dada. Isso significa que já te decidiste por conta própria e não podes ver a questão. Agora, precisas de uma rápida restauração, antes de perguntares outra vez.

6. (3) Lembra mais uma vez do dia que queres e reconhece que alguma coisa ocorreu que não é parte dele. Então, reconhece que colocaste uma pergunta por conta própria e necessariamente estabeleceste uma resposta nos teus próprios termos. Então, dize:

Eu não tenho nenhuma pergunta. Eu esqueci o que decidir.

Isso anula os termos que estabeleceste e deixa que a resposta te mostre qual foi realmente a questão.

7. Tenta observar essa regra sem demora, apesar da tua resistência a ela. Pois já ficaste com raiva. E o teu medo de receber uma resposta diferente do que a tua versão da pergunta pede crescerá em velocidade proporcional ao tempo, até que acredites que o dia que queres é aquele no qual consegues a tua resposta para a tua pergunta. E não a conseguirás, pois ela destruiria o dia por roubar-te aquilo que realmente queres. Isso pode ser muito difícil de ser reconhecido, uma vez que já tenhas decidido por tua própria conta as regras que te prometem um dia feliz. Entretanto, essa decisão ainda pode ser desfeita, por meio de métodos simples que podes aceitar.

8. (4) Se estás tão pouco disposto a receber que não podes sequer abrir mão da tua pergunta, podes começar a mudar a tua mente com isso:

Pelo menos, eu posso decidir que não gosto do que sinto agora.

Isso é óbvio, e prepara o caminho para o próximo passo que se torna fácil.

9. (5) Tendo decidido que não gostas do modo como te sentes, o que poderia ser mais fácil do que continuar com:

E assim eu espero ter estado errado.

Isso funciona contra o senso de resistência e lembra-te que a ajuda não está sendo imposta a ti, mas é algo que queres e da qual necessitas porque não gostas da maneira como te sentes. Essa abertura diminuta será suficiente para permitir que vás adiante com apenas mais alguns poucos passos que precisas dar para que te permitas ser ajudado.

10. Agora atingiste o momento da decisão, porque te ocorreu que sairás ganhando se o que decidiste não for assim. Até que esse ponto seja alcançado; acreditarás que a tua felicidade depende de estares certo. Mas esse tanto de razão já atingiste: viste que estarias melhor caso estivesses errado.

11. (6) Esse diminuto grão de sabedoria bastará para levar-te adiante. Não és obrigado a nada, mas simplesmente esperas receber uma coisa que queres. E podes dizer com perfeita honestidade:

Quero um outro modo de olhar para isso.

Agora mudaste a tua mente a respeito do dia e lembraste do que realmente queres. O propósito que ele tem não mais é obscurecido pela crença insana segundo a qual o queres com a meta de estares certo, quando estás errado. Assim, o fato de estares pronto para pedir é trazido à tua consciência, pois não podes estar em conflito quando pedes o que queres e vês que é isso que pedes.

12. (7) Esse passo final não é senão o reconhecimento da ausência de resistência para receberes ajuda. É a declaração de uma mente aberta, que ainda não está certa, mas está disposta que lhe mostrem algo:

Talvez haja um outro modo de olhar para isso.
O que posso perder por perguntar?

Assim podes agora colocar uma pergunta que faz sentido e assim a resposta também fará sentido. Tampouco lutarás contra ela, pois vês que és tu que serás ajudado por ela.

13. É preciso ficar claro que é mais fácil ter um dia feliz se impedires completamente a entrada da infelicidade. Mas isso requer prática das regras que irão proteger-te da devastação do medo. Quando isso tiver sido conseguido, o triste sonho de julgamento terá sido para sempre desfeito. Mas, por enquanto, tens necessidade de praticar as regras do seu desfazer. Vamos, então, considerar mais uma vez a primeira das decisões que são aqui oferecidas.

14. Nós dissemos que podes dar início a um dia feliz com a determinação de não tomares decisões por tua própria conta. Isso parece ser uma decisão real em si mesma. E, no entanto, não és capaz de tomar decisões por ti mesmo. A única questão realmente é: com que ajuda escolhes tomá-las. Isso é tudo na realidade. A primeira regra, então, não é a coerção, mas uma simples declaração de um simples fato. Não tomarás decisões por conta própria seja o que for que venhas a decidir. Pois elas são tomadas com ídolos ou com Deus. E pedes ajuda ao anticristo ou ao Cristo, e aquele que escolheres unir-se-á a ti e te dirá o que fazer.

15. O teu dia não é ao acaso. Ele é determinado por aquilo com o qual escolhes vivê-lo e pelo modo que o amigo a quem procuraste para pedir conselhos percebe a tua felicidade. Tu sempre pedes conselho antes de te decidires por qualquer coisa que seja. Deixa que isso seja compreendido e verás que não pode existir coerção aqui, nem justificativas para resistência para que possas ser livre. Não existe liberdade em relação ao que não pode deixar de ocorrer. E se pensas que existe, não podes deixar de estar errado.

16. A segunda regra, do mesmo modo, não é senão um fato. Pois tu e o teu conselheiro têm que estar de acordo em relação ao que queres antes que possa ocorrer. É só esse acordo que permite que todas as coisas aconteçam. Nada pode ser causado sem alguma forma de união, seja um sonho de julgamento ou a Voz por Deus. Decisões causam resultados porque não são tomadas em isolamento. Elas são tomadas por ti e pelo teu conselheiro, para ti mesmo e também para o mundo. Tu ofereces ao mundo o dia que queres, pois ele será aquilo que pediste e irá reforçar o domínio do teu conselheiro no mundo. Quem é o senhor do mundo para ti hoje? Que tipo de dia decidirás ter?

17. Basta que haja duas pessoas querendo ter felicidade nesse dia para prometê-la ao mundo inteiro. Basta que duas pessoas compreendam que elas não podem decidir sozinhas para garantir que a alegria que pediram seja totalmente compartilhada. Pois compreenderam a lei básica que faz com que a decisão seja poderosa e dá a ela todos os efeitos que ela jamais terá. Bastam dois. Estes dois estão unidos antes que possa haver uma decisão. Permite que esse seja o único conselho que manterás em mente e terás o dia que queres, e o darás ao mundo porque o tens. O teu julgamento terá sido suspenso no mundo pela tua decisão em favor de um dia feliz. E assim como recebeste, assim tens que dar.

(O novo começo-T-30-Ucem)

17 de setembro de 2014

O poder de decisão é meu.



(Tudo o que nos acontece é nossa responsabilidade)


Ninguém pode sofrer perda a menos que seja por sua própria decisão. Ninguém pode sofrer dor, exceto que a sua própria escolha opte por esse estado. Ninguém pode ter aflição, nem medo, nem pensar que está doente, a menos que esses sejam os resultados que quer. E ninguém morre sem o próprio consentimento. Nada ocorre que não represente o teu desejo e nada do que escolhes é omitido. Eis aqui o teu mundo, completo em todos os detalhes. Eis aqui toda a sua realidade para ti. E é só aqui que está a salvação.

Podes acreditar que essa posição seja extrema e por demais abrangente para ser verdadeira. Mas, pode a verdade ter exceções? Se tens a dádiva de tudo, pode a perda ser real? Pode a dor ser parte da paz ou o pesar parte da alegria? Podem o medo e a doença entrar na mente onde habitam o amor e a santidade perfeita? A verdade tem que abranger tudo, se é que é a verdade. Não aceites opostos ou exceções, pois fazê-lo é contradizer inteiramente a verdade.

A salvação é o reconhecimento de que a verdade é verdadeira e de que nada mais é verdadeiro. Isso já ouviste antes, mas podes ainda não aceitar ambas as partes. Sem a primeira, a segunda não tem significado. Mas sem a segunda, a primeira já não é verdadeira. A verdade não pode ter opostos. Nunca é demais dizer e pensar nisso. Pois, se aquilo que não é verdade for tão verdadeiro quanto aquilo que é verdadeiro, então, uma parte da verdade é falsa. E a verdade perdeu o seu significado. Nada além da verdade é verdadeiro e aquilo que é falso é falso.

Essa é a mais simples das distinções e, no entanto, a mais obscura. Mas não porque seja uma distinção difícil de ser percebida. Ela está oculta por trás de um vasto conjunto de escolhas que não aparentam ser inteiramente tuas. E, assim, a verdade aparenta ter alguns aspectos que negam a coerência, mas que não parecem ser apenas contradições introduzidas por ti.

Como Deus te criou, tens que permanecer imutável, com estados transitórios que são falsos por definição. E isso inclui todas as variações de sentimento, as alterações das condições do corpo e da mente, de toda consciência e de todas as reações. Essa é a abrangência total que coloca a verdade à parte da falsidade e pela qual o que é falso se mantém separado da verdade, tal como é.
Não é estranho que acredites que pensar que fizeste o mundo que vês é arrogância? Deus não o fez. Disso podes estar certo. O que Ele pode saber do efêmero, do pecador e do culpado, do amedrontado, do sofredor e solitário e da mente que vive dentro de um corpo que não pode deixar de morrer? Estás apenas acusando-O de insanidade ao pensar que Ele tenha feito um mundo em que tais coisas pareçam ter realidade. Ele não é louco. No entanto, só a loucura faz um mundo como esse.

Pensar que Deus fez o caos, que Ele contradiz a Sua Vontade, que inventou opostos para a verdade e permite, mesmo com sofrimento, que a morte triunfe sobre a vida, tudo isso é arrogância. A humildade veria imediatamente que essas coisas não são Suas. E podes ver o que Ele não criou? Pensar que podes é meramente acreditar que podes perceber aquilo que a Vontade de Deus determinou que não fosse. E o que poderia ser mais arrogante do que isso?
Sejamos verdadeiramente humildes hoje e aceitemos o que temos feito tal como é. O poder de decisão é nosso. Decide apenas aceitar o teu lugar de direito como co-Criador do universo e tudo o que pensas ter feito desaparecerá. Então, o que surgir na tua consciência será tudo o que sempre foi, eternamente como é agora. E isso tomará o lugar dos auto-enganos feitos apenas para usurpar o altar ao Pai e ao Filho.

Hoje, praticamos a verdadeira humildade, abandonando a falsa pretensão com a qual o ego busca provar que ela é arrogante. Mas a verdade é humilde ao admitir o seu poder, a sua imutabilidade e a sua integridade eterna que tudo abrange, a dádiva perfeita de Deus para o Seu Filho amado. Deixamos de lado a arrogância que nos diz que somos pecadores, culpados, amedrontados e envergonhados do que somos; e, ao invés disso, ergamos os nossos corações em verdadeira humildade para Aquele Que nos criou imaculados como Ele próprio, no poder e no amor.

O poder de decisão é nosso. E aceitamos Dele aquilo que somos e humildemente reconhecemos o Filho de Deus. Reconhecer o Filho de Deus implica também em que todos os nossos auto-conceitos tenham sido postos de lado e reconhecidos como falsos. A arrogância de cada um deles foi percebida. E, na humildade, a radiância do Filho de Deus, a sua gentileza, a sua perfeita impecabilidade, o Amor de seu Pai, o seu direito ao Céu e a liberação do inferno, são alegremente aceitos como nossos.

Agora nos unimos reconhecendo com contentamento que as mentiras são falsas e só a verdade é verdadeira. Pensamos apenas na verdade ao levantarmos e passarmos cinco minutos praticando os seus caminhos, encorajando as nossas mentes assustadas com o seguinte:

O poder de decisão é meu. Nesse dia aceitarei a mim mesmo como aquilo que a vontade do meu Pai me criou para ser.

Em seguida, aguardaremos em silêncio, desistindo de todos os auto-enganos, enquanto pedimos humildemente ao nosso Ser que Se revele a nós. E Aquele Que jamais partiu virá novamente à nossa consciência, grato por restaurar o Seu lar em Deus, como Lhe era destinado.

Espera por Ele pacientemente ao longo do dia e convida-O a cada hora com as palavras com que começaste o dia, concluindo com esse mesmo convite para o teu Ser. A Voz de Deus responderá, pois Ela fala por ti e pelo teu Pai. Ela substituirá todos os teus pensamentos frenéticos pela paz de Deus, os auto-enganos pela verdade de Deus e as tuas ilusões de ti mesmo pelo Filho de Deus.

(Lição 152 –UCEM)

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