A Arte Diabolica da Manipulação e Escravização da Espécie Humana às Forças das Sombras
Série contínua da influência Métodos de Influência / Técnicas
Respeitando a escolha (ênfase na mensagem)
Reflexão
Clarificação
Discussão
Dando informação
Questionamento direto
Expressão Criativa
Modo de influenciar: Conquistando aquiescência (ênfase na resposta) Aquiescência orientada
Apelos emocionais
Táticas de aquiescência: Consistência, Reciprocidade
Persuasão / Manipulação - Argumento Racional: prova social, autoridade, simpatia, escassez
Hipnose (algumas formas)
Prêmio / Punição seletivos
Denegração do self e pensamento crítico
Estados Dissociativos para suprimir dúvida e pensamento crítico
Controle / Isolamento destrutivo e de suportes sociais
Alternância entre rispidez/ ameaças e de suportes sociais brandura / amor
Indução a culpa por controle orientado
Ativamente promover dependência
Debilitação
Coerção física / Punição
Confissões por meio de pressões em público
(Criado pela Dra. Margaret Singer)
MIND CONTROL: ALGUEM ESTÁ TENTANDO INFLUENCIAR VOCÊ?
Controle da Mente : Definição e Informação
Será que realmente existe "lavagem cerebral" ou "controle da mente"?
Que tipo de pessoa é suscetível? O que é exatamente uma "seita" e como são controlados seus membros? Como é possível reconhecer uma organização que utiliza tais práticas, e deveriam essas organizações ser responsabilizadas pelos danos que podem causar pela manipulação intencional?
A ameaça mais insidiosa às nossas liberdades básicas tais como: liberdade de pensamento e liberdade de expressão, é um fenômeno pouco conhecido denominado controle da mente. Como empregado por FACTNet, o termo "controle da mente" se refere a todos os sistemas psicológicos coercitivos como: lavagem cerebral, reforma de pensamento e persuasão coercitiva. controle da mente é a modelagem das atitudes, crenças e personalidade de uma pessoa sem o seu conhecimento e sem o seu consentimento. Controle da mente emprega manipulação enganosa e sub-reptícia, geralmente em grupo, objetivando um ganho financeiro ou político do manipulador. O controle da mente funciona gradualmente exercendo um controle crescente sobre os indivíduos por meio de uma variedade de técnicas, tais como: repetição excessiva de atividades rotineiras, humilhação intensa ou privação de sono. Como empregado por FACTNet, o termo "seita" refere-se a um grupo destrutivo que utiliza controle da mente para influenciar enganosamente os seus seguidores. Tornou-se bastante comum usar esse termo para designar qualquer organização ou grupo que use controle da mente em seus membros. "Cultos" ou "seitas" não são necessariamente religiosos. Pode-se formar em torno de qualquer assunto seja político, racial, psicoterapêutico, ou até mesmo atlético. A FACTNet, juntamente com a maioria dos experts em "seitas" atualmente, define se um grupo é ou não "uma seita" estritamente pelas táticas de controle que utiliza, não pelas suas crenças.
Visando à proteção de nossos direitos constitucionais e direitos humanos básicos, FACTNet pretende promover um esclarecimento no assunto de controle da mente para que você possa se proteger e aos seus entes queridos de qualquer indivíduo ou organização que esteja engajada nesse tipo de manipulação.
COMO FUNCIONA O CONTROLE DA MENTE
Uma visão técnica das técnicas de controle da mente
(Este documento, na íntegra, foi apresentado à Suprema Corte americana como um estudo sobre sistemas psicológicos coercitivos no caso Wollersheim versus a Igreja de Cientologia 89-1367 e 89-1361. O Caso Wollersheim estava sendo considerado em relação a acontecimentos envolvendo abusos nessa área. Neste documento, persuasão coercitiva é o termo oficial utilizado para descrever a natureza dos sistemas psicológicos coercitivos. Os detalhes específicos do caso Wollersheim foram deletados.)
Coerção é definida como " conter ou refrear pela força..." Legalmente, com freqüência também implica no uso da FÔRÇA FÍSICA ou ameaça física ou jurídica. O conceito tradicional de coerção é muito melhor compreendido do que os conceitos tecnológicos de "persuasão coercitiva" que consistem em eficaz ação de deter, prejudicar ou forçar por meio da aplicação gradual de FÔRÇAS PSICOLÓGICAS.
Um programa de persuasão coercitiva é uma tecnologia de mudança comportamental aplicada no "aprendizado" ou na "adoção" de uma série de comportamentos ou ideologias sob determinadas condições. Difere de outras formas de aprendizado social benéfico ou persuasão pacífica pelas condições pelas quais é conduzido e pelas técnicas de manipulação ambiental e interpessoal empregadas para suprimir comportamentos específicos ou para treinar outros. Com o decorrer do tempo, a persuasão coercitiva, uma força psicológica semelhante, em alguns pontos ao nosso conceito jurídico de influência indevida, pode se tornar MAIS efetiva do que dor, tortura, drogas e o uso de força física e ameaças legais.
O projeto "Manchurian Candidate" da guerra da Coréia, uma concepção errônea da necessidade de drogas para aumentar a sugestionabilidade, e dor física e tortura, para provocar reforma de pensamento, é geralmente associado com os antigos conceitos e modelos de lavagem cerebral. Hoje em dia, não são mais necessários para que um programa de persuasão coercitiva seja eficaz. Com a utilização de drogas, dores físicas, tortura, ou até mesmo uma ameaça física, é possível fazer alguém, temporariamente, fazer coisas contra a sua vontade. É possível até forçá-lo a fazer coisas que ele detesta, que não quer ou que não gosta de fazer. As pessoa fazem, porém não há mudança em sua atitude.
Isso é muito diferente e muito menos devastador que o que se pode conseguir com os aperfeiçoamentos nas técnicas de persuasão coercitiva. Com estas é possível mudar as atitudes de pessoas sem o seu conhecimento e vontade. É possível criar novas "atitudes" que os levarão a fazer , de bom grado, coisas que antes detestavam, coisas que previamente só fariam sob tortura, dor física, ou drogas. Os avanços nas tecnologias de produção de extrema ansiedade e stress emocional realizados na persuasão coercitiva, alcançam mais sucesso do que o antigo estilo de coerção baseada em dor, tortura, drogas ou ameaças, porque nesses métodos antigos as atitudes não são mudadas e os sujeitos obedecem às ordens "de boa vontade". A persuasão coercitiva provoca mudanças de atitude e comportamentais, não somente comportamentais.
OS PROPÓSITOS E TÁTICAS DA PERSUASÃO COERCITIVA
Define-se melhor persuasão coercitiva ou reforma do pensamento, como também é conhecida, como um sistema coordenado de influência coercitiva gradual e controle de comportamento, elaborado para manipular e influenciar indivíduos de maneira enganosa e subliminar, geralmente em situações de grupo, com o objetivo de trazer para os idealizadores do programa algum ganho, geralmente financeiro ou político . A estratégia essencial utilizada pelos que realizam tais programas, é a de sistematicamente selecionar , planejar e coordenar as inúmeras táticas de persuasão coercitiva durante períodos contínuos de tempo. Há sete táticas principais utilizadas em combinações variadas, num programa de persuasão coercitiva. Um programa de persuasão coercitiva pode ainda ser muito eficaz mesmo sem a presença de todos esses sete tipos de táticas.
Tática 1
O indivíduo é preparado para reforma de pensamento através de um aumento da sugestionabilidade, ou período de "suavização", específicamente pela hipnose ou outras técnicas para aumento da sugestionabilidade, tais como:
A) Extensas repetições para fixacão de estímulos auditivos, visuais, verbais ou tácteis.
B) Excessiva repetição exata de atividades rotineiras.
C) Privação de sono.
D) Restrição nutricional.
Tática 2
Através da utilização de reforço ou punição, esforços são feitos no sentido de estabelecer um controle significativo sobre o ambiente social de uma pessoa, o tempo e as fontes de apoio social. O isolamento social é promovido. O contato com família e amigos é reduzido, assim como o contato com pessoas que não compartilham das atitudes aprovadas pelo grupo. Dependência econômica bem como de outros tipos é incrementada. ( Nas preliminares da persuasão coercitiva, ou lavagem cerebral, isso era muito fácil de conseguir por meio de simples aprisionamento).
Tática 3
Informações antagônicas e opiniões desfavoráveis são proibidas na comunicação grupal. Existem regras sobre quais temas são permitidos em conversa com pessoas "de fora". A comunicação é altamente controlada. Uma linguagem "do grupo" é, geralmente, criada.
Tática 4
São realizados intensos e frequentes esforços para forçar a pessoa a reavaliar, de maneira negativa, os aspectos mais centrais de sua experiência pessoal e conduta anterior . Esforços são realizados para desestabilizar e minar a consciência básica do sujeito, sua consciência da realidade, visão de mundo, controle emocional e mecanismos de defesa, e para que haja uma reconstrução de sua história de vida, e a adoção de uma nova versão de causalidade.
Tática 5
Esforços intensos e frequentes no sentido de minar a autoconfiança da pessoa e de sua capacidade de julgamento, criando uma sensação de impotência.
Tática 6
Punições morais são utilizadas tais como humilhação intensa, perda de privilégios, isolamento social, mudanças no status social, forte sentimento de culpa, ansiedade, manipulação e outras técnicas designadas a estimular fortes aversões
emocionais,etc.
Tática 7
Certas ameaças psicológicas seculares (força) são usadas ou estão presentes. A recusa em adotar a atitude, crença ou subsequente comportamento desejados levará a punições severas ou drásticas consequências, (isto é: doença física ou mental, o ressurgimento de doença física pré-existente, dependência química, falência econômica, insucesso social, divórcio, desintegração, insucesso na procura de um parceiro, etc.). Um outro conjunto de critérios tem a ver com a definição dos elementos comuns nos sistemas de controle da mente. Se grande parte do modelo de oito pontos para reforma do pensamento de Jay Lifton, estiver sendo utilizada numa organização, trata-se de um culto ou seita muito perigosa e destrutiva. Veja abaixo os 8 pontos desse modelo.
MODELO DE 8 PONTOS PARA REFORMA DO PENSAMENT0
de Robert Jay Lifton
1. Controle de ambiente. Limitação de muitas ou todas as formas de comunicação com não-membros do grupo. Livros, revistas, cartas e visitas de amigos são "tabus". "Saia e separe-se"!
2. Manipulação mística. O candidato em potencial ao grupo é convencido dos altos propósitos e da missão especial do grupo através de uma marcante experiência, como um suposto milagre ou uma palavra profética por algum dos membros do grupo.
3. Exigência de pureza. Um objetivo explícito do grupo é o de promover algum tipo de mudança, seja ela num nível global, social ou pessoal. "A perfeição é possível se permanecer no grupo e se comprometer".
4. Culto da confissão. A pouco saudável prática de fazer confissões perante os membros do grupo. Com freqüência no contexto grupal de uma reunião, a admissão de pecados, erros e imperfeições do passado, até mesmo dúvidas sobre o grupo e pensamentos críticos com relação à integridade dos líderes.
5. Ciência sagrada. A perspectiva do grupo é absolutamente verdadeira e completamente adequada para explicar TUDO. A doutrina não está sujeita a alterações ou questionamentos. Requer-se absoluta conformidade à doutrina.
6. Linguagem tendenciosa. Um novo vocabulário emerge do contexto grupal. Os membros do grupo "pensam" dentro dos estreitos e muito abstratos parâmetros da doutrina do grupo. A terminologia eficientemente impede o pensamento crítico dos membros pelo reforço da mentalidade "certo e errado". Termos tendenciosos e jargões criam pensamento preconceituoso.
7. Doutrina acima da pessoa. Experiências anteriores ao grupo e experiências grupais são interpretadas de maneira estreita e dentro da própria doutrina , até mesmo quando a experiência contradiz a doutrina.
8.Dispensação da existência. A salvação só é possível dentro do grupo. Os que abandonam o grupo estão perdidos.
PERSUASÃO COERCITIVA NÃO É PERSUASÃO AMISTOSA
Os programas que utilizam as sete táticas acima citadas têm como denominador comum a tentativa de promover grandes mudanças na auto-imagem das pessoas, suas percepções da realidade e relações interpessoais. Quando têm sucesso em promover essas mudanças, os programas de reforma de pensamento coercitiva criam também o potencial de forças necessárias para exercer influência indevida na capacidade da pessoa de tomar decisões de maneira independente e até de tornar essa pessoa um agente multiplicador para o benefício da organização sem o consentimento ou o tácito conhecimento da pessoa.
Programas de persuasão coercitiva são efetivos porque para os indivíduos que experimentam os programados e severos fatores estressantes gerados por eles, somente conseguem reduzir as pressões aceitando o sistema ou adotando os comportamentos promulgados pelos patrocinadores do programa de coerção. A relação entre a pessoa e as técnicas de persuasão coercitiva é dinâmica na medida em que, apesar da força das pressões, prêmios e punições ser considerável, ela não leva a uma reorganização das crenças ou atitudes feita de forma voluntária, estável e significativa . Ao contrário, ela leva a um tipo de aceitação forçada e a uma racionalização elaborada para a nova conduta, em função da situação.
Novamente, para conseguir manter as novas atitudes ou "decisões", sustentar a racionalização e continuar a influenciar indevidamente o comportamento de uma pessoa ao longo do tempo, as táticas coercitivas precisam ser aplicadas mais ou menos continuamente. Discursos inflamados sobre "inferno e perdição", sermões do púlpito com o objetivo de induzir ao sentimento de culpa, ou horas a fio com um vendedor utilizando técnicas de vendas por pressão, ou outros exemplos da chamada persuasão amistosa, não constituem a base necessária para um programa de persuasão subliminar que seja contínuo, coordenado e cuidadosamente selecionado, assim como aqueles encontrados nos programas mais abrangentes de "persuasão coercitiva".
Práticas de persuasão religiosa verdadeiramente pacíficas nunca tentariam forçar, compelir ou dominar o livre arbítrio ou as mentes de seus membros através de técnicas comportamentais coercitivas ou hipnotismo disfarçado. Elas não encontram nenhuma dificuldade na coexistência pacífica com a legislação americana destinada a proteger o público contra tais práticas.
Fingir ser persuasão amistosa é exatamente o que leva a persuasão coercitiva menos provável de atrair atenção ou mobilizar oposição. É isso também que a torna tão devastadora como tecnologia de controle. Vítimas de persuasão coercitiva apresentam: nenhum sinal de abuso físico, racionalizações convincentes para as mudanças abruptas ou radicais em seu comportamento, uma sinceridade convincente, pois elas foram mudadas de maneira tão gradual que nem se aperceberam do fato.
Para saber se persuasão coercitiva foi ou não usada torna-se necessário um cuidadoso estudo de caso, de todas as técnicas de influência usadas e de como foram aplicadas. O foco no meio de convencimento e no processo usado, não na mensagem, e também nas diferenças fundamentais , não nas similaridades por coincidência, torna fácil perceber qual o sistema utilizado. O continuum de influência ajuda a tornar mais perceptível a diferença entre persuasão amistosa e persuasão coercitiva.
VARIÁVEIS
Nem todas as táticas utilizadas num ambiente de persuasão coercitiva serão sempre coercitivas. Algumas táticas de natureza inócua ou velada misturam-se a elas. Nem todos os indivíduos expostos à persuasão coercitiva ou reforma de pensamento são coagidos eficazmente a se tornarem participantes. A sugestionabilidade individual, a constituição física e psicológica, as fraquezas e diferenças, reagem ao grau de severidade, continuidade e abrangência no qual as várias táticas e o conteúdo do programa de persuasão coercitiva são aplicados e determinam a eficácia do programa ou o grau de prejuízo causado às suas vítimas.
Por exemplo, no caso Estados Unidos x Lee 455 US 252, 257-258 (1982), a Suprema Côrte da California decidiu que: "quando uma pessoa é submetida a persuasão coercitiva sem seu conhecimento ou consentimento... pode sofrer sérias e, às vêzes, irreversíveis disfunções físicas e psiquiátricas chegando mesmo até a tornar-se esquizofrênico, praticar auto-mutilação e suicídio".
QUAIS SÃO OS CRITÉRIOS DE UM PROGRAMA DE PERSUASÃO COERCITIVA?
A) Determinar se o sujeito manteve o conhecimento necessário e a capacidade de volição para tomar a decisão de mudar suas idéias ou crenças.
B) Verificar se o sujeito realmente adotou, afirmou ou rejeitou aquelas idéias ou crenças, de sua própria vontade.
C) Então, se necessário, tudo o que deveria ser examinado é que tipo de processos comportamentais foram usados, não o conteúdo ideológico. É necessário examinar somente os processos comportamentais usados na sua "conversão". Cada suposta situação de persuasão coercitiva deve ser revista caso a caso. As características dos programas de persuasão coercitiva são severas, bem entendidas, e não são acidentais.
PERSUASÃO COERCITIVA NÃO É VOLUNTÁRIA, AMISTOSA OU PRÁTICA BÁSICA DE NENHUMA RELIGIÃO LEGÍTIMA
Persuasão coercitiva não é uma prática religiosa, é uma tecnologia de controle. Não é uma crença ou ideologia, é um processo tecnológico. Como processo, pode ser examinada, em sua tecnologia, por peritos, sem levar em conta o conteúdo de idéias ou crenças, da mesma maneira que se pode examinar o processo técnico de indução hipnótica independentemente do significado ou valor das sugestões pós-hipnóticas. Examinando os processos desta maneira não há violação da legislação que protege as religiões. Persuasão coercitiva é a antítese dessa legislação. Ela é a manipulação injusta das suscetibilidades e fraquezas biológicas e psicológicas de outrem. É uma tecnologia psicológica de FORÇA, incompatível com uma sociedade livre, mas sim com uma sociedade criminosa ou totalitária. Certamente não se trata de uma tecnologia espiritual ou religiosa. Qualquer organização que utilize a persuasão coercitiva em seus membros como prática central, e que também se auto-denomine religiosa, está tornando o SANTUÁRIO da legislação (First amendment) em uma fortaleza para estupro psicológico. É uma contradição em termos e deve ser "desestabelecida". Persuasão coercitiva é uma força psicológica sutil , que compele, que ataca algo ainda mais fundamental e importante do que a nossa "liberdade religiosa". O SEU PERIGO, E O QUE A TORNA CONDENÁVEL, É O FATO DE QUE ELA ATINGE NOSSA AUTO-DETERMINAÇÃO E LIVRE ARBÍTRIO, AS MAIS FUNDAMENTAIS DE NOSSAS LIBERDADES CONSTITUCIONAIS.
Perguntas e respostas sobre controle da Mente
1) Quais os tipos de grupos que utilizam persuasão coercitiva?
2) Quais são os critérios de um programa de persuasão coercitiva?
3) Como saber a diferença entre persuasão coercitiva e persuasão amistosa?
4) Quais são as principais variáveis que levam alguns indivíduos a serem mais afetados do que outros, num programa de persuasão coercitiva?
5) Por quê tão poucas vítimas denunciam ou esperam tanto tempo para pedir ajuda?
6) Por quê ex-membros não denunciam e se tornam mais ativos em alertar o público e parar os abusos?
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1) Quais os tipos de grupos que utilizam os programas de persuasão coercitiva?
Grupos que demonstram uma grande ou excessiva devoção a alguma pessoa, idéia ou coisa e que exigem um comprometimento sem questionamentos, podem potencialmente racionalizar usando os "meios" de persuasão coercitiva para atingir os "fins" para o seu grupo.
Os grupos que utilizam persuasão coercitiva geralmente utilizam técnicas de seleção e escolha para identificar aqueles mais sugestionáveis ou maleáveis, e para isolar os menos sugestionáveis ou maleáveis. Alguns grandes grupos possuem detalhados manuais para treinar especialistas em vendas ou recrutamento dos melhores alvos. Outros, usam testes psicológicos para isolar os sujeitos mais passíveis de manipulação. Os sujeitos mais fáceis de influenciar são geralmente os jovens, confiantes, crédulos e sem senso crítico advindos de ambientes superprotetores, ou então pessoas que possam estar vulneráveis em função de algum evento recente.
Nesse processo altamente premeditado, os rejeitados são geralmente indivíduos que têm livre acesso a informação acurada, crítica ou antagônica. Indivíduos insolentes, egocêntricos, "espertos", muito críticos ou recalcitrantes não são escolhidos porque demandam muito trabalho, são difíceis e custam caro.
É possível distinguir grupos perigosos que usam persuasão coercitiva dos grupos de persuasão amistosa quando se ignora suas similaridades coincidentais e se analisa os métodos de persuasão coercitiva. As crenças de um determinado grupo não são indicativas da utilização de persuasão coercitiva.
2) Quais são os critérios de um programa de persuasão coercitiva?
Para se saber se um programa de persuasão coercitiva foi responsável por alguma mudança comportamental observável, é necessário observar : a) se o sujeito tinha conhecimento e capacidade de volição para tomar a decisão de mudar suas crenças e idéias, e b) se o indivíduo realmente adotou, afirmou ou rejeitou aquelas idéias por sua própria vontade.
O que deve ser observado são os processos comportamentais e não o conteúdo ideológico. Por exemplo: não é necessário analisar o que é verdadeiro ou falso a respeito do comunismo, para saber se um sujeito foi ou não submetido a um programa de lavagem cerebral. Há a necessidade apenas de se observar os processos comportamentais utilizados na "conversão". Não há necessidade de se questionar a fé de um indivíduo e nem pedir que ele a explique racionalmente.
Cada suposta situação de persuasão coercitiva deve ser examinada caso a caso. As características dos programas de persuasão coercitiva são severas, bem compreendidas e não são acidentais.
3) Como saber a diferença entre persuasão coercitiva e persuasão amistosa?
É possível pensar em exemplos benignos ou menos severos de quaisquer das "sete táticas" que, por si só, podem não ser coercitivas. Mas exemplos individuais aleatórios não exemplificam os abrangentes critérios que devem estar presentes para se saber se um programa planejado de persuasão coercitiva foi ou não usado.
A relação entre a pessoa e as táticas de persuasão coercitiva é dinâmica, na medida em que não levam a uma reorganização de crenças ou valores que seja estável, significativa e aceita , apesar das formidáveis forças das pressões, prêmios e punições exercidas sobre a pessoa. Elas levam a uma aceitação forçada e a uma racionalização situacional. Para manter as novas atitudes ou "decisões" e sustentar a racionalização, o programa deve ser aplicado quase que continuamente.
Mesmo que uma pistola de água possa ser um exemplo benigno de arma, não seria incluída numa legislação destinada a proteger a população contra armas de fogo. Da mesma forma, religiões que utilizam persuasão amistosa não têm nada a temer nem deverão ser afetadas pela legislação anti-persuasão coercitiva.
4) Quais são as variáveis principais que levam alguns indivíduos a serem mais afetados do que outros num programa de persuasão coercitiva?
Nem todas as táticas utilizadas num programa de persuasão coercitiva são coercitivas. Algumas táticas de natureza inócua, atraente ou encoberta são misturadas com as outras.
Persuasão coercitiva é suficientemente efetiva para assegurar o recrutamento de muitos dos que são abordados e para reter muitos daqueles que se apresentam. Mas, nem todos os indivíduos expostos a um programa de persuasão coercitiva são efetivamente coagidos. Persuasão coercitiva não é mágica e nem tão tecnologicamente desenvolvida, que possa ser infalível.
O que faz a diferença são a personalidade individual, a sugestionabilidade, os pontos fortes e fracos no aspecto genético, fisiológico e psicológico, as diferenças e as experiências de vida. Essas variáveis interagem com o grau de severidade, consciência e abrangência das práticas coercitivas do grupo. Todos esses fatores determinam a eficácia do programa e o grau de dano causado às suas vítimas.
Não estamos sugerindo que somente pessoas fracas sejam influenciadas pelos programas de persuasão coercitiva. Uma concepção errada é a de que todas as vítimas vieram de famílias más, foram fracas, ou tiveram uma parcela de responsabilidade pelo fato de se encontrarem naquela situação.
Ninguém "entra para uma seita". Pessoas recrutadas para grupos destrutivos pensam que estão fazendo algo muito diferente, algo benéfico e de valor. Qualquer um pode ser recrutado, dependendo do discurso do "vendedor" e suas condições de vida no momento. Todos somos vítimas em potencial. A racionalização conveniente de que as pessoas são responsáveis pela sua própria vitimização permite que nos sintamos diferentes daquelas pessoas e, portanto, muito mais em controle e protegidos desse perigo aleatório.
5) Por quê tão poucas vítimas denunciam ou esperam tanto tempo para pedir ajuda?
É muito difícil para ex-membros , principalmente os que permaneceram mais tempo ou ocuparam cargos mais altos, admitir que foram totalmente enganados e se permitir falar sobre o que sabem. O grupo os levou a acreditar que eles são total e completamente responsáveis pelo que aconteceu a eles e que o grupo nunca é o culpado.
O resultado é que as vítimas foram tão fortemente induzidas do conceito de que eram os únicos responsáveis pela decisão de entrar para a Cientologia, que só podiam culpar a si mesmos. Algumas vezes era para eles impossível conceber que tivessem sido tão ludibriados. Eles podem negar que tenham sido enganados por que senão teriam que aceitar a idéia de serem muito tolos ao tomar as decisões que tomaram em suas vidas, e porque seria muito doloroso verificar o quanto eles foram prejudicados.
Não confiar em suas próprias decisões e percepções da realidade é assustadoramente próximo ao pior terror: insanidade. Sem a informação, inacessível a eles, no culto e sem terapia, esse nível de negação da realidade passada é difícil de superar.
A armadilha não é um acidente. Juntamente com outras táticas, as seitas deliberadamente inculcam em seus membros mecanismos de autoproteção, manutenção do segredo, e responsabilidade em redirecionar mecanismos de negação "sem saída". A organização sempre tem razão, os indivíduos são sempre os errados e os responsáveis, problemas acontecem para aqueles que violam o código de silêncio, etc.
6) Por quê os ex-membros não denunciam e se tornam mais ativos em educar o público e parar com os abusos?
A maioria das vítimas não possui a informação e o aconselhamento necessários para combater a reforma de pensamento e a indução de fobias que receberam na seita. Eles precisam da informação para saber que há uma razão para denunciar, e de terapia para se fortalecer mentalmente para poder denunciar. Aqueles que permaneceram nas seitas por longos anos tiveram sua capacidade de análise prejudicada ou, pelo menos, sem praticar, e portanto, podem continuar acreditando, como as boas vítimas devem fazê-lo, que a seita sempre foi boa e correta e que eles foram sempre maus e errados.
Quando em transe, foram sugestionados, foram completamente ludibriados em acreditar que tudo aconteceu por sua própria responsabilidade. São vítimas que ainda não têm consciência de que o são. Esta é a regra com as vítimas de programas de reforma de pensamento, e não a exceção.
Ex-membros com alguma experiência temem as conseqüências para os desertores e famílias de desertores que denunciam. Não acham que vale a pena e acreditam que outras pessoas assumirão a responsabilidade por eles pelo sofrimento sem fim que a seita traz às vidas das pessoas. Muitos estão tão traumatizados com a organização que não querem ouvir falar dela.
CONTROLE DA MENTE E RELIGIÃO
Persuasão coercitiva é uma conduta secular. Sendo reconhecida como coerção e "influência indevida", é uma conduta ilegal. Proibição dessa conduta específica protege o próprio Estado e a liberdade de todos os cidadãos de exercer seus direitos, sem infringir os direitos de livre exercício das organizações religiosas.
A persuasão coercitiva é a antítese da primeira emenda constitucional. Ela produz muito do danoso resultado de uma fraude, aprisionamento sob falsos pretextos, coerção, influência indevida, servidão involuntária, aplicação intencional de angústia emocional, conduta abusiva e outros atos desonestos.
A persuasão coercitiva é a manipulação injusta das fraquezas biológicas e psicológicas e das suscetibilidades de um outro ser humano. É o oposto de caridade e gentileza. É um modus operandi psicológico de uma sociedade totalitária criminosa.
Persuasão coercitiva não é uma prática religiosa. É uma tecnologia de controle disfarçada. Não é uma crença nem uma ideologia. É um processo tecnológico que prejudica a racionalidade.
Como processo ela pode ser examinada separadamente de qualquer mensagem que contenha e que possa ser associada aos seus praticantes. É como examinar os processos técnicos utilizados em indução hipnótica separadamente do estudo do valor ou do significado de qualquer sugestão hipnótica induzida durante o processo. O exame dos processos, nunca das crenças, jamais violará as leis que protegem as religiões.
John Dewey acreditava que, "o poder humano de atender aos chamados da razão e da verdade protege a democracia". Qualquer organização usando persuasão coercitiva em seus membros e que também declare ser religiosa, está fazendo uso da confiança sagrada e dos privilégios da legislação, para torná-la uma fortaleza para abuso psicológico. Está disfarçadamente distorcendo o conceito de "liberdade de crença" para negar o nosso mais fundamental direito constitucional que garante racionalidade irrestrita na nossa liberdade de pensamento e livre arbítrio.
Liberdade religiosa não pode existir sem haver primeiro uma proteção absoluta para a liberdade de pensamento. Liberdade religiosa sem liberdade de pensamento é um absurdo.
".....Uma igreja não pode buscar proteção na Constituição enquanto que, ao mesmo tempo, priva os cidadãos da proteção de outras garantias constitucionais".
- Robin George x Sociedade Internacional da Consciência de Krishna 473 F,
Supp. At 312, US 89-1399
COMO AVALIAR SE UM GRUPO É UMA SEITA DESTRUTIVA
Pergunta: Qualquer pessoa pode atacar injustamente um grupo com o qual não concorda, por meio de denúncia de que se trata de uma seita ou declarando que utiliza controle mental coercitivo. Como a FACTNet evita esse tipo de problema e define de maneira justa se um grupo se constitui ou não numa seita?
Resposta: FACTNet utiliza critérios específicos para determinar se um sistema de controle da mente foi ou não utilizado, e não sugere que organizações sejam seitas destrutivas ou perigosas sem uma cuidadosa pesquisa que permita comparar se a evidência se encaixa nos critérios específicos ou não. Há três grupos de critérios:
O primeiro grupo vem da utilização ou não de uma série de táticas de controle da mente. Favor ver "Uma abordagem técnica das táticas de controle da mente" no endereço: http://www.factnet.org/rancho 1.htm para detalhes.
O segundo grupo de critérios tem a ver com a definição de outros elementos comuns aos sistemas de controle da mente, conforme o Modelo de Oito Pontos para Reforma do Pensamento , de Robert Jay Lifton. Ver no endereço acima. Se muitos pontos desse modelo estiverem sendo usados numa seita, trata-se provavelmente de uma organização perigosa e destrutiva.
O terceiro grupo de critérios tem a ver com a definição dos elementos comuns aos cultos perigosos e destrutivos. O trecho a seguir ajudará a clarificar quais são alguns dos elementos específicos e quais são os critérios.
CARACTERÍSTICAS COMUNS ÀS SEITAS POTENCIALMENTE DESTRUTIVAS E PERIGOSAS
A seita é autoritária na sua estrutura de poder. O líder é visto como a autoridade suprema. Ele ou ela pode delegar algum poder a alguns subordinados com o propósito de observar que os membros aceitem os desejos do líder e suas regras.
Não é possível apelar para outros sistemas superiores de justiça fora desse sistema . Por exemplo: se um professor sentir-se tratado injustamente por um diretor de escola, ele pode apelar para outra autoridade. Numa seita, o líder reivindica ter o poder final sobre qualquer desacordo.
Os líderes das seitas tendem a ser carismáticos, determinados e dominadores. Eles convencem seus seguidores a abandonar suas famílias, empregos, carreiras e amigos para segui-los. Eles (e não os indivíduos) assumem o controle sobre todas as posses de seus seguidores, inclusive seu dinheiro e suas vidas.
Os líderes se auto-elegem, são pessoas messiânicas que declaram ter uma missão especial na vida. Por exemplo: os líderes do culto aos discos voadores afirmam que povos do espaço os escolheram para conduzir as pessoas a locais especiais para aguardar pelas naves espaciais.
Os líderes de seitas centralizam toda a veneração dos membros para si mesmos.
Sacerdotes, rabinos, ministros, líderes democráticos e líderes de movimentos genuinamente altruístas orientam toda a veneração dos seus seguidores para Deus, princípios abstratos e objetivos coletivos. Os líderes de seitas, ao contrário, mantêm -se como focos do amor, devoção e fidelidade.
As seitas tendem a ser centralizadoras no controle do comportamento de seus membros. As seitas tendem a planejar em detalhes o que os membros poderão vestir, comer, onde e quando trabalhar, dormir, tomar banho, assim como sobre o que podem crer, pensar e dizer.
As seitas tendem a ter um duplo código de ética. Os membros são encorajados a serem abertos e honestos com o grupo e fazer confissões a seus líderes. Em compensação, são encorajados a enganar e manipular pessoas de fora, não-membros. As religiões estabelecidas ensinam seus membros a serem honestos e verdadeiros para com todos e a seguirem um só código de ética.
Uma seita tem basicamente dois objetivos: recrutar novos membros e levantar fundos. Religiões e movimentos humanitários também recrutam e levantam fundos. No entanto, seu propósito não é apenas tornar-se maior; tais grupos têm por objetivo melhorar a vida de seus membros e de toda a humanidade. As seitas afirmam fazer contribuições para a sociedade, no entanto isso fica só na promessa. Seu foco é sempre dominar através do recrutamento de novos membros e do levantamento de fundos para se manterem.
A seita parece ser inovadora e exclusiva. O líder afirma estar recusando a tradição, oferecendo algo novo, e instituindo o único meio de mudança viável, que resolverá os problemas da vida e os males do mundo. Enquanto afirma isso, a seita então , de maneira sub-reptícia usa sistemas de coerção psicológica em seus membros para inibir sua habilidade de avaliar a veracidade das promessas do líder e da seita.
CULTOS ENTRE NÓS
Dra. Margaret Thaler Singer
Uma das principais autoridades no tema de persuasão coercitiva, Margaret Thaler Singer, Ph.D.,é psicóloga clínica e professora adjunta emérita da Universidade da Califórnia, em Berkeley. No exercício de sua função ela entrevistou e aconselhou mais de 3.000 membros atuantes ou ex-membros de seitas, seus parentes e amigos.
A Dra. Singer é a autora do livro "Cultos entre nós", que apresenta o resumo de 50 anos de trabalho no assunto. Na década de 50, como psicóloga veterana no laboratório de psicologia do Instituto Militar de Pesquisa Walter Reed, ela trabalhou com o Dr. Robert Jay Lifton e outros que estudavam prisioneiros de guerra da guerra da Coréia. Foi então que ela encontrou as formas de persuasão coercitiva ou programas de reforma de pensamento aos quais, não apenas prisioneiros de guerra mas também civis de várias origens, foram submetidos no Oriente. Ela também entrevistou um número de padres jesuítas que também foram submetidos aos programas de reforma de pensamento quando aprisionados na China.
Em função de seu trabalho anterior no Walter Reed, a Dra. Singer estava familiarizada com a história de persuasão coercitiva em muitas situações através da História. A seguir, estudos de laboratório realizados por psicólogos sociais, estudos de campo sobre influência realizados por antropólogos, e análise da propaganda feita por analistas políticos e lingüistas, tornaram-se úteis quando ela começou a estudar a atuação de seitas atuais e de outros grupos que utilizam processos de reforma de pensamento para induzir mudanças comportamentais e de atitude em seus membros, como eles usam as palavras para persuadir, controlar e até prejudicar as pessoas.
Na década de 60, a Dra. Singer escreve na introdução do livro Cultos Entre Nós:
"Eu comecei a ser procurada por famílias em que havia membros desaparecidos - geralmente a pessoa desaparecida era jovem, entre 18 e 25 anos, e tinha se envolvido com uma ou outra das seitas que estavam apenas começando naquela época. Os familiares e conhecidos revelavam que tinha havido uma mudança na personalidade do desaparecido, uma nova maneira de falar, emoções contidas, um corte com a família e o passado. Reconheci o que me parecia ser os efeitos de um programa de reforma de pensamento ou o tipo de persuasão intensa e os controles sociais que eu já havia estudado por tanto tempo, coisas que, até então, só acreditávamos acontecessem em lugares longínquos. Mas agora, era bem aqui em casa".
Na sua introdução a Dra. Singer define seitas em termos que permitem ver com clareza a relevância desse assunto para todos nós:
"Há muitas definições e pontos-de-vista sobre o que é uma seita , e às vezes, escritores, estudiosos e até mesmo ex-membros evitam usar o termo. O termo "culto" ou "seita" implica em alguma coisa estranha, alguma coisa não muito normal, algo que não bom para nós, Mas como é mostrado no livro Seitas Entre Nós, seitas estão longe de ser marginais e aqueles que pertencem a elas não são diferentes de você ou de mim. Os assuntos que elas representam são fundamentais para nossa sociedade, para a nossa compreensão do outro, e para a nossa aceitação de nossas vulnerabilidades e para o potencial de abuso no nosso mundo.
"Neste livro usarei o termo "culto" ou "grupo cúltico" para me referir a qualquer um dos muitos grupos que brotaram em nossa sociedade e que têm muitas semelhanças na maneira como surgiram, na sua estrutura de poder e na maneira como são governados. Cultos variam desde os mais benignos até aqueles que exercem um controle extraordinário sobre as vidas de seus membros e que usam processos de reforma de pensamento para influenciar e controlar seus membros. Apesar de que a conduta de certos cultos dão margem a crítica pelos não-membros, o termo culto não é, por si só pejorativo mas simplesmente descritivo. Ele denota um grupo que se forma em torno de uma pessoa que afirma ter uma missão ou um conhecimento especial, que será compartilhado com aqueles que abrirem mão de sua liberdade de decidir sobre suas vidas em prol do auto-denominado líder.
"Há cultos de todos os tamanhos, em torno de qualquer tema, e que recrutam pessoas de todas as idades e de todos os tipos. Nem todos os cultos são religiosos, como muitas pessoas pensam. As razões para sua existência podem ser religiosas, com base em estilo de vida, políticas ou em torno de variadas filosofias.
Nem todo mundo que é abordado por um recrutador do culto, se associa, e entre aqueles que assim o fazem, nem todos permanecem para sempre. Os cultos variam em função do seu poder político ou financeiro. Alguns são fenômenos locais com apenas 12 membros. Outros, têm milhares de membros, administram negócios internacionais e controlam complexas organizações no valor de muitos milhões, ou até muitos bilhões de dólares."
Mais além, em sua introdução, a Dra. Singer compara a visão de George Orwell de uma utopia negativa na sua clássica obra "1984", com o mundo interno dos cultos atuais:
"Cultos atuais e grupos de reforma de pensamento tendem a oferecer utopias, lugares onde todos os males da humanidade serão curados. A atração que o culto tem é que, se você vier também, você estará salvo e todos viverão felizes para sempre.
"De tempos em tempos, pessoas têm escrito sobre tais promessas utópicas, mas também têm escrito sobre seu outro lado, que podem ser chamadas de utopias negativas. Em 1949, George Orwell escreveu a respeito da utopia negativa que ele temia estivesse evoluindo, talvez para acontecer em 1984. Outros antes dele, como Daniel Defoe, Aldous Huxley e Jack London, também escreveram sobre utopias negativas nas quais os sistemas políticos gradualmente tolhiam e eventualmente neutralizavam de maneira criativa, científica e caridosa,a mais básica capacidade das pessoas - a de raciocinar. Nesses governos reais ou imaginários, a tortura, as drogas e técnicas misteriosas e esotéricas eram os métodos temidos pelos quais as pessoas poderiam ser controladas.
"O gênio de Orwell permitiu perceber que combinações de técnicas psicológicas e sociais são mais fáceis e mais baratas do que os métodos coercitivos tipo arma-na-cabeça. Persuasão psicológica e social provavelmente também atrairão menos atenção e mobilizarão muito menos oposição de maneira fácil e rápida por parte daqueles sendo manipulados. Orwell ponderou que, se um governo puder controlar toda a mídia e as comunicações interpessoais e ao mesmo tempo forçar os cidadãos a um discurso politicamente controlado, pode extinguir todo pensamento independente. Se o pensamento puder ser controlado então, poder-se-ia evitar ações de rebelião contra o regime. Não somente em seu livro Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, mas também em ensaios sobre política e o idioma inglês, Orwell enfatizou o poder das palavras. Palavras representam pensamentos, e, sem a capacidade de expressar pensamentos, as pessoas perdem o acesso à sua própria capacidade de pensar.
"Quando o ano 1984 chegou, vários governos totalitários estavam controlando e censurando a mídia e dizimando indivíduos dissidentes. E, no decorrer dos anos, muitas versões dos livros de Orwell como Big Brother, Newspeak e Thought Police, alguns terríveis e outros mais sutis, apareceram aqui e ali , em todos os lugares. As predições de Orwell podem nunca se concretizar completamente devido às maravilhosas propriedades da mente humana quando tem liberdade para raciocinar. Mas suas idéias servem como um alerta sobre o quão fortemente o pensamento das pessoas pode ser influenciado.
"Desde a década de 60, têm surgido movimentos, não governamentais, mas de grupos empresariais independentes que se dedicam ao negócio de manipulação da mente e mudança de personalidade. Miríades de falsos messias, charlatães e líderes de cultos e de grupos de reforma de pensamento emergiram e utilizam as técnicas de manipulação orwellianas. Eles recrutam os curiosos, os não-filiados, os confiantes e os altruístas. Eles prometem utopias intelectuais, espirituais, políticas, sociais e de auto-realização. Esses modernos flautistas de Hamelin oferecem, entre outras coisas, caminhos para chegar a Deus, salvação, revolução, desenvolvimento pessoal, iluminação, saúde perfeita, crescimento psicológico, igualdade, canais para comunicar-se com entidades de 35 000 anos de idade , vida em ecosferas, e contato com seres extraterrestres.
"Há realmente um grande banquete de cultos espirituais, psicológicos, políticos e de outros tipos buscando membros e devotos. Contrariando o mito de que aqueles que se filiam aos cultos são buscadores, é o culto que sai ativa e agressivamente em busca de seguidores. Eventualmente, aqueles grupos submetem seus seguidores a tratamentos para anestesiar a mente e bloquear a capacidade de pensamento crítico e também a capacidade de avaliação, e subjugam sua livre escolha dentro de um contexto de hierarquia rigidamente forçada.
"A sabedoria dos tempos indica que a maior parte da manipulação é sutil e disfarçada. Quando Orwell comentou sobre essa sabedoria, ele tinha em mente a evolução de um insidioso e bem sucedido manipulador de mentes e opiniões. Ele se apresentaria como um sorridente e aparentemente benigno "Irmão Maior" (Big Brother). Mas, ao invés de um Big Brother, hoje em dia vemos hordas de Big Brothers no mundo. Muitos deles são líderes de cultos."
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