publicado
em 23 de novembro de 2010 às 14:46
1. A estratégia da distração. O elemento
primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em
desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas
pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação
de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da
distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse
pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia,
da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída,
longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância
real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar;
de volta à granja com outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para
guerras tranquilas”).
2. Criar problemas e depois oferecer soluções.
Esse método também é denominado “problema-ração-solução”. Cria-se um problema,
uma “situação” previsa para causar certa reação no público a fim de que este
seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar
que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados
sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e
políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para
forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o
desmantelamento dos serviços púbicos.
3. A estratégia da gradualidade. Para fazer
com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente,
a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas
radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e
1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em
massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que
teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4. A estratégia de diferir. Outra maneira de
forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa
e desnecessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação
futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio
imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo,
porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que
“tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso
dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la
com resignação quando chegue o momento.
5. Dirigir-se ao público como se fossem
menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público
utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente
infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse
uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais
tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por
quê? “Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em
razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou
ração também desprovida de um sentido crítico (ver “Armas silenciosas para
guerras tranquilas”)”.
6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a
reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um
curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos
indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite
abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias,
desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos…
7. Manter o público na ignorância e na
mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as
tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A
qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais
pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja
entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e
permaneça impossível de alcançar (ver “Armas silenciosas para guerras
tranquilas”).
8. Estimular o público a ser complacente com a
mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido,
vulgar e inculto.
9. Reforçar a auto culpabilidade. Fazer as
pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca
inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de
rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se auto desvalida e se culpa,
o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação.
E sem ação, não há revolução!
10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles
mesmos se conhecem. No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da
ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os
possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à
neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um
conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no
psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a
si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um
controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos
indivíduos sobre si mesmos.
* Linguista, filósofo e ativista
político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de
Massachusetts
Nota do
Viomundo: este texto foi reproduzido da Adital,
onde constava como autor Noam Chomsky. Mas três leitores nos alertaram que o
verdadeiro seria Sylvan Timsit. Fomos checar. Consta realmente nos links
indicados Sylvam Timsit. Acontece que buscamos mais dados sobre Sylvain Timsit
e estranhamente não achamos ainda informações consistentes. Encontrei um
suposto vídeo, mas não aparece o rosto dele. Vamos investigar mais.
Diante disso já enviamos email à Adital para saber a fonte do original em
inglês. Desculpe-nos pelo erro.
Fonte
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Cuidar bem de você é permanecer presente, conectado com a Fonte de Poder Interna, assim poderemos estar fora do controle de egos, que afinal e como não existe "nada lá fora", projetamos...
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