13 de março de 2008

CORAGEM

NOSSO MAIS PROFUNDO MEDO

Nosso mais profundo medo
Não é sermos inadequados.
Nosso mais profundo medo é que sejamos
Poderosos além da medida.
É nossa luz, não nossa sombra,
O que mais nos assusta.
Nós nos perguntamos:
“quem sou eu para ser brilhante,
magnífico, talentoso, fabuloso?”
De fato, quem é você para não ser?
Você é uma criança de Deus.
Sua atuação restrita não serve ao mundo.
Não há nenhum brilho em encolher-se
Para que outras pessoas
Não se sintam inseguras ao seu redor.
Todos nós fomos feitos para brilhar
Assim como as crianças.
Nós nascemos para manifestar
A glória de Deus.
Que está dentro de nós.
Não em alguns de nós
Mas em cada um!
E ao deixar nossa própria luz brilhar
Nós inconscientemente permitimos
Que outras pessoas façam o mesmo,
Quando nos libertamos de nosso próprio medo,
Nossa presença automaticamente liberta outros!



Nelson Mandela, discurso inaugural, 1994, África do Sul

CORAGEM

De todas as virtudes, a coragem é sem dúvida a mais universalmente admirada. Sem dúvida a coragem, como capacidade de superar o medo, vale mais que a covardia que ao medo se entrega. Porém, o que é universalmente admirado, o é também pelos maus. O fato de ser universal em seu princípio, não prova que a coragem o seja em seu sucesso. A coragem pode servir para tudo, para o bem e para o mal, e não alteraria a natureza deste ou daquele.



Embora sempre estimada, a coragem só é verdadeiramente estimável do ponto de vista moral quando se põe, ao menos em parte, a serviço de outrem, quando escapa, muito ou pouco, do interesse egoísta imediato. Admitimos que dificilmente se escapa ao ego, ao princípio do prazer, mas encontrar prazer em servir ao outro, encontrar o bem-estar na ação generosa, é a própria definição e o princípio da virtude. Assim, a coragem só se torna uma virtude quando a serviço do outro ou de uma causa geral e generosa.



Essa coragem, não é a ausência do medo, é a capacidade de superá-lo, quando ele existe, por uma vontade mais forte e mais generosa. É força de alma (agir de maneira firme e inabalável), diante do perigo. Já não é uma paixão, é uma virtude. Já não é a coragem dos durões, é a coragem dos doces e dos heróis. A coragem é a condição de qualquer virtude.



É uma virtude especial que permite enfrentar os perigos e suportar os labores. É o contrário da covardia, decerto, mas também da preguiça e da frouxidão. É preciso superar o impulso que preferiria o repouso, o prazer ou a fuga. Na medida que a virtude é um esforço, toda virtude é coragem, é por isso que já se ouviu dizer que a covardia é a mais grave das injúrias, não porque a covardia seja o pior no homem, mas porque sem coragem não se poderia resistir ao pior em si ou no outro.



A coragem nada mais é que a vontade mais determinada e, diante do perigo ou do sofrimento, mais necessária. É preciso coragem para pensar, sofrer ou lutar, porque ninguém pode pensar em nosso lugar, nem sofrer ou lutar em nosso lugar e, porque é necessário ainda superar em si tudo o que estremece ou resiste, tudo o que preferiria uma ilusão tranqüilizadora ou uma mentira confortável. Toda coragem é feita de vontade.



É preciso sair do medo para a coragem, e esse movimento que começa em cada uma de nossas ações, também está no nascimento de cada um de nossos pensamentos. A coragem triunfa sobre o medo, pelo menos tenta triunfar, e já é corajoso tentar.



A vida nos ensina que o desespero, à vezes, pode dar coragem. Quando não há mais nada a esperar, não há mais nada a temer: eis toda a coragem disponível, e contra toda esperança, para um combate presente, para um sofrimento presente, para uma ação presente!



A virtude de um homem livre se revela tão grande quando ele evita os perigos, como quando os supera, ele escolhe com a mesma firmeza de alma, ou presença de espírito, a fuga ou o combate. Para todo homem há o que ele pode e o que ele não pode suportar. Esse conhecimento torna os homens humildes diante de si mesmos e misericordiosos diante dos outros.



A qualidade transformada da coragem é a “Redenção”. Treinando essa virtude nós nos aproximamos da imagem do Redentor, com humildade e não com orgulho.



O sentido da fala é relacionado com a coragem. O sentido da fala é a compreensão da fala, no seu significado mais espiritual. Saber expressar-se de tal maneira que os outros nos compreendem é uma grande arte. Desde os tempos mais antigos, a fala é a expressão da força de Marte. Marte é também aquele que nos dá força e coragem para a luta.



“Isso é o que temos que aprender nessa era:

viver em plena confiança,

sem nenhum apego à existência,

com a certeza da ajuda sempre presente do mundo espiritual.

Na verdade, nada terá valor se a coragem nos faltar”.



Rudolf Steiner

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