Nossa Criança Interior
A minha, a sua,
A dele, a dela,
A nossa criança interior
Tem a mesma necessidade: Amor.
Tão logo nasce, sente o medo
Do desconhecido e da separação;
Chora, não pelo tapinha,
Mas pela dor da respiração.
Esse serzinho
Protegido no ventre materno
Recebe tudo de graça
E não necessita do ar.
Repentinamente se vê expulso
A trilhar por estreito caminho
Sem saber que na raça
Vai ter que respirar.
Chora pelo medo,
Pela insegurança e pela dor.
Sem entender o que se passa
Ouve alguém dizer: eis a vida!
Então, num relance compreende
Que essa é a porta de chegada.
Seguirá por conta própria a caminhada
Até a hora da saída.
De cabeça para baixo
Foi acolhida.
De cabeça para cima
Deve seguir na vida.
Dor, sofrimento.
Sofrimento, dor.
Só pode ir em frente
Se confiar no amor.
Nos braços e no seio
Da mãe proteção,
A confiança se restaura
E diminui a apreensão.
Ilusoriamente vivendo
Na indiferenciação,
Onde ela e a mãe
São uma só,
Desperta para a consciência
Da individualização,
Onde o drama e a trama
Começam a dar nó.
Instala-se na frágil criança
Perene estado de alerta.
Surge a necessidade
De procurar ser esperta.
A ordem interna é não sofrer.
Começa, então, a se proteger.
Essa criança precisa sobreviver
E para tanto, tem que vencer.
Desenvolve a arte de manipular,
De mentir, de agradar,
De atacar ou recuar.
De adoecer ou gritar.
Fecha-se numa concha
Ou abre-se para o mundo.
Contenta-se com pouco
Ou vira um saco sem fundo.
O desenrolar natural
Do processo de vida
Cria nessa criança
Uma grande ferida.
E a quem cabe cuidar?
Àquele que, dentro de si,
Descobre a sua criança
Acuada, rejeitada, esquecida,
Medrosa ou destemida,
Pessimista ou otimista
Preguiçosa ou ativa
Briguenta ou pacifista
Desenvolvendo a compreensão
Da realidade humana,
Tirando os véus da ilusão
E não se enfiando na cama,
É capaz de estender os braços
E entre soluços clamar:
- “Vem, minha criança,
O meu colo é o seu lugar!”
(Vera Bassoi)
A minha, a sua,
A dele, a dela,
A nossa criança interior
Tem a mesma necessidade: Amor.
Tão logo nasce, sente o medo
Do desconhecido e da separação;
Chora, não pelo tapinha,
Mas pela dor da respiração.
Esse serzinho
Protegido no ventre materno
Recebe tudo de graça
E não necessita do ar.
Repentinamente se vê expulso
A trilhar por estreito caminho
Sem saber que na raça
Vai ter que respirar.
Chora pelo medo,
Pela insegurança e pela dor.
Sem entender o que se passa
Ouve alguém dizer: eis a vida!
Então, num relance compreende
Que essa é a porta de chegada.
Seguirá por conta própria a caminhada
Até a hora da saída.
De cabeça para baixo
Foi acolhida.
De cabeça para cima
Deve seguir na vida.
Dor, sofrimento.
Sofrimento, dor.
Só pode ir em frente
Se confiar no amor.
Nos braços e no seio
Da mãe proteção,
A confiança se restaura
E diminui a apreensão.
Ilusoriamente vivendo
Na indiferenciação,
Onde ela e a mãe
São uma só,
Desperta para a consciência
Da individualização,
Onde o drama e a trama
Começam a dar nó.
Instala-se na frágil criança
Perene estado de alerta.
Surge a necessidade
De procurar ser esperta.
A ordem interna é não sofrer.
Começa, então, a se proteger.
Essa criança precisa sobreviver
E para tanto, tem que vencer.
Desenvolve a arte de manipular,
De mentir, de agradar,
De atacar ou recuar.
De adoecer ou gritar.
Fecha-se numa concha
Ou abre-se para o mundo.
Contenta-se com pouco
Ou vira um saco sem fundo.
O desenrolar natural
Do processo de vida
Cria nessa criança
Uma grande ferida.
E a quem cabe cuidar?
Àquele que, dentro de si,
Descobre a sua criança
Acuada, rejeitada, esquecida,
Medrosa ou destemida,
Pessimista ou otimista
Preguiçosa ou ativa
Briguenta ou pacifista
Desenvolvendo a compreensão
Da realidade humana,
Tirando os véus da ilusão
E não se enfiando na cama,
É capaz de estender os braços
E entre soluços clamar:
- “Vem, minha criança,
O meu colo é o seu lugar!”
(Vera Bassoi)
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