2 de agosto de 2014

O PODER DA MEDITAÇÃO NO PRESÍDIO



Estes presos passaram mais de 240 horas meditando, sem se comunicar.

O resultado foi incrível

Um grupo de detentos de um presídio de segurança máxima de Donaldson, no Alabama, passou por um experimento curioso. Eles ficaram 10 dias meditando.

O tipo de meditação que praticaram foi o Vipassana, que é uma técnica budista e existe há mais de 2500 anos. Para aprendê-la, é preciso passar por um retiro onde uma das regras é o “Nobre Silêncio”. Ou seja, eles não podiam nem conversar entre eles.

A prática foi feita dentro do próprio presídio, em um local improvisado.

Donaldson é um conhecido por ser barra pesada: abriga os condenados à prisão perpétua e à pena de morte no Estado do Alabama, é um dos que registra o maior índice de violência entre detentos nos Estados Unidos e sofre com falta de estrutura e pessoal.

É conhecido como “A Casa do Sofrimento” do sistema prisional norte-americano.

A ideia de trabalhar a meditação entre os presos foi do psicólogo Dr. Ron Cavanaugh. Ele havia lido sobre essa experiência na Índia e resolveu testá-lo em território norte-americano.

Visto inicialmente com ceticismo entre os funcionários e os próprios presos, o experimento acabou dando um resultado que ninguém esperava.

Depois dos 10 dias houve uma mudança da água para o vinho no comportamento dos detentos. Um deles, chefe de uma gangue e um dos homens mais violentos do presídio, passou a aceitar melhor a prisão, abandonou a gangue e ficou mais calmo.

Outros que tinham problemas como depressão, melhoraram o comportamento. Eles formaram um grupo que passou a se ajudar mutualmente e a aceitar tanto os crimes que tinham cometido, quanto a punição que era dada a eles.

Os depoimentos são impressionantes.

O documentário Dhamma Brothers, disponível no Netflix, conta essa história. Eles acompanham o pré experimento, o experimento e o pós.

O interessante é que os documentaristas voltam ao presídio quatro anos depois do retiro que os presos fizeram para avaliar se eles continuavam mudados.E a resposta foi positiva.

TRAILER DO DOCUMENTÁRIO:


*****


Pedi à amiga Gui Driuzo que reside nos EUA para comentar sobre o vídeo e aqui está abaixo.  

Os cursos são gratuitos? Os instrutores e trabalhadores do local são voluntários e o local é mantido com doações. Tem curso na cidade de Monteiro Lobato em São Paulo, no Rio de Janeiro e também em Brasília? Você se imagina ficar 10 dias sem falar? (Boa pergunta Gui!)

Sobre o documentário: muitos dos tópicos que anotei são definições e explicações sobre a vipassana que estão no site acima que te passei. Uma que anotei: Vipassana te coloca em contato com as sensações do seu corpo (depressão, raiva, medo, insegurança, etc.) e te faz perceber que essas sensações e' que estão ditando seu comportamento. Com ela você aprende a não reagir a essas sensações e com isso seu comportamento se modifica.

A ideia de levar a Vipassana para os detentos foi do psicólogo da prisão. Depois de pesarem os pros e contras de uma pratica budista num ambiente relativamente cristão, decidiram tentar. Os dois instrutores de Vipassana se mudaram para dentro da prisão e foram morar numa cela como qualquer outro detento enquanto organizavam o inicio do treinamento, ou seja, eles se sujeitaram a viver num local completamente sem privacidade.... colocaram uma cortina na frente do vaso sanitário e decidiram encarar a situação. No principio estavam apreensivos em fazer o programa com detentos tão violentos, mas confiaram na proteção dos guardas da prisão.

Montaram o alojamento e a sala de treinamento dentro do ginásio esportivo. Separaram a ala de vivencia da ala de treinamento com cortinas e os presos se mudaram para lá por 10 dias. Ninguém entrava e saia de la' com exceção dos instrutores e dos guardas da prisão, ou seja, montaram uma prisão dentro da prisão. Entre os que expressaram o desejo de participar, foram escolhidos os de pior comportamento e mais perigosos dentro da prisão. Na maioria presos sentenciados com prisão perpetua sem direito a recorrer.

Ao mesmo tempo que mostravam o participante meditando, a historia de crime dele, da família, do julgamento ia sendo mostrada. Alguns era de arrepiar. Mas como um advogado disse, a prisão era o lar definitivo deles e eles tinham o direito de se sentir bem nela porque eles não eram apenas assassinos, eram seres humanos também. A maioria tinha cometido os crimes na juventude e por causa de drogas e já estavam na prisão há mais de 15 anos.

Nos 10 dias que ficaram confinados em treinamento e pratica não podiam conversar uns com os outros e tinham que seguir regras mais rígidas do que as da prisão. O treinamento começava com todos sentados em posição de meditação. Faziam exercícios de respiração chamado de Anapana e então vinha o cântico. Eles só ouviam e não cantavam. O cântico estava na língua dos Indús e dizia: "Venha, oh povo do mundo. Andemos no caminho da verdade. O caminho da verdade e' o caminho da paz. O caminho da verdade e' o caminho da felicidade" .... e pelo que entendi, porque não mostraram muito esta parte, eles ficavam meditando através de meditação guiada para que eles encontrassem a verdade dentro deles, boa ou ruim e lidassem com ela para adquirir a paz e a felicidade.

Todos foram bem sucedidos no treinamento e até receberam certificado. A maioria mudou completamente de comportamento e outros melhoraram. Todos estavam felizes e começaram a espalhara a mensagem. Um dos detentos que já era instrutor de outros tipos de terapias passou a dar treinamento de Vipassana para os outros. A melhora era visível e incomodou muita gente. Aí entra o ser humano ou um grupo de ser humano que quer manter a dominação. Os cristãos católicos e protestantes que eram voluntários na prisão reclamaram dizendo que não podiam admitir que o cristianismo fosse retirado deles porque muitos estavam completamente voltados para o budismo. Levaram a reclamação até o governo e conseguiram que o programa fosse cancelado. Dá pra acreditar? (dá Gui, é só olhar para o Oriente Médio e toda história em que está envolvida as religiões, mas sei que o Essencial fica, aliás jamais deixou de ser, e a Verdade prevalece sempre)

O programa estava a todo vapor em 2002 e em 2003 foi cancelado. O grupo mais forte na pratica continuou fazendo suas meditações. Alguns foram transferidos para outras prisões e alguns retornaram depois de alguns anos. Todos continuaram com bom comportamento e felizes na vida que levavam dentro da prisão. Em 2006 houve mudança de governo e de direção da prisão e o programa retornou. Foi uma festa quando os instrutores retornaram ao presidio para mais um curso. O programa mais tarde se estendeu para um outro presidio também no Texas. Esqueci de dizer no inicio que durante os 10 dias de treinamento, os instrutores pediam as detentos para não orar (rezar) para não exercitar a mente com uma pratica diferente da meditação em curso. Depois desse período eles eram liberados para rezar e praticar a Vipassana. Bom, acho que e' isso...



Lena, o psicólogo americano tirou a ideia de fazer o curso de Vipassana quando soube do resultado positivo obtido no pior presidio da Índia. E a historia em forma de documentário sobre o que aconteceu na Índia esta' no you tube. Muito bom e vale a pena assistir. O vídeo está com legenda em português:
____________

"Tal como um arqueiro aponta a flecha, como um carpinteiro talha a madeira, os sábios moldam suas vidas"
(Dhammapada)

Leia também: Somos todos prisioneiros de nossas mentes... http://desenvolvendoaconsciencia.blogspot.com.br/2014/08/somos-todos-prisioneiros-de-nossas.html



É, somos todos prisioneiros de nossas mentes... Realmente, entre eles e nós “normais” a linha é muito tênue... A prática e treino em todo o processo de cura da mente que possamos escolher é muito importante... há que haver em nós, a pequena disponibilidade... Que extraordinária parte nossa essa Kiran Bedi Gui, faz tempo que eu não chorava, chorei muito ao final do vídeo, e me perdoei por minhas projeções e por estar sonhando esse sonho, e por fim, entreguei Aquele em mim, em todos nós, que pode desfazer, gratidão Gui!!!

Via Gui Driuzo > realmente somos todos prisioneiros das nossas mentes...... acho que a Vipassana mostra com quem (nossa mente) estamos lidando e nos da' a melhor forma de fluir na vida com menos sofrimento possível.
Você teve a mesma reação que tive ao perceber a linha tênue que nos separa dos detentos e também no final.... principalmente nos abraços apertados, calorosos e alguns bem "chorosos" no final do curso... num ambiente onde o contato físico só acontece no caso de um espancamento, um abraço de gratidão e reconhecimento de si mesmo faz qualquer um chorar... projeções tive muitas e também entreguei a Deus e lancei no universo meu desejo de um dia experimentar esse curso.... ficou muita gratidão armazenada aqui e que distribuo pelo universo afora para todos que estão na mesma sintonia. Grata amiga!

Grata Gui!

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Tudo sobre a Meditação Vipassana (clique também nos links em azuis):  file:///C:/Users/Lena/Desktop/Vipassana%20Meditation.htm
 



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