6 de setembro de 2007

SOBRE OS CURADORES E A CURA

SOBRE OS CURADORES E A CURA


(...)Isto pode dar-vos um conceito totalmente diferente sobre os milagres e a cura. Do lado de fora não há nenhuma fonte que venha e vos visite, quando vocês se autocuram ou recebem um milagre - sabiam isso? Não há nenhuma fonte externa. Por outro lado, há revelação através do equilíbrio e da consciência – uma verdade totalizadora que milagrosamente vos cura. A cura e o milagre vêm de dentro de vocês mesmos! Vêm da essência do nível celular, como por “magia”. Deixem-me definir “magia”: é o ser interno sagrado, a vossa parte superior que trabalha com conceitos interdimensionais, que conhece as mais elevadas partes da física e da biologia… é a parte que pode criar matéria e conhece os maiores segredos de Amor. É a parte que pode realizar milagres dentro do vosso corpo – através da manifestação da intenção – através do vosso total conhecimento. É a parte que sempre tem estado aí. Normalmente, o pedido de que Deus vos brinde um milagre é, em realidade, um pedido a vós me mesmos. Pedem à vossa própria estrutura celular que crie um milagre!

Perguntam-me alguns: “Então Kryon, que papel têm os curadores? Creio que os curadores não gostarão deste novo conceito de que o nosso poder interno é que faz o trabalho!” Este não é um conceito novo. Cada curador sábio vos dirá que os curadores não curam! Eles equilibram! O trabalho de cada curador é ajudar os seres humanos a equilibrarem-se a si mesmos para poderem gerar saúde. Assim, a saúde é criada pelo Humano a partir do poder espiritual interno do seu Eu Superior. O trabalho do curador é ajudar no processo, através de mecanismos, substâncias e informações que permitam o equilíbrio. Pensem nisto na próxima vez que consultarem um facilitador. A cura requer que os dois lados trabalhem juntos. Os curadores criam o “impulso” para ajudarem ao equilíbrio. Quando dão autorização para que aconteça este equilíbrio, criam a verdadeira cura em vocês mesmos! Este é o poder da pura intenção de um ser humano.


Como vos parece esta revelação? Isto é consciência. Pensaram alguma vez em fazer uma cerimónia ao redor do processo de cura? Talvez devessem fazê-lo porque permitiria a cura. O amor que vocês criam, através de uma cerimónia de celebração da cura, é um catalizador para uma grade energia de cura! Querem saber como a consciência no planeta manifesta poder? Eis um exemplo de algo que está a ocorrer justamente agora. A consciência no âmbito celular é libertada automaticamente com a intenção pura, espiritual, e isso não deveria ser surpresa. Quando um ser humano diz honestamente: “Eu quero saber mais sobre quem sou e porque estou aqui!” alguns deveriam poder escutar um grande alvoroço de asas! Não há melhor pedido do que esse. Nenhum pedido é como esse! Muitos estão conscientes de como isto ocorre. É facilitado de muitas formas. Muitos fazem-no automaticamente porque estão nessa luz brilhante espiritual e o carma (potencial de vidas passadas carregado nesta vida) já está limpo. Outros somente o fazem depois de terem sido torcidos espiritual e fisicamente até ao ponto mais baixo, umas vezes pelas circunstâncias, outras por outros Humanos. Em qualquer dos casos, respeita um plano prévio, feito com a vossa prévia autorização.


Nos próximos ensinamentos (“As tarefas da Família”) examinaremos mais de perto estes “presentes” que vos são dados com o amor precioso de outros Humanos, através dos seus actos e, muitas vezes, através das suas mortes. Esse é um dos maiores presentes. Quando um humano dá autorização para se tornar mais consciente sobre quem é, está a usar a sua pura intenção. Esta intenção é um catalizador para uma mudança de energia. Poderão pensar que esta energia só está relacionada com vocês e com as entidades ao vosso redor, como já canalizamos antes. Mas esta energia é libertada de muitas formas, e uma delas flui do próprio planeta. Já falámos do equilibro de energia e de como o acto de se tornarem iluminados cria transferência de energia. Adivinhem por que o vosso planeta está subitamente mais activo e menos previsível do que o usual. Adivinhem 21 por que o magnetismo está a mover-se. Adivinhem por que os potenciais que vos demos, há oito anos atrás, estão agora presentes. Vocês mudaram a Terra! A consciência do vosso Ser Espiritual começou a mudança planetária, necessária para completar o quadro de uma Terra iluminada. Viram algumas mudanças nos vossos políticos, ultimamente? Dissemos que as procurassem! Dissemos que um aspecto da mudança de consciência humana era que não iam poder guardar segredos. O que se passa com a vossa economia e com os esforços para, todos juntos, facilitarem o equilíbrio mundial? Já vos falámos de cada uma destas coisas e agora elas estão aí! Isto são vocês a libertarem a vossa energia para o planeta! Há um espantoso poder na obtenção de consciência por parte da Humanidade. Falaremos mais sobre isto numa canalização posterior.(...)


Fonte: Parte do texto do Livro 7 de Kryon > Cartas de Casa – Informação prática para o Novo Milênio http://www.kryon.com/

Os livros e outros textos de Kryon estão disponíveis em
http://www.velatropa.com/




5 de setembro de 2007

SAWABONA - Sobre estar sozinho...

SAWABONA - Sobre estar sozinho...


Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.


O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.


A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.


Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.
A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei.


Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.


A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.


Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.


O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.


O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.


Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.


A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.


E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.


A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa.
As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.


Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.


Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.


Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.


Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.


Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.


O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.


Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...



PS: Caso tenha ficado curioso em saber o significado de SAWABONA, é um cumprimento usado no sul da África e quer dizer "EU TE RESPEITO, EU TE VALORIZO, VOCÊ É IMPORTANTE PRA MIM".

Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA, que é "ENTÃO, EU EXISTO PRA VOCÊ" .

Flávio Gikovate, médico psicoterapeuta

4 de setembro de 2007

Quão valiosa é a iluminação ?

Quão valiosa é a iluminação ?
Não há nada melhor que a iluminação. É a única coisa que tem um valor real porque é a única coisa que é real. Eu posso ter fama, posso ter dinheiro, posso ser bonita, mas ainda assim não serei completa, porque meu coração estará ansiando algo mais.


Meu coração sempre quer que eu volte pra casa para o amor do ser.


Sem o amor do ser, estes atributos e riqueza ilusórias não tem valor. Com o amor do ser, nós podemos brincar na ilusão como uma criança. Aceitando cada aspecto, encontrando maravilhamento na beleza e na magia de nossas criações. Não há nada melhor do que estar iluminada e brincar na ilusão, porque o medo se vai. Não há o medo de perder e não há o medo de sofrer. Há somente pura alegria.


Quando eu quero um exemplo disto, eu penso na Lady Di. Ela tinha o que as pessoas imaginam ser uma vida ideal. Ela tinha posição, ela tinha poder, ela tinha seu príncipe, ela tinha um palácio, ela era bonita, ela tinha fama, ela tinha tudo incluindo a lindas crianças.


Mas ela nunca estava feliz. Ela sofria constantemente. Este é um exemplo clássico como as coisas da ilusão não nos preenchem. E as razões pelas quais não nos preenchem é porque acreditamos que somos os nossos apegos. Nós pensamos que somos a nossa saúde, que somos nossa posição, ou a nossa fama, ou nossas crianças. Nos prendemos tão estritamente as nossas caixinhas de limitação e nós desperdiçamos uma quantidade gigantesca de energia tentando controlar o mundo.


Se a nossa liberdade é baseada na ilusão, é tangível mas, impermanente. Está sempre mudando e sempre existe o medo de perder.


Mas se nossa segurança está no amor, nunca muda. Está sempre presente e expandindo-se infinitamente. Nunca pode haver uma perda, nunca pode haver uma morte. Apenas haverá novos estágios com uma multiplicidade de diferentes caracteres, cada qual, jogando a sua parte para o teu deleite.


Isto lhe parece irreverente? Isto lhe parece idealístico? Talvez. Mas é a verdade.
Não há nada real, só o amor. E estas ilusões que nos agarramos com tanta ferocidade são como nuvens que se dissolvem no sol.


Extraído do Livro "A revolução da Consciência", de Isha, editorial Pensamento

Sufis, Os Ébrios de Deus...

Sufis, Os Ébrios de Deus...


Todos os movimentos espirituais têm seus pontos de contato, e o islamismo não é exceção. Nele, a Tradição tão largamente estudada por René Guénon (que, lembre se, encerrou seus dias como muçulmano) está enfeixada pelas seitas sufistas, datadas possivelmente de antes de Maomé. Após um início sob perseguições, os sufis acabaram por fazer prevalecer sua pregação, grandemente tolerante e que faz uso de numerosíssimos recursos em sua busca a Deus.



“Como posso definir aquilo que sou?”, pergunta se, no início de um poema, o místico sufi Mirzá Khan. Hoje, séculos mais tarde, a pergunta permanece sem resposta. De fato, é difícil definir o sufi, ao mesmo tempo místico e extático, ascético e mártir que condena a fuga do mundo, e é também responsável pelas mais belas manifestações do gênio islâmico. Difícil não só porque sua existência é ignorada no Ocidente a não ser por alguns poucos estudiosos , mas também porque entre os próprios muçulmanos há muitos que olham os sufis com desconfiança (se não com aversão), graças aos excessos e extravagâncias de alguns de seus expoentes.



Existem ainda empecilhos para rastrear sua origem, mas uma corrente lhes reivindica passado tão remoto quanto o das ordens iniciáticas egípcias e hindus, classificando o sufismo como segmento árabe de uma confraria universal, herdeira e guardiã de um conhecimento ancestral de Deus, o qual, à medida do necessário e do oportuno, vem sendo transmitido à humanidade no correr dos séculos, desde Adão aos nossos dias.



Aos céticos, é bom recordar que a teoria não parece tão absurda a um estudioso do nível de Idries Shah, diplomata e erudito muçulmano, que sobre ela escreveu:


"Se as maravilhas dos sufis e dos gurus hindus, os bruxos africanos e curandeiros da Amazônia, devem ser investigadas com um espírito verdadeiramente científico, não se pode colocar nenhuma questão de crença ou descrença. Temos de admitir que não demonstramos conclusivamente inexistir uma tradição esotérica secreta. Não podemos explicar as semelhanças em bases psicológicas: que esses ritos são apenas simbólicos dos esforços limitados e naturais do homem pela superioridade."



Todas as grandes religiões abrigam em seu seio uma tradição oculta originalmente não escrita, à qual o acesso não é negado, mas que obriga o indivíduo a uma iniciação mais ou menos severa, sob a supervisão de um mestre.
No budismo há as correntes do tantra e do zen; no cristianismo, o Evangelho apócrifo, atribuído ao apóstolo Tomé, reivindica conter esse saber "oculto"; no judaísmo existe a cabala; e, no islamismo, as ordens sufistas.



“...Só quando cessa o agitado transcorrer das ondas, o oceano ilimitado mostra sua serenidade eterna...”
(Pensamento sufi)



SUFISMO – O CAMINHO DO AMOR



O Sufismo foi definido como o Caminho do Amor ou do Coração. A palavra “Sufi” é lhe atribuída várias origens, entre elas palavras que significam “pureza” e “sabedoria”. O Sufi, então é alguém que descartou tudo o que não pertence a sua Essência mais íntima e que cultivou o jardim do coração, já que não há outro lugar para que a sabedoria cresça. Um sufi é um homem com os pés na terra e a cabeça no céu.



Poderia dizer que sufismo é acercar-se amorosamente da realidade. É um modo de experimentar a vida e o universo como um todo respondendo a um plano Único, de acordo a umas Leis Universais ou Fundamentais. É uma escola viva ou forma de vida que busca antes de tudo fazer um chamado em direção a Unidade de toda a existência e a que cada ser humano alcance seu verdadeiro estado de plenitude e bem estar, integrando em si mesmo a transcendentalidade ou espiritualidade, é dizer o mais significativo e fundamental que existe em cada um de nós. Dentro do sufismo se busca liberar o ser humano das correntes da ignorância para que possa compreender a essência imutável do Ser.



“Conheci o bem e o mal, pecado e virtude, justiça e infâmia, julguei e fui julgado, passei pelo
nascimento e a morte, pela alegria e pela dor, o céu e o inferno; e ao final
reconheci que eu estou em tudo e tudo está em mim”.
Hazrat Inayat Khan



A palavra sufi implica pureza e a pureza consiste de qualidades. Puro quer dizer não misturado com outro elemento, ou em outras palavras àquele que existe em seu próprio elemento, puro sem manchas. Dentro do sufismo se busca honrar e respeitar todas as diferenças e buscar um entendimento mútuo, respeitando e valorizando todos os pontos de vista dos demais. Pode-se dizer que é uma escola de autoconhecimento e aperfeiçoamento do ser humano; um estudo da Unidade e limpeza da própria personalidade para refinar suas arestas e fazer a maior obra de arte a que todo ser uma está chamado: A Arte da Personalidade. Sem dúvidas, todo esse trabalho de polimento e limpeza do cristal do coração do sufi não é para o seu benefício próprio, senão para que possa refletir a Luz Divina.



“A vela não está ali para iluminar-se a si mesma”.
Nawab Jan-Fishan Khan



Se há uma verdade central que o sufismo distingue, é a Unidade do Ser, o fato de que estamos integrados com o Divino. Somos Um: uma comunidade, uma ecologia, um universo, um Ser.Se é que há uma verdade digna de desse nome, é que formamos um todo com a Verdade, que não estamos separados dela. A compreensão desta verdade tem efeitos em nosso sentido de quem somos, em nossa relação com os demais e com todos os aspectos da vida. O sufismo tem a ver com a compreensão da corrente de amor que corre através de toda forma de vida, com a unidade detrás de todas as formas conhecidas e desconhecidas pela humanidade.



Para os sufis toda a humanidade é Uma só, não existe nenhum tipo de divisão nem horizontal nem vertical e não existem seres diferenciados. Não existem coisas diferenciadas ou separadas salvo em aparência e em um nível superficial. Em seu núcleo, em seu nível mais fundamental somente existe uma só coisa: A Unidade, ou Realidade Absoluta, O Uno. Aquele a que é dado muitos nomes e que designam como Deus, Allah, O Universo, a Vida, A Informação Central do Universo, O Vazio, O Todo, etc. O nome que se assina a esta Realidade não é relevante, pois todos esses conceitos apontam para a mesma e única direção.



A prática do sufismo leva a redução da falsa personalidade a sua mínima expressão, portanto a manifestação plena de nossa essência o Ser Real, o qual facilita o aceso direto a percepções reais da Verdade, que surgem na experiência pessoal de cada um. Nesta senda se vai refinando o ego, desfazendo suas limitações e enaltecendo nossos talentos. Quando no sufismo se fala da redução do ego, há que se entender que sem um ego não podemos interagir neste plano material. É necessário para nossa sobrevivência. Trata-se de coloca-lo ao nosso serviço e não ser escravo dele.


.
O sufismo está baseado na Harmonia, na Beleza e o Amor. Para estar unidos com o Uno, com Deus e Sua Criação, que são uma mesma e indefinida coisa, nos ocupamos então de limpar nosso coração de tudo o que signifique ego ou autoengano.



Os sufis não têm hierarquia distinta ao crescimento espiritual ou desenvolvimento de consciência. Não tem dogmas nem doutrinas. Para eles o caminho se faz no mundo, entre os homens e não há nada mais valioso do que as relações, especialmente as complexas. Não tem muito mérito ser imperturbável se ao seu lado nada há que o perturbe. Quando se reúnem vários sufis, o mais avançado ensina se esta é sua missão e ele sabe perfeitamente se é ou não. Os demais também. Brota assim, espontaneamente, a função do mestre, a quem se acata, se respeita, porém antes de tudo se ama porque nos mostra um ideal. Não é dado ao sufi a condição de mestre sem a capacidade de ensinar e com esta vem acompanhada a capacidade de amar, que dá ao mestre a agudeza perceptiva dos sentidos físicos, afinados em sumo grau e o desenvolvimento de outros sentidos superiores latentes em qualquer homem.



Os exercícios espirituais, as práticas, são de ampliada variedade e dependem sempre das condições do tempo, maneira e lugar, porém, alguns mais da capacidade atual do discípulo ou aprendiz e/ou seu estado de desenvolvimento de consciência. Podem consistir em práticas como certas respirações, mantras ou afirmações (faladas ou cantadas), danças, música e muitos contos ou histórias.



“Sufi é alguém quem AMA e RESPEITA toda a criação do universo. E Sufismo é a Luz Brilhante que resplandece no coração daqueles que AMAM e RESPEITAM.”
Ananda



“Não nos interessa converter todos ao sufismo. Nos interessa o efeito que exerce o sufi a sua volta. É como a levedura do pão. É muito pouco diante da quantidade de massa e é o único “vivo”, porém faz com que todo pão viva. Há muitos caminhos, uns mais largos, outros mais inclinados, alguns com flores, outros com espinhos; o sufismo é um deles e não sustentamos que seja o melhor. De fato pode ser pior que outros. Há que encara-lo como quem entra em um laranjal, com muitos tipos de laranjas. Se você gosta das laranjas dessa árvore fique aqui, se não provas as de outra árvore.”


Murshid Nawab William Pasnak


Fonte: http://www.personarte.com/sufismo.htm
Texto: Traduzido por Marilena Rodriguez

3 de setembro de 2007

SER COMO UM RIO QUE FLUI...

SER COMO UM RIO QUE FLUI...
“Um rio nunca passa duas vezes pelo mesmo lugar” diz um filósofo.

“A vida é como um rio”, diz outro filósofo, e chegamos à conclusão que esta é a metáfora mais próxima do significado da vida. Por conseqüência, é sempre bom lembrar durante todo o próximo ano:
A) Sempre estamos diante da primeira vez. Enquanto nos movimentamos entre a nossa nascente (o nascimento) ao nosso destino (morte), as paisagens serão sempre novas. Devemos encarar todas estas novidades com alegria, e não com medo – porque é inútil temer o que não se pode evitar. Um rio não deixa de correr jamais.
B) Em um vale, andamos mais devagar. Quando tudo à nossa volta fica mais fácil, as águas se acalmam, nos tornamos mais amplos, mais largos, mais generosos.
C) Nossas margens sempre são férteis. A vegetação só nasce onde existe água. Quem entra em contato conosco, precisa entender que estamos ali para dar de beber a quem tem sede.
D) As pedras precisam ser contornadas. Evidente que a água é mais forte que o granito, mas para isso é preciso tempo. Não adianta deixar-se dominar por obstáculos mais fortes, ou tentar bater-se contra eles; gastaremos energia à toa. O melhor é entender por onde se encontra a saída, e seguir adiante.
E) As depressões necessitam paciência. De repente o rio entra em uma espécie de buraco, e pára de correr com a alegria de antes. Nestes momentos, a única maneira de sair é contar com a ajuda do tempo. Quando chegar o momento certo, a depressão se enche, e a água pode seguir adiante. No lugar do buraco feio e sem vida, agora existe um lago que outros podem contemplar com alegria.
F) Somos únicos. Nascemos em um lugar que estava destinado para nós, que nos manterá sempre alimentados de água o suficiente para que, diante de obstáculos ou depressões, possamos ter a paciência ou a força necessária para seguir adiante. Começamos nosso curso de maneira suave, frágil, onde até mesmo uma simples folha pára nosso curso. Entretanto, como respeitamos o mistério da fonte que nos gerou, e confiamos em sua Eterna sabedoria, aos poucos vamos ganhando tudo que nos é necessário para percorrer nosso caminho.
G) Embora sejamos únicos, em breve seremos muitos. À medida que caminhamos, as águas de outras nascentes se aproximam, porque aquele é o melhor caminho a seguir. Então já não somos apenas um, mas muitos – e há um momento em que nos sentimos perdidos. Entretanto, como diz a Bíblia, “todos os rios correm para o mar”. É impossível permanecer em nossa solidão, por mais romântica que ela possa parecer. Quando aceitamos o inevitável encontro com outras nascentes, terminamos por entender que isso nos faz muito mais fortes, contornamos os obstáculos ou preenchemos as depressões em muito menos tempo, e com muito mais facilidade.
H) Somos um meio de transporte. De folhas, de barcos, de idéias. Que nossas águas sejam sempre generosas, que possamos sempre levar adiante todas as coisas ou pessoas que precisarem de nossa ajuda.
I) Somos uma fonte de inspiração. E portanto, deixemos para um poeta brasileiro, Manuel Bandeira, as palavras finais:

“Ser como um rio que flui
Silencioso no meio da noite
Não temer as trevas da noite
Se há estrelas no céu, refleti-las.
E se o céu se enche de nuvens
Como o rio, as nuvens são água;
Refleti-las também sem mágoa
Nas profundidades tranqüilas”.

2 de setembro de 2007

UNIDADE E DUALIDADE

UNIDADE E DUALIDADE

Capitulo 5
Este capitulo é seguramente, deste precioso livro, o que mais se aproxima do famoso “Somos Todos UM” que é nosso brasão, nosso logotipo.

Mostra o caminho da busca da Unidade com o Todo e com todos, mesmo que a nossa mente consciente, no atual estado de evolução, ainda possa muito facilmente nos deixar cair no julgamento, na critica, na seleção de algo como melhor ou superior, sem perceber o esplendor da diversidade, das cores e dos tons infinitos com os quais a Natureza nos brinda.A busca desta consciência superior que esclarece e finalmente unifica é o tema deste capitulo iluminado e imperdível.
Veja a seguir a interpretação do capítulo 5 por Maria Guida.

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Gostaria muito de poder dizer a todos os que me lêem que já consegui compreender e vencer o desafio da dualidade.
Mas, infelizmente, como todos os que vivem neste planeta, estou mergulhada na matéria, e descobri que uma das conseqüências de estar encarnada é conviver com essa desconcertante tendência de dividir tudo o que é uno em dois opostos.
O mais interessante, e digo interessante porque é algo que dá para entender intelectualmente, mas quase nunca aplicar no dia a dia, é que esses opostos em que costumamos ver dividida toda unidade, nem sempre precisam ser conflitantes.
Acho que um truque para conviver com a dualidade é aceitar os opostos como cores que os sentimentos assumem, quando em contato com essa ou aquela realidade.
A energia-sentimento funciona como um desses galinhos que mudam de cor de acordo com o clima. Ficam azuis quando o clima está seco e cor de rosa quando vai chover, ou vice-versa.
Nosso sentimento é assim. Se estamos num ambiente hostil, nossa energia fica cinza-azulada de medo. Quando somos acolhidos, a mesma energia ganha o tom rosa-alaranjado da autoconfiança.
O mais perto que consegui chegar nas tentativas que fiz de colocar em prática essa teoria, me levaram ao que eu chamo de vislumbres de eternidade, e vieram sempre depois de um confronto violento com alguém.
Toda vez em que entro em confronto direto com alguém, saio desse confronto muito machucada. E penso que com o outro, acontece o mesmo. Sempre. Porque nesses embates não há vencedores, mesmo quando pensamos que levamos a melhor.
Toda vez que isso me acontece, procuro me acalmar e buscar o contato com a divindade. Recorro a algum tipo de prática de perdão, utilizo as cores para me harmonizar, e, se não consigo me livrar da raiva e da culpa, recito alguns mantras ou orações, buscando purificar minhas emoções.
O fato é que, nos últimos anos, quando isso acontece, quando finalmente consigo voltar ao meu eixo, entro num estado em que é possível ver a mim e ao outro com certa imparcialidade. Aceito que ambos somos responsáveis pelo que aconteceu.

Nesse estado, sou capaz de entender, porque o outro agiu como agiu e disse o que disse. Posso me ver como agressora, posso entender porque fui dura, mesquinha, cruel, desleal e covarde. Posso enxergar o outro e a mim mesma, como lutadores que atacam para se defender. Percebo a inutilidade da luta: sua falta de sentido.
Nesses momentos, recordando o incidente, sou capaz de reconhecer em que ponto do confronto transgredi minhas próprias leis interiores. Muitas vezes, posso até mesmo ver claramente o que deveria ter feito para solucionar a questão sem embate.
Freqüentemente, enquanto tudo isso acontece, uma enorme compreensão me invade. Tenho vontade de procurar o outro e lhe pedir perdão. Desejo sinceramente que ele fique bem, que encontre a paz. Posso ver a nós dois com nossas imperfeições humanas e não menos dignos de amor. Ao ver-nos dessa forma, transformados nesses seres ameaçadores, violentos e destrutivos, posso identificar nossos medos, inseguranças e carências. Freqüentemente são os mesmos... E mesmo quando são diferentes, passíveis de aceitação.
Eu não sei se isso que acontece comigo quando eu me firo na luta com meus semelhantes é ou não um avanço na compreensão da dualidade.
Só sei que quando estou nesse estado reconheço-me semelhante aos meus opositores, e isso me faz estranhamente livre, leve e em paz.
Nessa perspectiva rara, não há divisão.
Vejo-me muitas vezes pensando que tudo seria mais fácil se eu conseguisse manter essa percepção em tempo integral.
Mas, via de regra ela vai se esvaindo lentamente. Permanece apenas o suficiente para que eu consiga perdoar-me e ao meu antagonista, formular o firme propósito de agir de forma mais amorosa em nosso próximo encontro, e até sentir-me grata a ele pela oportunidade que me deu de entrar em contato com essa refrescante, revigorante sensação.
Afinal, se não houvéssemos brigado...
Estou relatando essas impressões e sentimentos, porque experimentado-os pressinto que a sensação de unidade está de alguma forma nela contida. Ela faz do universo inteiro uma única e mesma coisa, e nos coloca dentro disso, incluídos, participantes e integrados. Felizes, e finalmente conscientes de que Somos Todos UM.

Maria Guida
Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/guia.asp?id=2404


OBS: Interessante, se é que se pode chamar assim, eu ter chegado no dia de hoje até esse texto da Maria Guida, pois, por incrível que pareça estou tendo experiências em minha vida semelhantes... certamente, será pelo fato de teoricamente eu ter a consciência da dualidade em que vivemos e toda a minha meta estar concentrada na busca pela Unidade... aí, fica claro toda essa sincronicidade, energias semelhantes se atraindo...

Também eu me vejo muitas vezes pensando que tudo seria mais fácil se eu conseguisse manter essa percepção em tempo integral... Mas sei que tudo tem seu tempo certo, que seguir perseverante a meta é o caminho e jamais me esquecer que não há uma chegada, que na há um lugar para onde ir e sim seguir...

Lena

ORAÇÃO A MIM MESMO

ORAÇÃO A MIM MESMO


Que eu me permita
olhar e escutar e sonhar mais.
Falar menos.
Chorar menos.
Ver nos olhos de quem me vê
a admiração que eles me têm
e não a inveja que prepotentemente penso que têm.
Escutar com meus ouvidos atentos
e minha boca estática,
as palavras que se fazem gestos
e os gestos que se fazem palavras.
Permitir sempre
escutar aquilo que eu não tenho
me permitido escutar.
Saber realizar
os sonhos que nascem em mim
e por mim
e comigo morrem por eu não os saber sonhos.
Então, que eu possa viver
os sonhos possíveis
e os impossíveis;
aqueles que morrem
e ressuscitam
a cada novo fruto,
a cada nova flor,
a cada novo calor,
a cada nova geada,
a cada novo dia.
Que eu possa sonhar o ar,
sonhar o mar,
sonhar o amar,
sonhar o amalgamar.
Que eu me permita o silêncio das formas,
dos movimentos,
do impossível,
da imensidão de toda profundeza.
Que eu possa substituir minhas palavras
pelo toque,
pelo sentir,
pelo compreender,
pelo segredo das coisas mais raras,
pela oração mental
(aquela que a alma cria e
que só ela, alma, ouve
e só ela, alma, responde).
Que eu saiba dimensionar o calor,
experimentar a forma,
vislumbrar as curvas,
desenhar as retas,
e aprender o sabor da exuberância
que se mostra
nas pequenas manifestações
da vida.
Que eu saiba reproduzir na alma a imagem
que entra pelos meus olhos
fazendo-me parte suprema da natureza,
criando-me
e recriando-me a cada instante.
Que eu possa chorar menos de tristeza
e mais de contentamentos.
Que meu choro não seja em vão,
que em vão não sejam
minhas dúvidas.
Que eu saiba perder meus caminhos
mas saiba recuperar meus destinos
com dignidade.
Que eu não tenha medo de nada,
principalmente de mim mesmo:
- Que eu não tenha medo de meus medos!
Que eu adormeça
toda vez que for derramar lágrimas inúteis,
e desperte com o coração cheio de esperanças...

...Que eu faça de mim um homem sereno
dentro de minha própria turbulência,
sábio dentro de meus limites
pequenos e inexatos,
humilde diante de minhas grandezas
tolas e ingênuas
(que eu me mostre o quanto são pequenas
minhas grandezas
e o quanto é valiosa
minha pequenez).
Que eu me permita ser mãe,
ser pai,
e, se for preciso,
ser órfão.
Permita-me eu ensinar o pouco que sei
e aprender o muito que não sei,
traduzir o que os mestres ensinaram
e compreender a alegria
com que os simples traduzem suas experiências;
respeitar incondicionalmente
o ser;
o ser por si só,
por mais nada que possa ter além de sua essência,
auxiliar a solidão de quem chegou,
render-me ao motivo de quem partiu
e aceitar a saudade de quem ficou.
Que eu possa amar
e ser amado.
Que eu possa amar mesmo sem ser amado,
fazer gentilezas quando recebo carinhos;
fazer carinhos mesmo quando não recebo
gentilezas.
Que
eu jamais fique só,
mesmo quando
eu me queira só.
Amém.


Do meu querido e amigo poeta

“Oswaldo Antônio Begiato ”

1 de setembro de 2007

Medo, Pior Inimigo da Alma


MEDO, PIOR INIMIGO DA ALMA

“Onde existe o outro, existe o medo” Upanishad.
“O eu separado dos outros, do todo, sente que não pode perder seu espaço existencial – individual. O eu separado dos outros pensa que tudo é seu e que ele pode controlar, comandar, e destruir os outros que ameaçam o seu território.

Tudo que o ego, pensa que controla é a “Perpetuação de sua própria existência ilusória (Eros) e a evitação de tudo que possa desintegrá-lo (Tânatos) e se apega à própria vida com medo da morte”.

“Eros busca recompensas substitutas de todas as espécies que aparentam satisfazer seu desejo de ser infinito, cosmocêntrico, todo-poderoso, heróico, semelhante a Deus”.

“A batalha da Vida contra a Morte, de Eros contra Tânatos, é a arquibatalha, a ansiedade básica e o dilema inerente a todos os Eus separados – um modo primitivo de medo que somente a verdadeira transcendência na totalidade pode extinguir”.

O medo da morte é o medo de perder a “memória” do eu, do ego. O “eterno retorno”, nos leva ao todo, ao infinito da Totalidade, que nos torna Um.

O medo nos isola, e nos mantem apegados aos nossos “bens”,
crenças, valores, idéias, opiniões...; então, mais distantes estaremos da transcendência, da unidade e da Consciência Transpessoal.

Lá, não existe Eros separado de tânatos.
Morte e vida não há. Só a Eternidade.
Lá não existe o eu separado, existe a unidade da totalidade...
Lá, no azul do céu, “A mente clara”, o Vazio está no todo, definido como compaixão.

Lá no azul do céu, “A mente clara” se torna o cosmos.
Espaço sagrado...
Não há maya...

Ken Wilber disse que “O “ego-corpo” ou o Eu está identificado com as emoções simples e os instintos do corpo.

Sua busca de Eros é fome instintiva, biológica visceral, e se esses instintos forem traumaticamente frustrados (por exemplo, a fome do bebê pelo seio da mãe), essa perturbação é vivida como uma tomada pela morte – perturbar o instinto é perturbar o eu, porque nessa fase eles são idênticos”.

Qualquer emoção de medo tem sempre a ver com a relação de alarme. Quando ativado o sistema de “ataque – fuga”, o organismo coloca à disposição toda sua energia, para o sucesso da sobrevivência.

A excitação é um preparar-se biológico (automático e involuntário) para o momento: o corpo se prepara para entrar na nova situação. Ele se coloca e, alerta, acelera seu processo de atenção e se organiza para agir.

O medo do abandono, do barulho, da queda, do desamparo, da morte pela fome, sede e frio no bebê está vivo dentro de todos nós. O instinto de sobrevivência está programado pela natureza para lutar e viver.

Diante de um perigo nosso “organismo biológico” vítima de pânico pode reagir em:

- Retirada, que pode ser definida como evitar o perito ou escapar dele;
- Imobilidade, o que significa congelar ou ficar aparentemente paralisado;
- Defensividade, o que implica tanto a agressão quanto a submissão.

O medo da morte é o pai de todos os outros medos.

“O medo é um mecanismo de dominação política, a brecha para políticas totalitárias”.

O medo é um polvo cuja cabeça é o nosso medo de morrer. Todos seus infinitos braços que nos envolvem são gerados a partir deste medo maior - medo da solidão, da fome, de animais, do abandono, do fracasso, não ser amado, de avião... O medo nos causa emoções de raiva e angústia, impotência, aflição carência, ansiedade e stress.

O medo, filho da violência cresce como um monstro, muitas vezes incontrolável. Ele possui muitas faces, torna-se maior que o ego, transfigura nossos sentimentos em ódio, angústia e depressão.
O medo nos prepara para o ataque, desperta os piores sentimentos...

O medo não estará possuído por Tânatos?
O medo nos imobiliza – no tira a coragem de viver e de lutar?
A criança com privações essenciais como: alimento, água e calor está sendo abandonada nos braços de Tânatos?

Eros é o desejo de viver, de prazer no corpo...
Tânatos estaria ligado à morte.
A morte do ego é a nossa volta a totalidade...

A morte do ego é a transcendência, a iluminação e a unidade com o divino...
O Tao está além de Tânatos e Eros...
O Tao está no meio...

O Tao está no azul do céu, na mente clara dos budistas...
O Tao é a harmonia que flui da vida e da morte...

A alma com medo não entra em cena, sua angústia lhe impede de ser a estrela da sua própria vida: Pearls da Gestalt disse que “toda a angústia é um “stage-fright” – medo de entrar, de comprometer-se, de atuar.”

- Falta ao desejo “a força da paixão”, que mora no peito.
A força da paixão é o “tesão”, a motivação, entusiasmo, tenacidade, obstinação.

Aquele que tem medo, falta coragem, auto-estima e confiança em Deus e na vida para investir em projetos e metas.
O medo escure a luz da fé, apaga a pesperança e fragiliza o "eu', que se torna infantil e frágil.

O guerreiro que luta está possuído pelo entusiasmo que está aceso na tocha da vitória.

O medo é gelo no inverno.
A paixão - é o fogo da lenha...
Se ele é maior que o cenário das ilusões de vitória - ele domina e paralisa a mente.

Toda angústia ou ansiedade é um desejo ou necessidade de fazer alguma ação, tomar uma decisão ou assumir uma atitude que não faço, nem assumo.
As piores ansiedades e suas causas mais freqüentes são as que sentimos sem saber porque. O motivo, ou causa fica reprimida, inconsciente.

Uma criança que foi reprimida com violência poderá sentir angústia e ansiedade toda vez que estiver em uma situação onde ela é vítima de autoritarismo, arbitrariedade e limitação. Crianças reprimidas são adultos fracos, que reprimem fortemente a raiva. oódio a energia para lutar e vencer.

A criança que foi violentamente punida, não acredita em si mesmo, não internalizou a força e a coragem que se conquista com a liberdade de ser.

O ódio é filho do medo e da morte.

O desamparo no “berço” pode gerar filhos que odeiam seus pais e a vida; são crianças que viveram a angústia da ameaça de morte na infância.

“Quando somos crianças, aprendemos desde muito cedo que ficarmos quietos e sermos bons garante um pouco de amor. Se formos ativos ou barulhentos demais, seremos desaprovados ou punidos. Nossos pais não suportam nossa vitalidade. Temos de suprimi-la para sobreviver”.

Se em criança uma pessoa foi punida por ser agressiva, então parece mais seguro, assumir uma postura passiva na vida.

Alguns pais precisam controlar a criança com a violência do medo, para não perder o controle da alma do filho. Crianças dominadas são almas adultas que não voam alto, ciscam e vivem como galinhas.

Projetam seus demônios nos outros e são perseguidas por eles. A criança cresce com o potencial para a vitalidade bloqueado, sem vontade de viver e sem paixão pela vida.

Um adulto que se sentiu amparado na infância, que não viveu experiências de terror e ansiedade, poderá ouvir seu inconsciente, o seu Self, o “Grande Homem” interior.

Este elo de segurança estabelecido na infância torna-se uma ponte para falar com Deus e estabelecer um diálogo entre o consciente e seu mundo interno.

Os professores comprovam que uma criança que encontrou segurança interpessoal na infância aprendeu a sabedoria da vida. O processo de aprendizagem flui em todas as áreas, a criança estabelece vínculos duradouros, afetivos e terá mais recursos para lidar com problemas, frustrações, perdas e adversidades.

A criança que recebeu segurança e proteção dos pais estabelece uma relação saudável com a vida e com as pessoas que lhe inspiram confiança e otimismo.

Convive bem socialmente e consegue ser aceita no seu grupo de referência. Afetivamente é mais estável e não tem dificuldade para se entregar ao amor.

Não será dependente e carente, sua maturidade progride naturalmente em seu desenvolvimento infantil.

O medo é o pior inimigo do ser humano. Uma mente assustada está em desequilíbrio, fora do Tao. O desamparo e o abandono dão forma a nossa primeira sombra, nosso pior inimigo que nos perseguirá por toda a vida.

O medo se levanta na sombra inconsciente.
Uma sombra sem rosto, mas transfigurada de medo, representa tudo aquilo que eu poderia ser , ter sido, vencido e não pude.

Uma energia inerte, que alimentada pelo ódio,rancor, ressentimento, tristeza poderá com o tempo se transformar em um "lobisomem."

Uma menina de 7anos, chamada Lia foi perseguida por sua madrasta agressiva e violenta, que não lhe deu liberdade para falar e nem oportunidade para brincar e ser feliz.

Lia não tagarelou mais, ficou quieta, distante; usou uma máscara, está é a sua persona que a protegeu da ameaça de destruição da madrasta.
Seu verdadeiro eu, está oculto de todos, tornou-se sombra, “protegido” - esta é a sua proteção contra a agressora.

Sua outra face está escondida, inconsciente foi banida, marginalizada por seus familiares.
Lia era alegre criativa e falante, com o tempo , se esqueceu da sua essência; não se lembra, mais do seu verdadeiro Eu, tornou-se amarga e ferina.

Como isto acontece? Sua outra face está escondida e inconsciente – Lia alegre, criativa e falante foi banida, marginalizada por seus familiares.

Hoje, Lia faz comentários críticos, severos e agressivos com suas amigas que se afastam dela. Lia tornou-se sua pior inimiga. Internalizou sua opressora e se identificou com ela, tornou-se a "antagonista" da sua própria estória.

Sua crítica severa e ferina se volta contra ela e contra todos. Hoje ela é madrasta de si mesmo, possivelmente, será a “madrasta” de seus próprios filhos.

Uma criança que encontrou amor e segurança pessoal na infância, aprendeu a sabedoria da vida, que lhe dá recursos para lutar contra as frustrações, perdas e adversidades.

Carlos foi um menino “educado” por pais severos, exigentes que cobravam responsabilidade e perfeição; tornou-ser um adulto “workaholic”.
Ele perdeu contato com sua criança interior - não se diverte, tornou-se intransigente, rigoroso, porque veste a máscara que foi colocada por um pai opressor, e por isto não consegue estabelecer laços afetivos com ninguém.

Dedica-se ao trabalho obsessivamente e não tem tempo para o amor, nem para se divertir. O verdadeiro Carlos, um menino que nasceu para ser feliz está preso no porão do inconsciente, foi enfeitiçado na “réplica” do “pai-monstro” - tão infeliz quanto o filho.
Esta "maldição" passa de pai para filho. Criou-se uma persona, esqueceu quem é, nem sabe mais como ele é.

Tornou-se sua própria sombra. Sua verdadeira essência, a expressão da sua alma está bloqueada - sua luz interior, sua estrela não brilha. Não há inspiração.

O carisma, a empatia universal pertence ao espírito livre e criativo - o sujeito fica “fora de foco”.
Quanto mais cedo for a experiência de dor e sofrimento para a criança - maior, será o seu medo de tudo e de todos - mais frágil e vulnerável ela será.

Uma criança extrovertida alegre e expansiva, nem sempre é aceita pelos pais, que não suportam ver “as asas do filho crescer”. Acontece que a criança pressionada pelo medo da punição, veste a máscara; assume o jeito de ser que interessa aos pais.
Jung usa o termo persona, para caracterizar a expressão - “impulso arquetípico para uma adaptação à realidade exterior e à coletividade”.

Whitmont disse que “No decorrer do nosso desenvolvimento psicológico adequado, é necessário que ocorra uma diferenciação entre o ego e a persona. Isso significa que temos de nos tornar consciente de nós mesmos, enquanto indivíduos separados das exigências externas feitas em relação a nós; temos de desenvolver um senso de responsabilidade e uma capacidade de julgamento; não, necessariamente, idênticas aos padrões e expectativas externas e coletivas, embora é claro, esses padrões devam receber a devida atenção”.

Na infância, nossos papéis são determinados pelas expectativas parentais. A criança tende a se comportar de modo a receber aprovação dos mais velhos, que lhe colocam máscaras.

Uma criança saudável reage bem quando é agredida e contrariada, ela sabe instintivamente lidar com suas emoções, com a raiva.
Ela chora, luta, bate, reclama, reivindica, mas não sente culpa por isto. Aprende com o tempo a negociar, reavaliar seus erros, fazer acordos, ceder, trocar, liderar, ouvir, ser empática, “jogar” com as regras do time, do grupo.

Uma criança amada é socialmente integrada, aprende a conhecer as regras do jogo da vida, ganhar, perder e aprende a ser disciplinada e a lutar por seus sonhos de vitória, com maturidade.

Se a criança não brigar pelo seu brinquedo, quando ela aprenderá a brigar por tudo que é seu?
Algumas meninas ficam boazinhas, “fraquinhas”, sem iniciativa, passivas como muitos pais sonharam - princesinha inútil, sem energia para vencer as adversidades.

Os meninos perdem sua força, as mães guardam a chave do seu poder, da sua masculinidade. Um menino que a amargura e a restrição colore sua vida, vive o drama de ser manipulado e controlado pela família, pode tornar-se passivo, feminino, fraco e manipulável ou se transformam em um verdadeiro “monstro” com uma agressividade e violência sem controle.

Muitos homens que foram um dia meninos “escravos”, buscam desesperadamente encontrar uma saída da escravidão - tornam-se escravos da sua raiva, da droga, da bebida, do sexo e do egoísmo.

A máscara da dor, do oprimido, estuprado é feia, monstruosa, agressiva ou terrivelmente melancólica e fúnebre, torna-se persona, uma herança que os pais “oferecem” à criança; assim, como eles receberam dos seus pais.

Ela cola na pele, adormece a alma e o eu torna-se possuído e transvertido pelo “agressor”.
Um alcoólatra, drogado que foi “adormecido” na infância, não se lembra mais, quem era - vive um “falso-eu”, “amaldiçoado” por um parente cruel que lhe vestiu a máscara que o sufoca.

Ele se droga, busca uma identidade feliz, livre que vive dentro dele. Acredita que estando entorpecido, está vivendo a alegria de ser o verdadeiro “eu de dentro”. As drogas trazem o delírio da falsa alegria de ser livre por dentro.

Muitos são “esfriados”, congelados afetivamente, emocionalmente para suportarem viver a perda da alma, do ser. São crianças que não choram, não brigam, são terrivelmente passivas, não possuem vontade própria nem poder de escolha; tornam-se indivíduos “teleguiados” - primeiros pelos pais, depois, ao se tornarem adultos são dominados pelos outros - maridos e esposas, patrões ou sacerdotes de qualquer religião.

Acreditamos naquilo que sentimos. A “realidade” se revela na lente da percepção e da experiência - experimentamos aquilo que acreditamos.

Todo desamparo gera o vazio do bem, da luz, da esperança, da confiança na vida e cria um espaço para o inimigo, para o opressor invisível que assume o comando do destino.

Por que as almas são tão vulneráveis aos castigos e maldições em todas as épocas?

A alma da criança sente o “poder divino” dos pais em suas bênçãos e maldições. Segue seu destino sob a égide da religião familiar e da cultura. Está vulnerável aos seus humores e medos, à sua ignorância e intolerância, aos seus preconceitos e dogmas.

A psicologia analítica acredita que quando o self é projetado e reconhecido em uma religião, em uma coletividade, ou espelhado em nossos pais, a culpa será sentida pelo desvio a seus padrões estabelecidos de comportamento.

A obediência deve ser partilhada por todos e definida e orientada por figuras de autoridades representativas em nosso imaginário; torna-se um censor interno, internalizado em nossas relações parentais que envia mensagens que funcionam com a arrogância, poder e a autoridade do Self.

“Somos dominados por tudo aquilo com o qual nosso ego se identifica. Podemos dominar e controlar tudo aquilo do qual nos desidentificamos”. R. Assagioli.

As regras ,as punições arbitrárias e a interdição sem o senso comum acabam com as possibilidades de escolhas, todo aquele que transgride as leis é punido ou expulso do grupo de referência.

Algumas religiões e alguns pais nos programam para viver com medo, porque assim, somos controlados.

“Meu Deus, meus pais não me amam, poderão me destruir porque eles possuem poder para isto”. “Eu sei que irei para o inferno, sou muito cruel, sofrerei para sempre nas garras do mau, porque eu mereço”.
"Eu sou horrível, eu vivo com raiva, sou feia, um bicho..."
“Não faço a vontade de Deus e por isto serei condenada ao inferno”.
“Eu sou má, não tenho salvação, que me cure”.

“Os dogmas da minha religião me condenam, serei maldito e perseguido por Deus porque eu mereço”.
“Está escrito na bíblia que irei para o inferno, serei condenada ao sofrimento eterno, se eu não obedecer às leis de Deus”.

Uma criança ou um jovem que vive a rejeição dos pais e a “punição” de Deus, terá uma experiência de terror e de medo que seu pequeno ego não pode suportar.

Poderão viver momentos de pânico, insônia, depressão, angústia, ansiedade generalizada, com terrores noturnos e enurese persistente. Sua vida social é limitada, por timidez ou agressividade.
Cresce uma criança fragilizada e aterrorizada com a vida e com Deus.

“O medo é um produzido dentro da gente e que às horas que mexe, sacoleja. É um depositado”. Guimarães Rosa .

Muitas mães são obrigadas a deixar seus filhos com “empregadas domésticas”, tenho observado verdadeiras “tiranas” da ignorância controlando crianças com mãos de ferro.
São pessoas totalmente despreparadas para lidar com a educação infantil. Muitas crianças são mutiladas na alma, assim como estas mulheres foram um dia, sem que os pais percebam a gravidade da situação.
Se, é complexo para os pais criarem seus filhos, imagine para uma pessoa sem nenhuma condição afetiva e emocional de participar ativamente da educação de uma criança.

Se os pais não conseguem estabelecer um vinculo afetivo com a criança de segurança e amor, a “babá” poderá representar o “falso-self” e dominar a criança onde o medo mora...

O opressor, filho do medo e do terror, é um depositado."

Entra na minha mente, clandestinamente, planta as sementes na terra que nascem os frutos “daquilo” que mais me aterroriza..."
" Um dia, eu vejo que nasceu no meu caminho, em minha vida em minha mente, cerca de espinhos intransponíveis, como se fossem colocadas ali, por mim".

O medo da rejeição e do abandono persegue aqueles que foram rejeitados e abandonados na infância. Este sentimento transforma em vítimas todos aqueles que na infância ficaram sujeitos ao desamparo e à dor. Sua percepção, distorcida de si-mesmo, deriva das suas experiências com seus pais.

Um adulto que carrega no seu coração a dor da sua criança ferida - está sem energia para investir em seus projetos; carrega consigo o sentimento de ser condenado pela vida.

O lugar que os pais ocupam no inconsciente é simbolicamente o mesmo espaço de poder e de autoridade, que a figura de Deus representa em nossa psique.

Muitos buscam em uma religião severa e castradora a aceitação de um Pai divino que lhe perdoe seus males, e lhe dê um lugar no mundo e no céu. Inconscientemente buscamos as graças e a redenção divina, as pessoas livres do medo estão abertas para receber as graças da vida.

Os primitivos buscam esta proteção na natureza, nos deuses. Nós somos órfãos destas graças na infância; ficamos reféns da benevolência e do amor dos nossos pais.

Nossa sociedde não cria rituais com a natureza, com a vida de proteção sem punião.

Nascemos com medo. O medo nos mantém vivo. Ele é nosso instinto principal de sobrevivência.
A criança vive o medo do desamparo e do abandono no berço. Do medo nasce à culpa, filha da punição.

Jung definiu a culpa como a emoção experimentada quando sentimos que nos desviamos da totalidade, estamos afastados de Deus, ou em termos psicológicos, do self, o centro regulador da psique.

O medo da morte é um sentimento atávico que persegue o homem como um desafio para sua sobrevivência. Vencer a morte torna o indivíduo herói.

O medo nos tira o poder de lutar, de avançar, de proteger seu território.
O medo é filho da morte, pertence à família da culpa, loucura, punição, castigo, terror, fobia, agressividade e da destruição. Ele nasceu do desamparo, do abandono e da agressividade dos fracos, covardes e cruéis.
A crianças são as maiores vítimas do medo - são pequeninas e frágeis e estão entregues ao destino, sem proteção.

Figuras de pavor e de medo perseguem os adultos e as crianças a vida toda - “Lobisomem, Drácula, a bruxa má dos contos de fada” e outros.

Podemos ver a presença destas imagens arquetípicas nos sonhos de crianças e adultos perseguidos e traumatizados na infância. Tudo que aterroriza uma criança, encarna a face da vida que se volta contra ela, com vários rostos, com várias imagens que tornam sua existência triste, agressiva e amarga.

Quando sou livre não controlo nada e nem ninguém...
Quem serão os maiores algozes, torturadores, destruidores de almas e de ilusões?
O terror e a ameaça é usado como instrumento de dominação e de disciplina militar, “lavagem cerebral” e doutrinação. Muitos pais, muitas escolas e instituições sociais e religiosas, não suportam a idéia de ver a criança crescer fora dos padrões de comportamentos e atitudes esperados por eles.

As ovelhas negras, diferentes,criativas, inteligentes, contestadoras e desafiadoras precisam ser eliminadas das instituições para não corromper as outras - passivas, “burras” e obedientes.
Estas instituições necessitam de indivíduos não pensantes – eles vão para o matadouro da consciência sem reclamar.

“Eu sei o que é melhor para você. Quem manda aqui, sou eu. Portanto quem pensa, fala e dá as ordens aqui, sou eu”.

O medo deixa seqüelas em toda criança que viveu situações de desamparo e de agressão. O abraço de Tânatos – o “não dito” é uma mensagem de morte invisível, avassaladora porque a mensagem se instala – “faça o que eu quero, ou...”.
Subliminar não acha?

Eros torna-se prisioneiro nos braços de Tânatos.
Esta mensagem entra em mim...
Toma conta de mim, e me controla.
O inimigo se instala em minha mente...
Até que eu me esqueça quem sou, e me torno ele...
Possuída e transvestida...

Miller de Paiva disse que “O indivíduo não só internaliza objetos maus porque lhe são impostos, mas também, porque necessita deles e deseja governá-los. Se os pais são objetos maus, o filho não pode rechaçá-los, porque sem eles nada pode fazer. Sem eles fica no nada, no vácuo. É ruim, objetos maus, mas pior é ficar sem eles.

Daí o filho internalizá-los, apesar de ruins. Como não os tolera ruins, procura idealizá-los como bons, o que resulta na internalização de objetos tanáticos, sentidos como bons”.

A rejeição é experimentada pela criança como uma punição por sua existência. "“Sou má e mereço ser punida"”. A criança sente-se anormal, segregada estigmatizada e poderá enviar mensagens inconscientes para as pessoas de punição e castigo. Assume o papel do “bode expiatório”, dentro de casa na escola e nos grupos de referência.

A criança cresce, sem encontrar sua autoridade interior ou a integridade da sua consciência individual. Internaliza o opressor, se identifica com ele. Vive internamente a culpa e a punição, projeta no ambiente esta necessidade de ser punida, castigada.
Observem uma criança ou um adolescente que “pede para ser punido, expulso”; muitas vezes ela nos “obriga” a agir agressivamente com ela. Muitos vivem o drama de serem punidos e expulsos de casa, e dos locais em que vivem, não conseguem sair deste ciclo de repetição.

As doenças psicossomáticas que não curam, as depressões mascaradas de insegurança, uma auto-estima “lá em baixo”, ou erros, perseguições, fracassos que se repetem poderão revelar uma agressividade contra si-mesmo internalizada, p no contato com o agressor.

Edinger disse que “há um quadro na prática psicoterapêutica, que pode ser denominado neurose da alienação. Um indivíduo portador dessa neurose tem muitas dúvidas com relação ao seu direito de existir.

Apresenta-se com um profundo sentimento de falta de valor, inutilidade com todos os sintomas daquilo que costumamos designar por complexo de inferioridade.

A criança que experimenta a rejeição parental como uma rejeição por parte de Deus. Essa experiência é incorporada à psique como alienação, permanente entre o ego e o si-mesmo.

Diante dessa atitude, a energia psíquica é represada e deverá emergir sob formas encobertas, inconscientes ou destrutivas, tais como sintomas psicossomáticos, ataques de ansiedades ou de afeto primitivo, depressão, impulsos suicidas, alcoolismo, etc.

Fundamentalmente, um paciente desses enfrenta o problema de saber se é ou não perdoado diante de Deus, dificilmente tem condições de agir em favor do seu melhor interesse”.

Edinger cita vários casos de crianças adotivas que viveram esta neurose de alienação; são pessoas que viveram o sentimento de banimento, desamparo e rejeição.

A transferência que acontece em psicoterapia, restaura o eixo ego-Si-mesmo, mesmo danificado, havendo reparação”.

Muitosparecem que são marcados para viver assim, carregando o fardo de ser o feio, o mau, o azarado o destruidor.
A criança, o jovem e o adulto poderão carregar os males da família e seus fardos. Um indivíduo poderá ser conhecido como um portador virulento de contaminação do “mau” familiar ou “social” - bode expiatório.

Muitos são verdadeiros “faxineiros” dos males alheios,são programados para ser assim, atraem para si toda a negatividade do ambiente – esta é uma maneira, que o ego "escolhe' de purificar seus “males”, aliviando a dor alheia.

São verdadeiros “sacos de pancadas”, escolhidos para carregar a dor do mundo.

Exemplos de “bode expiatório”: - “Este menino puxou o avô, vai ser igual a ele, "“coisa ruim"”, que tanto mau fez para a família; - “Esta menina é atentada, tem o diabo no corpo, vai ser prostitua igual à mãe”.
- “Ele tem o sangue ruim, igual ao pai. Não vai prestar para nada na vida.”.

Estas mensagens são maldições. É muito difícil o “condenado” se libertar desta "praga" infeliz.
Muitos adultos feridos buscam o sagrado como instrumento para a redenção deste Pai ou da Mãe, implacável em sua rejeição na infância.

“Por que isso deve acontecer comigo?”.
Todos temos, no fundo de nós mesmos, um ressentimento contra o destino e contra a realidade, o que constitui um resíduo de inflação. O ego pensa que o mundo gira em volta dele. O egoísmo infantil quer tudo para ele. O ego se isola e se apega aos seus valores mesquinhos e egoístas. No momento que ele abre mão do seu egoísmo, e se une ao mundo, ele se redime.
Quando a redenção acontece o ego se entrega à existência, experimentando o centro transpessoal da psique, torna-se individuado, fraterno filho da vida, irmãos de todos, o ego para de lutar com a “realidade” e aceita a vida como ela é.

Corpo, espírito e alma unidos para um “bem maior”, servir ao dharma da existência. A psicologia transpessoal acredita na existência no ser humano e no universo de uma consciência comum a ambos - a Consciência Cósmica ou Consciência Primordial. Este estado transcendente da consciência nos coloca em conexão com o todo, permite uma integração transpessoal com tudo e com todos.

Muitos curadores se curam, curando as fereidas dos outros...
O medo são os grilhões da liberdade.

A culpa castra as asas de Eros, do prazer e da alegria de viver.
O medo é Tânatos – morte, culpa, punição, leis, interdições, angústia, repressão, limitação.
A alma conhece o poder que o destino possue - tece sua teia e envolve os transgressores da lei do dharma e do carma na lei da Justiça Divina.

Eros é a face do dharma que o ego conhece.
Eros é a energia do bom Self, sua redenção e graças.
O medo nos afasta de Eros, porque perdemos contato com o Self.
O medo nos coloca nos braços de Tânatos, o desamparo interior chamado solidão e morte.

Todos nós passamos por um período de reformulação constante do nosso funcionamento psíquico onde, em essência, iremos aprender a substituir o medo, a limitação, pela liberdade interior - do prazer sem limites, pela busca do prazer dentro da nossa realidade.

Iremos aprender a resolver nossos conflitos, através do nosso investimento afetivo existencial − em nossas metas, nas artes, e na participação coletiva de construção de um mundo melhor para todos.

"Hoje, posso ser livre diante de Deus e da vida, apesar de tudo...
Hoje, meu altar está erguido em meu coração, aceso com a alegria de viver...
Hoje, sou livre – estou dançando, celebrando com mãe divina a existência...
Encontrei minhas raízes nas estrelas do céu...
Meus pais moram no universo...
Encontrei o amor divino que me protege e cuida...
Encontrei a Deusa da compaixão - ela me colocou em seus braços, acalentou minha alma e eu pude sentir que eu tinha voltado para casa".

A alma de uma criança no momento da agressão torna-se “mutilada” transfigurada, como uma queimadura. Para reconstruir esta deformidade, muitos lutam desesperadamente para vencer seus próprios limites.
Eu preciso me lembrar quem sou.

“Todo menino era um rei...” Toda menina era uma princesa...

Como posso renascer de novo?
Quando me tornarei inocente novamente?...
Quando meu coração se abrirá para a vida apesar, de tudo?...
Quando posso ver a beleza da vida, as cores da natureza e ouvir o canto dos passarinhos?
Quando eu posso me entregar ao amor sem esperar nada de volta?...
Quando sentirei que estou nos braços da mãe natureza?
Quando a vida vai espelhar a alegria que vive dentro de mim?

Dentro de todos nós, existe a criança divina universal, essência da alma. A alegria é a energia que liberta a inocência que vive dentro de nós, adultos e crianças.

A alegria é um antídoto contra a escuridão, contra angústia.
A maior riqueza que a família destroe é alegria de viver...
A alegria é a essência vital da alma... Sem ela somos fantasma de nós mesmos.
Alegria é mãe da esperança...

A criança é como uma árvore, se ela é “podada” crescerá como um bonsai, dentro de um espaço que não facilita sua expansão. Torna-se carente, frágil, dependente do adulto.
Os pais deveriam buscar recursos que facilitem sua relação com os filho e suporte para conduzir a sua educação, como: - ajuda médica, espiritual, psicoterapia, psicopedagogia, astrologia e outros.
Vínculos duradouros, estáveis e confiáveis são importantes para o desenvolvimento emocional das crianças e dos adolescentes, devendo ser evitada, tanto quanto possível, a quebra da continuidade destas relações significativas.

O adolescente precisa saber a importância de ser o único, no universo e o que isto representa. Construir a própria individualidade e identidade é, com certeza, fazer-se diferente dos demais. Sua individualidade é importante – o universo não vive sem você.

Sou insubstituível, único, porque sou a manifestação da inteligência divina.
Minha essência tem a pureza de um diamante sagrado.
Sou único, e serei lembrado por minha individualidade.
Sou único e por isto sou tão importante para a existência.
Minha identidade é a minha personalidade.
Não quero ser um outro alguém, quero ser eu mesmo e sentir alegria por isto.

Obrigado meu Deus.
Consegui libertar a criança que mora dentro de mim e lhe dar um lindo jardim, florido, com as flores da esperança para brincar.


Dharma Dhannya 2005.


A VISÃO GLOBAL DE DEUS

A VISÃO GLOBAL DE DEUS

(...) Os Humanos têm apenas um modelo de consciência para compararem seja o que for: eles mesmos!

Assim, quem acredita em Deus sente, naturalmente, que Deus deve ter atributos humanos.

Outros, porém, nem sequer sabem do que estou a falar.

Quando estão (como agora) no topo da escada evolutiva da consciência e da criação, só podem avaliar algo comparando-o convosco mesmo. Não há nada mais. Mas o vosso conhecimento sempre limitou a vossa imaginação, porque tudo o que pensam tem como referência o grande “indivíduo” humano. Além disso, as Escrituras parecem indicar que vocês foram feitos “à sua imagem”. Assim, crêem que Deus certamente tem forma humana. E já que não há nada mais elevado para ver… isso deve ser o mais elevado do Universo!

Vou dar-vos uma linda e breve metáfora para reflectirem: Imaginem, por um momento, a Terra dominada pela raça canina. Nada de Humanos, só cães! E imaginem que os cães têm o mesmo grau de inteligência que a Humanidade detém neste momento.

Imaginem que a evolução tomou um caminho diferente, e cães inteligentes dirigem o mundo, tal como vocês o fazem agora. Além de terem problemas tal como vocês, também têm os seus próprios pensamentos espirituais acerca de como deve de ser Deus, pelo que, naturalmente, têm uma religião.

Rezam e reflectem, e, tal como vocês, têm ideias intelectuais.

Muito bem. Se eu pudesse levar-vos a esse lugar metafórico onde vivem todos esses cães inteligentes, que religiões encontrariam? Antes do mais, Deus seria um cão! E cada espécie de cães teria uma fotografia de Deus representando, é claro, a sua própria raça. Todos os anjos seriam cães com asas, e passariam a vida a cheirarem-se uns aos outros! Querem que continue?... Sabem o que vem aseguir, não é verdade? A prova social de que Deus é um cão é que o nome desta espécie (dog) lido ao contrário é Deus (god)! Devo continuar? Apesar de ser muito divertido, vocês sabem que eu tenho razão. Tentem compreender: trata-se da única consciência que eles têm enquanto cães; é a única coisa que conhecem. Na sua mente, Deus converte-se naquilo que eles são. Não podem pensar para além da consciência mais elevada que compreendem… que são eles mesmos!

Os Humanos fazem exactamente o mesmo, aplicando a Deus todos os atributos da humanidade.

Muitas das coisas que vocês pensam ser intuitivas no Universo, não são; são só vocês a pensar que tudo é como vocês. Os atributos humanos só têm razão de ser onde vocês existem.

Talvez digam que esses atributos também pertencem à dimensão 3, incluindo alguns dos planetas que se encontram na vossa dimensão. E têm razão. Mas os atributos humanos não se aplicam a Deus. Para vocês, a própria palavra Universo, significa o que podem ver usando telescópios. Uma vez mais dizemos: Isso é muito 3D! Para nós, a palavra Universo significa Deus. Há muito mais do que Humanos no Universo real.

Poderão responder: “E o que dizer acerca da frase ‘Feitos à imagem e semelhança’? Não indica que devemos ser parecidos com Deus?”

Saiam da vossa própria limitação por um momento e imaginem o seguinte: se tivessem o poder de conferir a vossa “imagem” a um grupo de formigas num lugar longínquo, acaso logo se veriam como uma formiga? Não. Apenas lhes confeririam a luz que portam e o vosso intelecto espiritual.

A vossa “imagem” divina interdimensional não é a que vêem no espelho; mas muitíssimo mais. É uma imagem interdimensional… que se pode adequar facilmente a uma formiga!

Agora, regressem e compreendam que ao longo deste dia (de palestras) apenas temos estado a ensinar que Deus palpita em vocês. Não quer dizer que Deus se pareça com um Humano; a imagem de Deus está na mestria contida no ADN humano.


Assim, 7º atributo é a propensão que os Humanos têm de ver Deus sob uma forma humana. Mas a coisa vai muito, mas muito mais para além disso. Vocês vêem Deus a fazer o que os Humanos fazem, desfrutando do que eles desfrutam, passando pelos dramas que vivem, e tendo todos os seus resíduos evolutivos. Já se tinham dado conta?

Continuem a ler(...)


(...) “Kryon, o que é a mestria?”

É quando andas por aí e não tens medo da vida. É quando estás tranquilo, enquanto outros não estão. As situações que geram drama nos outros, não te afectam. É quando o mundo que te rodeia está um caos e tu entras nele sem sentir o caos. Em vez disso, em algum nível, sentes a sabedoria ancestral. Sabes com toda a certeza que não te afecta, e que não tem de te afectar. Mestria é, quando alguém grita e te insulta, reagires imediatamente averiguando se tem razão. Isto é a mestria. A primeira reacção do ser humano é contra-atacar; a primeira reacção de um mestre é examinar-se em busca da integridade (...)



AMOR



O último atributo é o nº 6, pois já abordámos o nº 7. Gosto de fazer as coisas em círculo; como vocês pensam em linha recta, assim têm de se adaptar. É uma boa prática!

Vocês julgam que sabem o que é o amor, não é verdade? Mas há muitos tipos de amor: por exemplo, o de Humano para Humano, a beleza de uma simples parceria entre Humanos. Não há nada como isso. Está perfeitamente concebido para que o desfrutem na mais íntima santidade. No entanto, embora seja uma das coisas mais sagradas para criar uma vida preciosa entre dois seres humanos apaixonados, é descrito por algumas religiões como algo maligno, carnal.

Mas esse é apenas um tipo de amor. Também existe o amor da mãe pelos seus filhos. Algo intenso, não é verdade? Porque as mães estão dispostas a dar as suas vidas pelos seus filhos, em qualquer momento. É belo, sim, mas não é o amor de Deus. Não vos posso dizer como é o amor de Deus; poderia jorrá-lo sobre vocês e encher-vos com ele. Vocês sentiriam a compaixão ancestral e chorariam… mas não por ser pesado, mas por ser uma libertação!

Sabiam que são eternos? Sabiam que há respostas para cada tema que abordam ou vos apoquenta?

Sabem que podem deixar esta sala de forma diferente de como chegaram? Esse é o amor de Deus que vos fala. Cada célula do vosso corpo anseia-o porque, quando não estão aqui, são uma parte desse processo, são uma parte de Deus. Por isso, cada filamento de ADN tem o nome de Deus em hebraico contido nele. Julgam que foi um erro?

O amor de Deus está para além da vossa compreensão. É o que os trouxe a esta sala. É uma parte da sincronicidade do que está aqui. A esse amor responderá a nona camada do vosso ADN, e a sexta camada também quer fazer parte (falando da identificação do novo ADN que Kryon está ensinando).

O amor de Deus está para além de qualquer coisa para que possam tender, já que a vossa mente humana não consegue captá-lo. É interdimensional e ultrapassa a compreensão.

Simplesmente têm de confiar nele. Podem fazê-lo? Fé é confiar no invisível. E necessitam de fé para começar a imaginar o conceito de amor desde o núcleo universal… uma energia que, para vocês, é o Lar.


Trechos de: As sete grandes ilusões humanas sobre Deus - Kryon canalizado ao vivo por Lee Carroll - Edmonton, Alberta, Canadá – 8 de Julho de 2006Esta informação é gratuita e pode ser impressa, copiada e distribuída livremente. No entanto, os seus direitos de autor proíbem a sua venda, excepto pelo editor.

30 de agosto de 2007

CONSCIÊNCIA: O CAMINHO PARA ESCAPAR DO SOFRIMENTO

NÃO CRIE MAIS SOFRIMENTO NO PRESENTE
Ninguém tem uma vida livre de sofrimento e mágoa. Não é uma questão de aprender a viver com isso, em vez de tentar evitar?
A maior parte do sofrimento humano é desnecessária. Ele se forma sozinho, enquanto a mente superficial governa a nossa vida.

O sofrimento que sentimos neste exato momento é sempre alguma forma de não-aceitação, uma forma de resistência inconsciente ao que é. No nível do pensamento, a resistência é uma forma de julgamento. No nível emocional, ela é uma forma de negatividade. O sofrimento varia de intensidade de acordo com o posso grau de resistência ao momento atual, e isso, por sua vez, depende da intensidade com que nos identificamos com as nossas mentes. A mente procura sempre negar e escapar do Agora. Em outras palavras, quanto mais nos identificamos com as nossas mentes, mais sofremos. Ou ainda, quanto mais respeitamos e aceitamos o Agora, mais nos libertamos da dor, do sofrimento e da mente.

Por que a mente tem o hábito de negar ou resistir ao Agora? Porque ela não consegue funcionar e permanecer no controle sem que esteja associada ao tempo, tanto passado quanto futuro, e assim ela vê o atemporal Agora como algo ameaçador. Na verdade, o tempo e a mente são inseparáveis.

Imagine a Terra sem a vida humana, habitada apenas por plantas e animais. Será que ainda haveria passado e futuro? Será que as perguntas “que horas são?” ou “que dia é hoje?” teriam algum sentido para um carvalho ou uma águia? Acho que eles ficariam intrigados e responderiam:
“Claro que é agora. A hora é agora. O que mais existe?”

Não há dúvidas de que precisamos da mente e do tempo, mas, no momento, em que eles assumem o controle das nossas vidas, surgem os problemas, o sofrimento e a mágoa.

Para ter certeza de que permanece no controle, a mente trabalha o tempo todo para esconder o momento presente com o passado e o futuro. Assim, a vitalidade e o infinito potencial criativo do Ser, que é inseparável do Agora, ficam encobertos pelo tempo e a nossa verdadeira natureza é obscurecida pela mente. Todos nós sofremos ao ignorar ou negar cada momento precioso ou reduzi-lo a um meio para alcançar algo no futuro, algo que só existe em nossas mentes, nunca na realidade. O tempo acumulado na mente humana encerra uma grande quantidade de sofrimento cuja origem está no passado.

Se não quer gerar mais sofrimento para você e para os outros, não crie mais tempo, ou, pelo menos, não mais do que o necessário para lidar com os aspectos práticos da sua vida. Como deixar de “criar” tempo? Tendo uma profunda consciência de que o momento presente é tudo o que você tem. Faça do Agora o foco principal da sua vida. Se antes você se fixava no tempo e fazia rápidas visitas ao Agora, inverta essa lógica, fixando-se no Agora e fazendo visitas rápidas ao passado e ao futuro quando precisar lidar com os aspectos práticos da sua vida. Diga sempre “sim” ao momento atual. O que poderia ser mais insensato do que criar uma resistência interior a alguma coisa que já é? O que poderia ser mais insensato do que se opor à própria vida, que é agora e sempre agora? Renda-se ao que é. Diga “sim” para a vida e veja como, de repente, a vida começa a trabalhar mais a seu favor em vez de contra você.

Às vezes, o momento atual é inaceitável, desagradável ou terrível.

As coisas são como são. Observe como a mente julga continuamente o comportamento, atribuindo nomes às coisas. Entenda como esse processo cria sofrimento e infelicidade. Ao observarmos o mecanismo da mente, escapamos dos padrões de resistência e podemos então permitir que o momento atual exista. Isso dará a você uma prova do estado de liberdade interior, o estado da verdadeira paz interior. Veja então o que acontece e parta para a ação, caso necessário ou possível.

Aceite, depois aja. O que quer que o momento atual contenha, aceite-o como uma escolha sua. Trabalhe sempre com ele, não contra. Torne-o um amigo e aliado, não seu inimigo. Isso transformará toda a sua vida, como por milagre.

DISSOLVENDO O SOFRIMENTO DO PASSADO

Enquanto não somos capazes de acessar o poder do Agora, vamos acumulando resíduos de sofrimento emocional. Esses resíduos se misturam ao sofrimento do passado e se alojam em nossa mente e em nosso corpo. Isso inclui o sofrimento vivido em nossa infância, causado pela falta de compreensão do mundo em que nascemos.

Todo esse sofrimento cria um campo de energia negativa que ocupa a mente e o corpo. Se olharmos para ele como uma entidade invisível com características próprias, estaremos chegando bem perto da verdade. É o sofrimento emocional do corpo. Apresenta-se sob duas modalidades: inativo e ativo. O sofrimento pode ficar inativo 90% do tempo, ou 100% ativado em alguém profundamente infeliz. Algumas pessoas atravessam a vida quase que inteiramente tomadas pelo sofrimento, enquanto outras passam por ele em algumas situações que envolvem relações familiares e amorosas, lesões físicas ou emocionais, perdas do passado, abandono, etc. Qualquer coisa pode ativá-lo, especialmente se encontrar ressonância em um padrão de sofrimento do passado. Quando o sofrimento está pronto para despertar do estágio inativo, até mesmo uma observação inocente feita por um amigo ou um pensamento é capaz de ativá-lo.

Alguns sofrimentos são irritantes, mas inofensivos, como é o caso de uma criança que não pára de chorar. Outros são monstros destrutivos e mórbidos, verdadeiros demônios. Alguns são fisicamente violentos; outros, emocionalmente violentos. Eles podem atacar tanto as pessoas à nossa volta quanto a nós mesmos, seus “hospedeiros”. Os pensamentos e sentimentos relativos à nossa vida tornam-se, então, profundamente negativos e autodestrutivos. Doenças e acidentes freqüentemente acontecem desse modo. Alguns sofrimentos podem até levar uma pessoa ao suicídio.

Às vezes levamos um choque ao descobrir uma faceta detestável em alguém que pensávamos conhecer bem. Entretanto, é mais importante observar essa situação em nós mesmos do que nos outros. Preste atenção a qualquer sinal de infelicidade em você, qualquer que seja a forma, pois talvez seja o despertar do sofrimento. Ele pode se manifestar como uma irritação, um sinal de impaciência, um ar sombrio, um desejo de ferir, sentimentos de raiva, ira, depressão ou uma necessidade de criar algum tipo de problema em seus relacionamentos. Agarre o sinal no momento em que ele despertar de seu estado inativo.

O sofrimento deseja sobreviver, mas, para isso, precisa conseguir que nos identifiquemos inconscientemente com ele. Portanto, quando o sofrimento toma conta de nós, cria uma situação em nossas vidas que reflete a própria freqüência de energia da qual ele se alimenta. Sofrimento só se alimenta de sofrimento. Não se consegue alimentar de alegria. Acha-a indigesta.

Quando o sofrimento nos domina, faz com que desejemos ter mais sofrimento. Passamos a ser vítimas ou perpetradores. Queremos infligir sofrimento, ou senti-lo, ou ambos. Na verdade, não há muita diferença entre os dois. É claro que não temos consciência disso e afirmamos que não queremos sofrer. Mas, preste bem atenção e verá que o seu pensamento e o seu comportamento estão programados para continuar com o sofrimento, tanto para você quanto para os outros. Se você estivesse consciente disso, o padrão iria se desfazer, porque desejar mais sofrimento é uma insanidade, e ninguém é insano conscientemente.

O sofrimento, a sombra escura projetada pelo ego, tem medo da luz da nossa consciência. Teme ser descoberto. Sobrevive graças à nossa identificação inconsciente com ele, assim como do medo inconsciente de enfrentarmos o sofrimento que vive dentro de nós. Mas se não o enfrentarmos, se não direcionarmos a luz da nossa consciência sobre o sofrimento, seremos forçados a revivê-lo. O sofrimento pode nos parecer um monstro perigoso, mas eu lhe garanto que se trata de um fantasma frági1. Ele não pode prevalecer sobre o poder da nossa presença.

Alguns ensinamentos espirituais dizem que todo sofrimento é, em última análise, uma ilusão, e isso é verdade. A questão é se isso é uma verdade para você. Acreditar simplesmente não transforma nada em verdade. Você quer sofrer para o resto da vida e permanecer dizendo que é uma ilusão? Será que essa atitude livra você do sofrimento? O que nos interessa aqui é o que podemos fazer para vivenciar essa verdade, ou seja, torná-la real em nossas vidas.

Portanto, o sofrimento não quer que nós o observemos diretamente e vejamos o que ele realmente é. No momento em que o observamos, sentimos seu campo energético dentro de nós e desfazemos nossa identificação com ele, surge uma nova dimensão da consciência. Chamo a isso presença. Passamos a ser testemunhas ou observadores do sofrimento. Isso significa que ele não pode mais nos usar, fingindo ser nosso eu interior. Então, não temos mais como realimentá-lo. Aqui está nossa mais profunda força interior, Acabamos de acessar o poder do Agora.

O que acontece ao sofrimento quando nos tornamos conscientes o bastante para romper a nossa identificação com ele?

A inconsciência cria o sofrimento. A consciência transforma o sofrimento nela mesma. São Paulo expressa esse princípio universal de uma forma linda ao dizer: “Tudo é revelado ao ser exposto à luz e o que for exposto à própria luz se torna luz”. Assim como não se pode lutar contra a escuridão, não se pode lutar contra o sofrimento. Tentar fazer isso poderia gerar um conflito interior e um sofrimento adicional. Observar o sofrimento já é o bastante. Observá-lo implica aceitá-lo como parte do que existe naquele momento.

O sofrimento consiste na energia vital aprisionada que se desprendeu do campo energético total e se fez temporariamente autônoma, através de um processo artificial de identificação com a mente. Ela se volta para dentro de si mesma e se torna algo contrário à vida, como um animal tentando comer o próprio rabo. Por que você acha que a nossa civilização se tornou tão autodestrutiva? Acontece que as forças destrutivas da vida, ainda são energia vital.

Mesmo quando começamos a deixar de nos identificar e nos tornamos observadores, o sofrimento ainda continua a agir por um tempo e vai tentar fazer com que voltemos a nos identificar com ele. Embora não esteja mais recebendo a energia originada da nossa identificação com ele, o sofrimento ainda tem sua força, como uma roda-gigante que continua a girar, mesmo quando deixa de receber o impulso. Nesse estágio, o sofrimento pode até ocasionar dores em diversas partes do corpo, mas elas não vão durar. Esteja presente, fique consciente. Vigie o seu espaço interior. Você vai precisar estar presente e alerta para ser capaz de observar o sofrimento de um modo direto e sentir a energia que emana dele. Agindo assim, o sofrimento não terá força para controlar o seu pensamento. No momento em que o seu pensamento se alinha com o campo energético do sofrimento, você está se identificando com ele e, de novo, alimentando-o com os seus pensamentos.

Por exemplo, se a raiva é a vibração de energia que predomina no sofrimento e você alimenta esse sentimento, insistindo em pensar no que alguém fez para prejudicá-lo ou no que você vai fazer em relação a essa pessoa, é porque você já não está mais consciente, e o sofrimento se tornou “você”. Onde existe raiva, existe sempre um sofrimento oculto. Quando você começa a entrar em um padrão mental negativo e a pensar como a sua vida é horrorosa, isso quer dizer que o pensamento se alinhou com o sofrimento e que você passou a estar inconsciente e vulnerável a um ataque do sofrimento. Utilizo a palavra “inconsciência” no presente contexto para significar uma identificação com um padrão mental ou emocional. Isso implica uma ausência completa do observador.

Manter-se em um estado de alerta consciente destrói a ligação entre o sofrimento e o mecanismo do pensamento, e aciona o processo de transformação. E como se o sofrimento se tornasse o combustível para a chamada da consciência, resultando em um brilho de mais intensidade. Esse é o significado esotérico da antiga arte da a1quimia: a transformação do metal não-precioso em ouro, do sofrimento em consciência. A separação interior cicatriza, e você se torna inteiro outra vez. Cabe a você, então, não criar um sofrimento adicional.

Resumindo o processo: concentre a atenção no sentimento dentro de você. Reconheça que é o sofrimento. Aceite que ele esteja ali. Não pense a respeito. Não permita que o sentimento se transforme em pensamento. Não julgue nem analise. Não se identifique com o sentimento. Esteja presente e observe o que está acontecendo dentro de você. Perceba não só o sofrimento emocional, mas também a presença “de alguém que observa”, o observador silencioso. Esse é o poder do Agora, o poder da sua própria presença consciente. Veja, então, o que acontece.

Em inúmeras mulheres, o sofrimento manifesta-se, em particular, no período anterior ao fluxo menstrual. Mais adiante comentarei as razões pelas quais isso acontece. No momento, o importante é que você seja capaz de estar alerta e presente quando o sofrimento aparecer e de observar o sentimento em vez de se deixar dominar por ele. Essas atitudes proporcionam uma oportunidade para a mais poderosa das práticas espirituais e tornam possível uma rápida transformação de todo o passado.

A IDENTIFICAÇÃO DO EGO COM O SOFRIMENTO

O processo que acabei de descrever é extremamente poderoso, embora simples. Poderia ser ensinado a uma criança, e tenho a esperança de que um dia será uma das primeiras coisas a serem aprendidas na escola. Uma vez entendido o princípio básico do que significa estar presente observando o que acontece dentro de nós – e “entendemos” isso quando passamos pela experiência –, teremos à nossa disposição a mais poderosa ferramenta de transformação.

Não nego que podemos encontrar uma forte resistência interna tentando nos impedir de pôr um fim à identificação com o sofrimento. Isso acontecerá particularmente se tivermos vivido intimamente identificados com o sofrimento emocional durante a maior parte da Vida e se tivermos investido nele uma grande parte ou mesmo todo o nosso sentido de eu interior. Isso significa que construímos um eu interior infeliz por conta do nosso sofrimento e acreditamos que somos essa ficção fabricada pela mente. Nesse caso, nosso medo inconsciente de perder a identidade vai criar uma forte resistência a qualquer forma de não-identificação. Em outras palavras, você preferiria viver com o sofrimento – ser o sofrimento – a saltar para o desconhecido, correndo o risco de perder o seu infeliz, mas familiar eu interior.

Se esse é o seu caso, observe a resistência dentro de você. Observe o seu apego ao sofrimento. Esteja muito alerta. Observe como é estranho ter prazer em ser infeliz. Observe a compulsão de falar ou pensar a esse respeito. A resistência deixará de existir se você torná-la consciente. Poderá então dar atenção ao sofrimento, estar presente como testemunha e iniciar a transformação.

Só você pode fazer isso. Ninguém pode fazer por você. Mas, caso tenha bastante sorte para encontrar alguém intensamente consciente, se puder estar com essa pessoa e juntar-se a ela no estado de presença, isso poderá ser de grande utilidade, acelerando o processo. Se isso acontecer, a sua própria luz logo brilhará mais forte. Quando colocamos um pedaço de lenha que tenha começado a queimar há pouco tempo perto de outro que está queimando vigorosamente e, depois, separamos os dois novamente, o primeiro tronco passará a queimar com uma intensidade muito maior. Afinal de contas, é o mesmo fogo. Ser um fogo dessa natureza é uma das funções de um mestre espiritual. Alguns terapeutas estão aptos a preencher essa função; desde que tenham alcançado um ponto além do nível de consciência e sejam capazes de criar e sustentar um estado de presença intensa e consciente enquanto estiverem trabalhando com você.

A ORIGEM DO MEDO

Você mencionou o medo como uma parte do nosso sofrimento emocional latente. Por que há tanto medo na vida das pessoas? Uma certa dose de medo não é saudável? Se eu não tivesse medo do fogo, poderia colocar minha mão dentro dele e me queimar.

A razão pela qual não colocamos a mão no fogo não é o medo, e sim a certeza de que vamos nos queimar. Não é preciso ter medo para evitar um perigo desnecessário, basta um mínimo de inteligência e bom senso. Nessas questões práticas, é muito útil aplicarmos as lições do passado. Mas se alguém nos ameaça com fogo ou com violência física, talvez experimentemos uma sensação como o medo. É uma reação instintiva ao perigo, sem relação com a doença psicológica do medo que estamos tratando aqui. A doença psicológica do medo não está presa a qualquer perigo imediato concreto e verdadeiro. Manifesta-se de várias formas, tais como agitação, preocupação, ansiedade, nervosismo, tensão, pavor, fobia, etc. Esse tipo de medo psicológico é sempre de alguma coisa que poderá acontecer, não de alguma coisa que está acontecendo neste momento. Você está aqui e agora, ao passo que a sua mente está no futuro. Essa situação cria um espaço de angústia. E caso estejam identificados com as nossas mentes e tivermos perdido o contato com o poder e a simplicidade do Agora, essa angústia será a nossa companhia constante. Podemos sempre lidar com uma situação no momento em que ela se apresenta, mas não podemos lidar com algo que é apenas uma projeção mental. Não podemos lidar com o futuro.

Além do mais, enquanto estivermos identificados com a mente, o ego rege as nossas vidas, como mencionei anteriormente. Por conta da sua natureza ilusória e apesar dos elaborados mecanismos de defesa, o ego é muito vulnerável e inseguro e vê a si mesmo em constante ameaça. Esse é o caso aqui, mesmo que o ego seja muito confiante, em sua forma externa. Agora, lembre-se que uma emoção é a reação do corpo à mente. Que mensagem o corpo está recebendo permanentemente do ego, o falso eu interior construído pela mente? Perigo, estou sob ameaça. E qual é a emoção gerada por essa mensagem permanente? Medo, é claro.

O medo parece ter várias causas – tememos perder, falhar, nos machucar –, mas em última análise todos os medos se resumem a um só: o medo que o ego tem da morte e da destruição. Para o ego, a morte está bem ali na esquina. No estado de identificação com a mente, o medo da morte afeta cada aspecto da nossa vida. Por exemplo, mesmo uma coisa aparentemente trivial ou “normal”, como a necessidade de estar certo em um argumento e demonstrar à outra pessoa que ela está errada, defendendo a posição mental com a qual nos identificamos, acontece por causa do medo da morte. Se estivermos identificados com uma atitude mental e descobrirmos que estamos errados, nosso sentido de eu interior baseado na mente corre um sério risco de destruição. Portanto, assim como o ego, você não pode errar. Errar é morrer. Muitas guerras foram disputadas por causa disso e inúmeros relacionamentos foram destruídos.

Uma vez que não estejamos mais identificados com a mente, não faz a menor diferença para o nosso eu interior estarmos certos ou errados. Assim, a necessidade compulsiva e profundamente inconsciente de ter sempre razão – o que é uma forma de violência – vai desaparecer. Você poderá declarar de modo calmo e firme como se sente ou o que pensa a respeito de algum assunto, mas sem agressividade ou qualquer sentido de defesa. O sentido do eu interior passa a se originar de um lugar profundo e verdadeiro dentro de você, não mais de sua mente. Tenha cuidado com qualquer tipo de defesa dentro de você. Está se defendendo de quê? De identidade ilusória, de uma imagem em sua mente, de uma identidade fictícia? Ao trazer esse padrão à consciência, ao testemunhá-lo, você deixa de se identificar com ele. Sob a luz da consciência, o padrão de inconsciência irá se dissolver rapidamente. Esse é o fim de todos os argumentos e jogos de poder, tão prejudiciais aos relacionamentos. O poder sobre os outros é fraqueza disfarçada de força. O verdadeiro poder é interior e está à sua disposição agora.

O medo será uma companhia constante para qualquer pessoa que esteja identificada com a mente e, portanto, desconectada do seu verdadeiro poder, o eu profundo enraizado no Ser. O número de pessoas que conseguiram alcançar o ponto além da mente ainda é extremamente pequeno, o que nos leva a presumir que, virtualmente, todas as pessoas que você encontra ou conhece vivem em um estado permanente de medo. Só o que varia é a intensidade. Ele flutua entre a ansiedade e o pavor numa ponta da escala e um desconfortável, vago e distante sentido de ameaça na outra. Muitas pessoas só tomam consciência disso quando o medo assume uma de suas formas mais agudas.

A BUSCA DO EGO PELA PLENITUDE

Um outro aspecto do sofrimento emocional é uma profunda sensação de falta, de incompletude, de não se sentir inteiro. Em algumas pessoas isso é consciente, em outras, não. Quando está consciente, a pessoa tem uma sensação inquietante de que não é respeitada ou boa o bastante. Na forma inconsciente, essa sensação se manifesta indiretamente como um anseio, uma necessidade ou uma carência intensa. Em ambos os casos, as pessoas podem acabar buscando compulsivamente uma forma de gratificar o ego e preencher o buraco que sentem por dentro. Assim, empenham-se em possuir propriedades, dinheiro, sucesso, poder, reconhecimento ou um relacionamento especial, para se sentirem melhor e mais completas. Porém, mesmo quando conseguem todas essas coisas, percebem que o buraco ainda está ali e não tem fundo. As pessoas vêem, então, que estão realmente em apuros, porque não podem mais se enganar. Na verdade, elas continuam tentando agir como antes, mas isso se torna cada vez mais difícil.

Enquanto o ego dirige a nossa vida, não conseguimos nos sentir à vontade, em paz ou completos, exceto por breves períodos, quando acabamos de ter um desejo satisfeito. O ego precisa de a1irnento e proteção o tempo todo. Tem necessidade de se identificar com coisas externas, como propriedades, status social, trabalho, educação, aparência física, habilidades especiais, relacionamentos, história pessoal e familiar, ideais políticos e crenças religiosas. Só que nada disso é você.

Levou um susto? Ou sentiu um enorme alívio? Mais cedo ou mais tarde, você vai ter que abrir mão de todas essas coisas. Pode ser difícil de acreditar, e eu não estou aqui pedindo a você que acredite que a sua identidade não está em nenhuma dessas coisas. Você vai conhecer por si mesmo a verdade, lá no fim, quando sentir a morte se aproximar. Morte significa um despojar-se de tudo o que não é você.
O segredo da vida é “morrer antes que você morra” – e descobrir que não existe morte.


Trecho do livro . O Poder do Agora – Um Guia Para a Iluminação Espiritual – Eckhart Tolle


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