28 de setembro de 2008

Economia espiritual

ECONOMIA ESPIRITUAL
A questão do dinheiro é da maior importância para as pessoas em todo o mundo. Muitas pessoas querem ter muito mais, outras se livrarem dele. A maioria pensa que está para a parte material da vida e não a espiritual.
Em si trata-se apenas um meio (aliás, um símbolo) de intercâmbio de bens e serviços. Como tal existiu desde que a gente achou que trocar vacas e lenços por ferramentas e bugigangas era complicado demais, especialmente quando seus donos precisavam de porcos e louças, e não de vacas e lenços.
Assim, os grupos humanos que comerciavam entre si, ao lado de um sistema de trocas, desenvolveram um sistema monetário. Na Antigüidade, um dos mais usados se valia de conchas de moluscos. O ouro tem sido muito usado por ser prático, durável, belo e bastante raro. Mas seu valor aumentava e caia, como também dos sistemas monetários que o tomavam como base.
O meio usado como dinheiro pode ser material, como conchas, metal ou papel, mas o que importa é o valor que se lhe outorga. E este valor não tem nada de material. É apenas uma idéia na mente das pessoas. Muitas vezes, tanto papel quanto metal tem pouco valor próprio, e o valor de algo sólido como o ouro sobe e desce ao sabor da conjuntura.
Como meio de intercâmbio, tem de estar baseado em algo valioso; isto é, por alguma coisa percebida como valiosa. E mais: deve ter como base à confiança na fonte do dinheiro, que vai além de seu valor de face. Bancos podem falir, ainda que abarrotados de dinheiro, quando as pessoas perdem a confiança; até governos (a União Soviética é exemplo disso).
E as pessoas podem fracassar quando os demais perdem a confiança neles ou quando perdem a confiança em si mesmas, independendo do valor dos seus bens e serviços. Por outro lado, certas pessoas obtêm enorme sucesso quando se fazem merecedoras da profunda confiança dos demais ou têm uma extraordinária confiança em si mesmas, também à margem do valor de seus bens e serviços.
Assim, o verdadeiro valor do dinheiro como meio de troca de coisas materiais depende de coisas bem imateriais e espirituais como segurança, confiança e fé. Destes fatores espirituais também depende quanto dinheiro as pessoas estão dispostas a dar a alguém por seus bens e serviços.
Pode soar desagradável, mas dinheiro apenas vem de pessoas. Não vêm de Deus (salvo indiretamente). Não vem dos governos, vêm dos funcionários públicos que o dirigem e daqueles que pagam impostos. Não vêm de cassinos nem loterias, vêm de jogadores que perderam suas apostas. Não vem das empresas, vem das pessoas que compram coisas.
“Se quiser ter mais dinheiro em sua vida - seja para o que for - então deve fazer-se mais valioso aos olhos das outras pessoas. Oferecer bens e serviços valiosos não será suficiente, tampouco o de estar no lugar certo na hora certa, nem de escolher o número certo. Terá de ser mais espiritual que isso. Terá de ter mais confiança e fé em seu próprio valor, como provedor ou como pessoa”.
Veja seu Trabalho como Prática Espiritual
“Hoje a pessoa vive cerca de 50% a 60% da sua vida dentro de uma empresa; convive mais tempo com colegas de trabalho que com sua família. Então, é normal que viva seus valores espirituais onde passa mais tempo.
A espiritualidade na vida profissional não consta só de orações e meditações. É no dia-a-dia. Na briga com o colega, na injustiça do chefe. É do jeito como vivenciamos esses problemas que ela se revela na sua plenitude.
Olha que bela chance de exercitar sua espiritualidade! Generosidade, gratidão, perdão, atenção, ética e gentileza irão conviver com ambição, raiva, inveja, desânimo, pressão psicológica e desgaste emocional. Química esta a ser testada todo dia, em cada discussão, com chefes e colegas, em cada disputa por espaço. Com ganhos e perdas.
Pode parecer tarefa impossível a quem nunca fez essa conexão entre serviço e espiritualidade. Mas quem já tentou para valer garante que não é tão difícil assim: ‘Hoje consigo integrar meus ideais à minha profissão. Acho que é possível diminuir, e até acabar com a divisão entre trabalho e espiritualidade’.
A própria razão de alguém estar em certo emprego – e não em outro – tem um sentido espiritual. Tantas empresas onde trabalhar, tantas profissões a escolher, tantos negócios a realizar, mas o destino o colocou aí, nessa empresa, nesse grupo, com esses colegas, chefes e subordinados. O que isso significa? O que o destino quer que você aprenda?Essa vontade de dar um sentido mais amplo está ligada à ‘inteligência espiritual’. Pessoas com alto quociente são mais idealistas e espontâneas. Têm capacidade de encarar as dificuldades e admiram a diversidade da vida. À medida que integram esses valores, aumentam a inteligência espiritual. Tornam-se mais solidários.
Liane Camargo de Almeida Alves, em Bons Fluidos 10/2001, usou a frase ‘o destino colocou você em...’, quando o xamã urbano Serge King, autor do texto anterior, diria ‘você cria sua própria realidade’. Liane propõe:
1. As pessoas mais ‘problemáticas’ são seus melhores professores. É duro aceitar que chefe ou colega, que às vezes tem vontade de esmagar, podem ser, mesmo, mestres espirituais. Já diziam os sábios chineses, ‘nossos piores inimigos são nossos melhores amigos’.
2. Tendo um problema, olhe para dentro. Veja que sentimentos estão no âmago da disputa. Podem ser inveja do sucesso ou competência do outro, excesso de ambição, desejo de vingança, medo de perder espaço ou insegurança. Vá lá, admita, e não culpe somente o outro.
3. Compartilhe, seja generoso. É loucura afirmar isso num mercado competitivo? Mas as leis espirituais agem por caminhos estranhos. Desejar compartilhar o sucesso traz retornos benéficos. O Dalai-Lama, líder espiritual tibetano, diz, brincando: ‘se quer ser bem egoísta seja generoso: as chances que virão serão bem melhores do que o mais egoísta poderia desejar.
4. Seja grato. Sabemos pedir, mas quem costuma agradecer? Quando pensar no trabalho, agradeça a oportunidade de estar ali. Reconheça os lados positivos; saiba que pode aprender com os negativos. E ao dizer obrigado, diga-o com o coração.
5. Enfrente desânimo com viés espiritual. Assim evita que seus recursos sejam bloqueados. Aliás, a intenção espiritual desperta recursos ainda maiores. Visando paciência, gentileza ou generosidade, cogite praticá-las todos os dias. Ser paciente no telefone, por exemplo, pode se tornar uma intenção espiritual. Visto deste modo, o serviço deixa de ser apenas um meio de vida e faz parte da evolução interior.
6. O que é fracasso? É realmente difícil avaliar o que é um e outro. Espiritualmente, o fracasso é chance para crescer. O sucesso, uma cilada para descansar sobre louros. Importa saber que sempre há um grande recurso: sua eterna vontade de aprender. Você é ainda você.
7. Veja seu local de trabalho como um local sagrado. É verdade. Por mais difícil que seja sua atividade, pode torná-la gratificante. Trate der ver a essência divina (o Eu Superior) dentro das pessoas. Visualize seu local de trabalho envolto em cores. Violeta e dourado para purificação, rosa para amorosidade, verde para crescimento. Quando o ambiente estiver tenso, mentalize mantras, como o ‘eu te amo’ de Joel Vitale.

OK

por Jens Federico Weskott - jweskott@uol.com.br
http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=10155

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