8 de abril de 2012

Páscoa > Ressurreição > despertando do sonho da morte

JESUS: o propósito da sua vida
Eu acho que é importante falar agora de Jesus porque todas as pessoas parecem ter problemas com ele por algumas das razões que mencionei anteriormente.Tendo crescido nesse mundo, seja como cristão ou como judeu, a noção que a pessoa tem de Jesus não pode deixar de ser distorcida. Em Um Curso em Milagres, ele quer endireitar as coisas. Ele quer que as pessoas o vejam como um irmão amoroso ao invés de um irmão no julgamento, na morte, na culpa e no sofrimento, ou ainda um irmão não existente. Foi por isso que o Curso veio como veio e é também por isso que Jesus torna bem claro que ele é o autor. Deixem-me dizer-lhes primeiro como Jesus descreve a mesmo e qual é o propósito da sua vida.

Um dos conceitos mais importantes em Um Curso em Milagres é o de causa e efeito. É uma forma útil ao considerarmos toda a idéia do perdão e especialmente ao olharmos para a missão de Jesus e como ele a realizou. A própria natureza da idéia de causa e efeito é tal que não podemos ter uma sem a outra. O que estabelece que algo é uma causa é que conduz a efeitos. E o que estabelece algo como um efeito é ter vindo de uma causa.

Uma das minhas frases favoritas no Curso parece quase incompreensível. Ela diz: “A causa torna-se causa devido a seus efeitos” (T-28.II.l:2). Essa é uma forma poética de dizer que a causa se faz causa pelos seus efeitos. Assim, o que estabelece algo como uma causa é que ela tem efeitos. Do mesmo modo, o que estabelece algo como um efeito é que ele tem uma causa. Esse é um princípio fundamental desse mundo e também do Céu. Deus é a Primeira Causa e o Efeito é Seu Filho. Deus é a Causa que estabeleceu Seu Filho como o Efeito. E como um Efeito de Deus, nós estabelecemos Deus como o Criador ou o Pai.

O princípio também funciona neste mundo, de tal modo que toda ação tem uma reação. O que isso também significa é que se algo não é uma causa não pode existir nesse mundo. Tudo nesse mundo tem que ter um efeito, de outro modo não existiria. Toda ação tem que ter uma reação: esse é um princípio fundamental da física. Se algo existe, terá um efeito em alguma outra coisa. Portanto, tudo o que existe nesse mundo será uma causa e terá um efeito, e é esse efeito que estabelece a causa. Certo? Compreender esse princípio é muito importante porque podemos então usá-lo como uma fórmula abstrata e nos ligarmos nisso.

Vamos recordar a estória bíblica do pecado original. Quando Deus pegou Adão e Eva e os puniu, Ele expressou a punição dentro de um contexto causal. Ele disse: “Porque vocês fizeram isso, é isso que vai acontecer. Porque vocês pecaram, o efeito do seu pecado será uma vida de sofrimento.” O pecado, portanto, é a causa de todo o sofrimento desse mundo, O pecado da separação, que deu origem ao ego, dá lugar ao seu efeito: uma vida de sofrimento, dor e eventualmente morte.

Tudo o que conhecemos nesse mundo é o efeito da nossa crença no pecado. O pecado, portanto, é a causa, do qual a dor, o sofrimento e a morte são o efeito. São Paulo fez uma frase brilhante quando disse: “O salário do pecado é a morte.” (Isso também é citado no Curso [T-19.II.3:6].) Ele estava dizendo exatamente a mesma coisa. O pecado é a causa, e a morte é o efeito. Não há nenhuma testemunha mais poderosa da realidade do mundo separado do que a morte. Esse é um tema proeminente no Curso.

Assim a morte vem a ser a prova definitiva de que o pecado é real. A morte é o efeito do pecado, que é a causa. Se nós agora tentamos seguir o pensamento do Espírito Santo e queremos provar que esse mundo não é real e que o pecado da separação nunca aconteceu, tudo o que é necessário é provar que o pecado não tem efeito. Se pudéssemos provar que a causa não tem efeito, então a causa não pode mais existir. Se alguma coisa não é uma causa, essa coisa não é real. Tudo o que é real tem que ser uma causa e, portanto, ter um efeito. Se removemos o efeito estamos também eliminando a causa.

Agora, se o maior efeito do pecado nesse mundo é a morte, ao demonstrar que a morte é uma ilusão estamos demonstrando simultaneamente que não há nenhuma separação, que a separação nunca ocorreu, e que a única realidade, a única Causa verdadeira é Deus. Essa pessoa foi Jesus. E a sua missão era nos mostrar que a morte não existe.

O princípio de causa e efeito é resumido da seguinte forma: No Céu Deus é a causa do Filho, ou seja, do Cristo e no Mundo o pecado é a causa do sofrimento, da doença e da morte.

Os evangelhos falam de Jesus como o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. Ele fez isso demonstrando que os pecados não tinham nenhum efeito. Vencendo a morte, ele nos livrou de todos os pecados. Contudo, essa não foi a forma das igrejas compreenderem isso, ou o que nos foi ensinado. Assim, uma das razões importantes do Curso ter vindo nesse momento, desse modo, é a correção desse erro. O que Jesus fez foi viver nesse mundo—o mundo do sofrimento, do pecado, e da morte—e demonstrar que tudo isso não tinha efeito sobre ele.

Um Curso em Milagres se baseia na compreensão de que a ressurreição de Jesus, de fato, ocorreu. Estritamente falando, a ressurreição é apenas o despertar do sonho da morte. Portanto, só diz respeito à mente e não ao corpo. Mas fiel ao seu uso da linguagem tradicional cristã, o Curso freqüentemente emprega o termo ‘ressurreição’ da forma que corresponde à compreensão tradicional. Jesus disse: “Não ensines que eu morri em vão. Ensina, em vez disso, que eu não morri, demonstrando que eu vivo em ti” (T-11.VI.7:3-4). Ele diz a mesma coisa muitas vezes de modos diferentes. O ponto crucial que devemos compreender é que a morte não existe, porque se a morte é real, todas as formas de sofrimento são reais e Deus está morto. Além disso, se o pecado é real, significa que uma parte de Deus se separou de Deus, o que quer dizer que Deus não pode existir. Deus e Seu Filho não podem estar separados.

Assim, Jesus pegou a testemunha mais convincente da realidade desse mundo e mostrou que ela não tinha poderes sobre ele. Esse é todo o significado de sua vida, sua missão, e sua função. Vencer a morte é mostrar que a morte não é real, que a sua causa aparente também não é real, portanto, nós nunca nos separamos de nosso Pai. Esse é o desfazer da separação, O Curso fala do Espírito Santo como o princípio da Expiação. No momento que a separação pareceu ocorrer, Deus colocou o Espírito Santo em nós, o que desfez a separação. Esse é o princípio, mas o princípio tinha que ser manifestado no mundo. E Jesus foi aquele que manifestou o principio da Expiação através da sua própria vida, sua morte e sua ressurreição.

Mais uma vez, para nos beneficiarmos com Um Curso em Milagres não é necessário que acreditemos em Jesus como nosso salvador pessoal, nosso Senhor, ou sejam quais forem as palavras que possamos escolher. Contudo, em algum nível, temos que aceitar o fato de que a ressurreição é algo que poderia ter acontecido, mesmo que não acreditemos em Jesus. Em última instância, não podemos aceitar o Curso, a menos que também aceitemos o fato de que a morte é uma ilusão. Não precisamos fazer isso de imediato, e não temos que integrar isso completamente em nossas vidas, porque no momento em que o fizermos, não estaremos mais aqui. Essa é a meta. Mas, como uma idéia intelectual, temos que reconhecê-la como uma parte essencial de todo o sistema.

P: Quando você diz que não estaremos mais aqui, quer dizer que vamos morrer?

R: Bem, de fato, quer dizer que nós não precisamos estar aqui para a nossa própria Expiação; eventualmente teremos servido ao propósito de estarmos aqui. Quando tivermos realizado esse propósito, podemos deixar esse corpo e voltar para Casa. Esse é um pensamento bom, não uma coisa ruim como usualmente o consideramos.

Esse princípio de causa e efeito também funciona em termos de perdão e Jesus nos oferece algumas das melhores demonstrações disso. Pensem mais uma vez naquele exemplo no qual eu estou sentado aqui e vem alguém e me ataca. Se eu não estiver na minha mente certa, verei essa pessoa como a causa do meu sofrimento. O meu sofrimento, portanto, será o efeito do pecado daquela pessoa. A minha reação como alguém que foi ferido, reforçará o fato de que essa pessoa pecou. Se eu estiver na minha mente certa, darei a outra face, o que nesse sentido significa demonstrar para aquela pessoa que o seu pecado contra mim não teve nenhum efeito porque eu não fui ferido. Cancelando o efeito, estou também cancelando a causa. Isso é o verdadeiro perdão.

Jesus nos deu esse exemplo, não só através da sua ressurreição, mas em várias ações no fim da sua vida. Isso é apresentado em um subtítulo que tem muita força no texto chamado “A mensagem da crucificação” (T-6.I). As pessoas estavam atacando Jesus, humilhando-o, zombando dele, insultando-o e finalmente o mataram. Pecando contra ele, pareciam estar causando o seu sofrimento. O fato de Jesus não os atacar de volta, mas continuar amando-os e perdoando-os, foi a sua forma de dizer que seu pecado contra ele não tinha qualquer efeito, portanto, eles não haviam pecado. Tinham apenas cometido um erro. Tinham meramente pedido ajuda. E foi assim que Jesus perdoou os nossos pecados, não apenas durante a sua vida, mas certamente em sua ressurreição. A sua ressurreição dizia claramente que o pecado que o mundo havia cometido ao assassiná-lo não havia tido efeito. Ele ainda está conosco, portanto, eles não podiam tê-lo morto, o que significa que não pecaram.

Apenas olharam para o seu ‘pecado’ de modo errado. Esse é o plano de perdão do Espírito Santo descrito pelo Curso. Você desfaz a causa mostrando que ela não teve efeito algum.

A coisa mais difícil em todo o mundo é responder ao ataque com perdão. No entanto, é essa a única coisa que Deus nos pede. E também a única coisa que Jesus nos pede. E, o que é bonito, ele não apenas nos deu o exemplo perfeito de como isso deve ser feito, mas permaneceu dentro de nós para ajudar-nos a fazer a mesma coisa. Não é possível respondermos assim aos ataques do mundo se não soubermos que há alguém dentro de nós que nos protege, nos ama e nos consola, pedindo que compartilhemos o seu amor com a pessoa que nos está atacando. Não podemos fazer isso sem a sua ajuda. E esse é o apelo que Jesus faz uma e outra vez em Um Curso em Milagres—que aceitemos a sua ajuda para perdoarmos.

P: Assim, isso significa que quando perdoamos verdadeiramente uma outra pessoa depois de termos sido atacados, não é o nosso ego que perdoa, mas nós nos ‘tornamos’ a manifestação do Espírito Santo e é Ele que perdoa?

R: É. Quando Jesus diz no Curso que ele é a manifestação do Espírito Santo, quer dizer que ele não tem nenhuma outra Voz. O Espírito Santo é descrito como a Voz por Deus. Deus não tem duas vozes. Jesus não tem mais ego, portanto, a única outra Voz disponível para ele é a do Espírito Santo, e ele é a manifestação Disso. Na medida em que podemos nos identificar com ele, e nos unir a ele para compartilharmos a sua percepção do mundo (a visão de Cristo), nós também nos tornamos manifestações do Espírito Santo, e a nossa voz será a Sua Voz. Assim, toda a vez que abrirmos a nossa boca para falar, será a Sua Voz que será ouvida. E é realmente isso que Jesus nos pede.

Uma das frases mais bonitas no Curso é a introdução à quinta revisão no livro de exercícios (L-pI.rV.9:2-3). Esse é um dos poucos lugares no Curso em que Jesus fala de si mesmo. Parafraseando, a passagem seria: “Eu preciso dos teus olhos, das tuas mãos, dos teus pés. Preciso da tua voz através da qual eu salvo o mundo.” Isso significa que sem a nossa ajuda, ele não pode salvar o mundo. E isso que ele quer dizer no texto quando diz: “Preciso de ti tanto quanto precisas de mim” (T-8.V.6:1O). A Sua Voz não pode ser ouvida no mundo a menos que venha através de nós, porque ninguém pode escutá-la de outro modo. Ela tem que vir através de formas e corpos específicos nesse mundo para que outros corpos possam ouvi-la. De outro modo, será sempre uma abstração simbólica que significa muito pouco. Ele precisa que deixemos o nosso ego de lado o suficiente para que ele possa falar através de nós. Existe uma oração maravilhosa do cardeal Newman que termina assim: “E, ao olharem para cima, que eles não vejam a mim, mas só Jesus.” Quando as pessoas nos ouvem falar, que elas não ouçam as nossas palavras, mas só as dele.

Não é necessário uma identificação pessoal com Jesus como uma pessoa histórica, alguém que foi crucificado e “ressurgiu dos mortos”. Nem sequer é necessário que nos identifiquemos com ele como o autor do Curso ou como nosso professor. Contudo, é necessário perdoá-lo. Se não o fizermos, estamos guardando algo contra ele, que estamos realmente guardando contra nós mesmos. Ele não pede que o tomemos como nosso professor pessoal. Ele pede apenas que olhemos para ele de um modo diferente e não o responsabilizemos pelo que outras pessoas fizeram dele. Em um certo ponto no Curso, o Espírito Santo diz: “Alguns ídolos amargos foram feitos dele que apenas queria ser um irmão para o mundo” (E-5.5:7). Assim como Freud disse: “Eu não sou um freudiano,” Jesus poderia dizer: “Eu não sou um cristão”. Nietzsche disse que o último cristão morreu na cruz, o que infelizmente é provável que seja verdade.

Resumindo, podemos recordar as palavras de Jesus em Um Curso em Milagres, que o tomemos como nosso modelo para aprendermos (T-5.II.9:6-7; 12:1-3; T-6.in.2:1; T-6.I.7:2; 8:6-7). Isso certamente não significa que precisamos ser crucificados como ele foi, mas que nos identifiquemos com o significado da sua morte; o que quer dizer que quando formos tentados a nos sentirmos mal tratados, as vítimas inocentes do que o mundo fez a nós, devemos recordar o exemplo de Jesus e pedir a sua ajuda. Aos olhos do mundo, ele era sem dúvida alguma uma vítima inocente, contudo, essa não foi uma percepção compartilhada por ele. Portanto, ele nos pede, usualmente em condições muito menos extremas do que ele em sua vida, que nos lembremos que só podemos ser vítimas dos nossos pensamentos, e que a paz e o Amor de Deus que são a nossa verdadeira Identidade jamais serão afetados pelo que os outros fazem ou parecem fazer conosco. Essa lembrança é a base do perdão e o propósito de Um Curso em Milagres é que aprendamos isso. [Kenneth Wapnick]Link

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Julgando quem?

Nós nos sentimos perseguidos, pois temos o medo inconsciente da vingança de Deus, e julgamos sempre baseados num aprendizado passado. Olhamos para tudo e todos com opiniões formadas nesse aprendizado, nas nossas experiências. Nossos relacionamentos, portanto são baseados na desconfiança, no famoso "confiar, desconfiando.” Só há uma chance, e também uma forma de não nos desgastarmos com as mudanças que pretendemos fazer nesses aprendizados passados e viciados: entregar os julgamentos e opiniões ao Espírito Santo! Ele fala por Deus, possui Sabedoria de Deus.

Essa entrega que precisa ser treinada, torna nossas vidas muito mais leves. Julgar é o papel Dele, não o nosso. Ele faz isso sem esforço, sem desgaste e então isso nos tornará leves e felizes. No entanto, isso tem que ser experimentadoapenas na experiência podemos averiguar essa felicidade. Com a ajuda do Espírito Santo, nosso olhar apagará a ideia de dualidade, ou seja, não estaremos mais apontando características boas e ruins em cada um de nossos irmãos. Junto ao Espírito Santo, estaremos acima desses julgamentos, na não-dualidade. Obviamente, isso requer bastante treino.

Sugerimos que você comece, por exemplo, perguntando a si mesmo: “Como será que o Espírito Santo julgaria tal pessoa?”

O seu julgamento pode ser o de que ela seja arrogante, intempestiva, carente, falsa, agressiva ou malvada... Mas se você entregar essa pessoa a Ele, para que Ele a julgue, e conseguir ouvir Sua Resposta, perceberá que difere gritantemente da sua.

O Espírito Santo tem os ensinamentos de Deus “na ponta da língua”: aquele que não está estendo amor, está pedindo amor. Isso é o mesmo que dizer que aqueles nossos irmãos que estão nos atacando, estão implorando por amor.

  • “Aplicando a interpretação que o Espírito Santo faz das reações dos outros cada vez mais consistentemente, ganharás uma consciência crescente de que os Seus critérios são igualmente aplicáveis a ti. Pois reconhecer o medo não é suficiente para escapares dele, embora o reconhecimento seja necessário... Tendo ensinado a só aceitar nos outros pensamentos amorosos e a considerar todas as outras coisas como um pedido de ajuda, Ele te ensinou que o medo em si mesmo é um pedido de ajuda... Se não protegeres o medo, ele vai interpretá-lo... Pois o medo é um pedido de amor, em reconhecimento inconsciente do que foi negado.”[UCEM-T-12.I.8:1-2,7,12-13]

A dinâmica do julgamento segue a seguinte ordem: nossos julgamentos em relação aos outros são precedidos pelo julgamento de nós mesmos. Seguindo os ditames do ego, nós primeiro acreditamos que existe algo profundamente errado conosco porque produzimos e manifestamos um sonho dentro de nós, cujo conteúdo afirma: “Eu alcancei a separação do meu Criador e Fonte.” Então horrorizados pela culpa em relação a tal malfeito, nós buscamos escapar da dor, primeiro negando que ela está em nós mesmos, e depois, projetando-a, tornando alguém mais culpado daquilo de que nos acusamos. Portanto, o pensamento desonesto é nossa autoacusação, e o ato desonesto é nossa acusação e julgamento do outro. Ao darmos o veredicto de culpa ao nosso irmão, nós meramente reforçamos a culpa que primeiro tornamos real dentro de nós. Isso, inevitavelmente leva ao fim da paz. (Wapnick,2008)

(trechos de Um guia para o perdão)

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Algumas palavras...

Como Kenneth Wapnick diz abaixo, o termo Espírito Santo é descrito no UCEM de forma metafórica, ou seja, metáforas tem sempre sentido figurado, e portanto esta é a linguagem do Curso. Porém, esse elemento Sábio em todos nós, tem muitos outros nomes nas várias tradições religiosas, espíritas e metafísicas, tais como: EU Superior, Krishna, Mente Supraconsciente, assim como outros nomes citados abaixo por ele... Não tem a menor importância de como chegamos a acessar, isto não mudará Sua intrínseca Presença. (Lena Rodriguez)

(*)Espírito Santo: a Terceira Pessoa da Trindade que é metaforicamente descrita no Curso como a Resposta de Deus à separação; o Elo de Comunicação entre Deus e Seus Filhos separados, fazendo uma ponte sobre a brecha entre a Mente de Cristo e a nossa mente dividida; a memória de Deus e Seu Filho que trouxemos conosco no nosso sonho; Aquele Que vê nossas ilusões (percepção), conduzindo-nos através delas à verdade (conhecimento); a Voz por Deus, o Que fala por Ele e pelo nosso Ser real, lembrando-nos da Identidade Que esquecemos; também denominado como a Ponte, o Consolador, o Guia, o Mediador, o Professor e o Tradutor. (Introdução Básica a Um Curso Em Milagres – Kenneth Wapnick, 1993)

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7 de abril de 2012

Um encontro santo...


Um encontro santo é a união com outras pessoas que nós pensamos estarem fora de nós, porque pensamos que estão fora de nossa mente. Realmente representa uma união ou reunião conosco mesmos. Unir-se é desfazer a dinâmica da separação que pensamos acontecer entre nós e nossos irmãos. Não existe maneira de entender isso sem primeiro unir-se ao Espírito Santo.

Portanto, ninguém está na nossa vida por acaso. Mas, temos que ir além dessa compreensão. Estamos nos conscientizando de que nossas mentes criam tudo em nossas vidas. "Não há nada fora de ti"(UCEM-T-18.VI.1:1).

  • Gary: As pessoas que me causam problemas aparecem porque eu quero?
  • Pursah: Não se engane; você quer que elas estejam lá, sem exceção. Elas são seus bodes expiatórios. Se você apenas pudesse se lembrar desse fato da próxima vez em que uma pessoa colérica aparentemente real apertar seus botões, então poderá segurar sua língua, pensar com o Espírito Santo e mudar sua mente (Renard,pag.169)

Aceitar que as situações e as pessoas que amamos e estão à nossa volta são "criações das nossas mentes" não é muito dificil. Mas,
aceitar que criamos as que nos aborrecem ou desafiam, não é tão fácil. De certa forma, é "fácil" nos sentirmos em Unicidade com aqueles a quem amamos, o que não acontece com aqueles de quem não gostamos, ou que nos confrontam de alguma maneira.

Isto não significa que somos responsáveis pelo que as outras pessoas fazem. Mas
significa que somos responsáveis pela forma que reagimos ou como percebemos o que as outras pessoas fazem. Não podemos dirigir as atitudes, comportamentos e pensamentos das outras pessoas, mas definitivamente podemos mudar a nossa maneira de olhar para tudo isso. Esta é uma distinção extremamente importante.

É necessário que nos conscientizemos de que este é o
nosso sonho, no sentido de que temos que assumir a responsabilidade por nossas reações e percepções, que dependem do guia que escolhemos: o ego ou o Espírito Santo. (trechos do livro: Um guia para o perdão)

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Relacionamentos...


Relacionamentos são a oportunidade de praticarmos o perdão a nós mesmos, a grande oportunidade de aprendermos a nos amarmos legitimamente, ou seja, inteiramente. A grande verdade é que os nossos irmãos são os nossos amigos, são a extenção da Mente de Deus, exatamente como nós. Os relacionamentos (todos eles) tem um propósito quando dados ao Espírito Santo. “Seja quem for que venha, foi enviado” (Suplemento ao UCEM-P-3.III.6:6).

Todo os encontros são santos, pois é um Filho de Deus encontrando outro. Não existem acasos, todas as pessoas que encontramos, mesmo simplesmente por passarmos por elas, compartilham conosco uma oportunidade do que o UCEM chama de “encontro santo.”

  • Muitas pessoas virão até nós com a dádiva da cura se assim escolhermos. O Espírito Santo nos oferecerá infinitas oportunidades para alcançarmos nossa própria salvação por meio dos nossos salvadores – nossos irmãos. Ao recebermos as dádivas das mãos daqueles que nos são enviados, estabelecemos com eles uma relação recíproca e desencadeante de milagres. Por mais difícil que isso possa nos parecer, podemos chamar de dádivas de dificuldades que eles nos causam. O milagre é o pensamento corretivo que vai olhar para essas dificuldades como oportunidade de praticarmos o perdão.

O pensamento corretivo, ou milagre, não vai negar que sofremos um dano no nível do mundo, mas fará com que olhemos além desse dano, para a verdadeira motivação que uma pessoa teve para nos ferir: o que não é amor é medo, ou, como vimos, um pedido de amor. (trechos do livro: Um guia para o perdão)

Lembrando que o conceito de perdão aqui não se trata daquele que aprendemos, mas olhar para a pessoa de quem sofremos o dano, como se a estivéssemos vendo-a pela primeira vez, apenas mudar o foco e para isto podemos recorrer a ajuda do Espírito Santo em todos nós... Nossa Mente aprenderá a ter essa atitude automaticamente e faremos a feliz troca da mente errada do ego, pela Mente Certa do AMOR!

Nessa entrega poderemos sentir a Paz resultante dessa escolha!

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O universo é um sonho...


No entanto, só suspeitar que este universo é um sonho está muito longe de realmente percorrer o caminho todo e despertar.

Você já teve um sonho que estava certo que era real? E se fosse incapaz de acordar daquele sonho? Como saberia a diferença entre o mundo de sonhos e o mundo real?

  • Até despertar, você não poderia realmente saber que está apenas sonhando.

Sonhos são coisas enganosas. Quer você esteja disposto a aceitar a responsabilidade por eles ou não, sonhos sempre são apenas o que você pediu que eles fossem.

Sonhos são truques com que nos iludimos a nós mesmos, por meio dos quais fizemos um mundo que parece estar sendo feito a nós em vez de por nós.

Sonhos são o conteúdo latente de nossas mentes, projetando para fora. Projetando esse conteúdo para fora, fazemos com que ele pareça separado de nós.(...)

(trechos do livro: O Universo é um sonho)

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6 de abril de 2012

Uma Feliz Páscoa a todos!

Rosa de Jericó (Selaginella pilifera)
planta da ressurreição

Essa planta chamada de Rosa de Jericó ou planta da Ressurreição nasce em regiões desérticas.Quando ela “sente” que as condições de umidade e de nutrientes estão muito deficientes, se enrola como uma bola, se desenraíza do solo e torna-se “vulnerável e entregue” aos ventos do deserto para que a levem para algum lugar mais propício. Quando ela “sente” que o lugar onde “aportou” tem condições de umidade e de sobrevivência propícias, ela começa a florescer novamente, como num renascimento, numa ressurreição. Ela se abre, deposita suas sementes, que germinam. Se o “sensor” da planta “perceber” que ali ainda não é o melhor lugar para seu pleno florescimento, ela repete o processo de desenraizar-se, de enrolar-se, de “morrer” e entregar-se aos ventos até encontrar o melhor lugar. Essa planta pode ficar mais de 30 anos como “morta” e se as condições de umidade e alimento surgirem, ela renasce, se enraíza, germina.

Nessa Páscoa, cujo significado é morte e ressurreição, que possamos todos morrer para as ilusões do ego e ressurgir para a Verdade, nossa Real Natureza, nosso Espírito Santo (são, puro e perfeito), atributos e nossa semelhança com Deus!

Lena Rodriguez

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Negação e projeção

Por Kenneth Wapnick

Eu acho que devo dar uma mãozinha a Freud, que tem recebido más críticas nos dias de hoje. As pessoas gostam muito de Jung e dos psicólogos não tradicionais, e com certa razão, mas Freud foi varrido para o pano de fundo. Contudo, a compreensão básica do ego no Curso se baseia diretamente nos ensinamentos de Freud. Ele era um homem brilhante, e se não fosse por Freud, Um Curso em Milagres não teria existido. O próprio Jung nos diz, apesar de todos os problemas que tinha com Freud, que ele estava sendo levado nas costas de Freud. E isso é verdade para todas as pessoas que vieram depois de Freud. Freud descreve de modo muito sistemático e muito lógico exatamente como o ego funciona.

Deixe-me apenas mencionar que Freud usa a palavra ‘ego’ de um modo diferente daquele usado pelo Curso. No Curso, ‘ego’ é usado basicamente com a mesma conotação que existe no Oriente. Em outras palavras, o ego é o ser com letra minúscula. Para Freud, o ego é apenas uma parte da psiquê, que consiste do id (o inconsciente), o superego (o consciente), e o ego, que é a parte da mente que integra tudo isso. O Curso usa a palavra ‘ego’ de formas que seriam basicamente equivalentes a psiquê total de Freud. Vocês simplesmente tem que fazer essa transição para trabalhar com o Curso.

Incidentalmente, o único erro de Freud foi monumental! Ele não reconheceu que toda a psiquê era uma defesa contra o nosso verdadeiro Ser, a nossa verdadeira realidade. Freud tinha tanto medo da sua própria espiritualidade que ele teve que construir todo um sistema de pensamento que era virtualmente impregnável à ameaça do espírito. E ele, de fato, fez exatamente isso. Mas foi brilhante ao descrever como a psiquê ou o ego trabalha. O seu erro, mais uma vez, foi não reconhecer que a coisa toda era uma defesa contra Deus. Basicamente, o que nós dissemos hoje a respeito do ego está baseado no que Freud havia dito. Nós todos temos para com ele um tremendo débito de gratidão. Particularmente notáveis foram as contribuições de Freud na área dos mecanismos de defesa, ajudando-nos a compreender como nos defendemos contra toda a culpa e medo que sentimos.

Quando vamos ao ego em busca de ajuda, abrimos um livro de Freud e achamos duas coisas que nos vão ajudar muito. A primeira é repressão ou negação. (O Curso nunca usa a palavra ‘repressão’; ele usa a palavra ‘negação’. Mas vocês podem usar uma ou outra.) O que fazermos com essa culpa, esse senso de pecado, e com todo esse terror que sentimos é fazer de conta que não existem. Nós apenas os empurramos para o fundo, fora da consciência, e esse empurrar para baixo é conhecido como repressão ou negação.

Apenas negamos a sua existência para nós mesmos. Por exemplo, se estamos com muita preguiça de varrer o chão, varremos a sujeira para baixo do tapete e então fazemos de conta que não está ali; ou um avestruz que quando tem medo apenas enfia a cabeça na areia para não ter que lidar com o que o ameaça tanto, nem sequer se defrontar com isso. Bem, isso não funciona por razões óbvias. Se continuamente varremos a sujeira para baixo do tapete, ele vai ficar cheio de caroços e nós eventualmente vamos tropeçar, enquanto o avestruz pode se ferir muito continuando com a sua cabeça virada para baixo.

Mas, em algum nível, sabemos que a nossa culpa está lá. Assim, vamos ao ego mais uma vez para lhe dizer que “negar foi ótimo, mas você vai ter que fazer alguma outra coisa. Esse negócio vai subir e eu vou explodir. Por favor, ajude-me.” E aí o ego diz: “Eu tenho a coisa certa para você.” Ele nos diz para procurar na página tal e tal na Interpretação dos Sonhos de Freud e lá nos achamos o que se conhece como projeção. Provavelmente não há nenhuma idéia em Um Curso em Milagres que seja mais crítica para a nossa compreensão do que essa. Se vocês não compreenderem a projeção, não compreenderão única palavra no Curso, nem em termos de como o ego funciona, nem em termos de como o Espírito Santo vai desfazer o que o ego tem feito. Projeção muito simplesmente significa que você tira alguma coisa de dentro de si mesmo e diz que realmente isso não está aí; está fora de você, dentro de outra pessoa. A palavra em si literalmente significa jogar fora, atirar algo a partir de, ou em direção a alguma outra coisa ou pessoa, e isso é o que todos nós fazermos na projeção. Nós tomamos a culpa ou o pecado que acreditamos estar dentro de nós e dizemos: Isso não está realmente em mim, está em você. Eu não sou culpado, você é culpado. Eu não sou responsável por ser miserável e infeliz, você sim é culpado pela minha infelicidade. Do ponto de vista do ego, não importa quem seja o ‘você’. Para o ego, não importa em cima de quem você projeta, contanto que ache alguém para descarregar a sua culpa. É assim que o ego nos diz para nos livrarmos da culpa.

Uma das melhores descrições que eu conheço desse processo de projeção se encontra no Velho Testamento, no Levítico, onde é dito aos filhos de Israel o que fazer no dia do perdão, Yom Kippur. Eles devem reunir-se e no centro do campo está Arão que, como Sumo Sacerdote, é o mediador entre o povo e Deus. Ao lado de Arão está um bode e Arão coloca a sua mão sobre o bode e simbolicamente transfere todos os pecados que o povo acumulou durante todo o ano para esse pobre bode. Eles, então, chutam o bode para fora do campo. Esse é um relato perfeito e gráfico do que é exatamente a projeção e, como não poderia deixar de ser, é daí que vem a expressão ‘bode expiatório’.

Assim, tomamos os nossos pecados e dizemos que eles não estão em nós, estão em você. Com isso colocamos uma distância entre nós mesmos e nossos pecados. Ninguém quer estar perto de seus próprios pecados, e assim nós os tiramos de dentro de nós e os colocamos em outra pessoa e depois banimos essa pessoa de nossa vida. Há duas formas básicas de fazermos isso. Uma é nos separarmos fisicamente dela; a outra é nos separarmos psicologicamente. A separação psicológica é realmente a mais devastadora e também a mais sutil.

O modo de nos separarmos de outras pessoas, uma vez tendo colocado nossos pecados sobre elas, é atacá-las ou ficar com raiva. Qualquer expressão da nossa raiva—seja na forma de um leve toque de aborrecimento ou fúria intensa (não faz nenhuma diferença; elas são a mesma [L-pI.21.2:3-5J)— é sempre uma tentativa de justificar a projeção da nossa culpa, não importa qual pareça ser a causa da nossa raiva. Essa necessidade de projetar a nossa culpa é a raiz da causa de toda a raiva. Você não tem que concordar com o que as outras pessoas dizem ou fazem, mas no minuto em que experimenta uma reação pessoal de raiva, julgamento ou crítica, isso vem sempre porque você viu naquela pessoa alguma coisa que negou em Si mesmo. Em outras palavras, você está projetando o seu próprio pecado e culpa naquela pessoa e os ataca lá. Mas dessa vez, você não os está atacando em si mesmo, e sim naquela outra pessoa, que você quer tão longe quanto possível. O que você realmente quer fazer é conseguir que o seu pecado fique tão longe de si mesmo quanto possível.

Uma das coisas interessantes quando alguém lê o Velho Testamento, especialmente o Levítico ou terceiro livro da Tora, é ver como os filhos de Israel eram minuciosos em suas tentativas de identificar as formas de sujeira que estavam a sua volta e como deveriam manter-se separados de todas elas. Há passagens bastante detalhadas descrevendo o que é a sujeira, seja nas qualidades das pessoas, nas formas da própria sujeira ou em certas pessoas por si mesmas. Depois, explica-se como os filhos de Israel deveriam manter-se separados dessas formas de sujeira. Quaisquer que sejam as outras razões que podem ter estado envolvidas, um significado central desses ensinamentos era a necessidade psicológica de tirar a sua própria sujeira de dentro de você e colocá-la do lado de fora em outra pessoa, e depois separar-se daquela pessoa.

Quando se tem essa compreensão é interessante entrar no Novo Testamento e ver como Jesus era contra isso. Ele abraçou todas as formas de sujeira que as pessoas tinham definido e viam como parte essencial de sua religião manterem-se separadas daquilo tudo. Ele fazia questão de abraçar os elementos sociais identificados pela lei judaica como proscritos, como se estivesse dizendo: “Você não pode projetar a sua culpa nas outras pessoas. Você tem que identificá-la em si mesmo e curá-la onde ela está.” E por isso que Os evangelhos dizem coisas tais como você deve limpar o interior do seu copo e não o exterior; não se preocupe com o argueiro no olho do seu irmão, preocupe-se com a trave no seu; não é o que entra no homem que faz com que ele não seja limpo, mas o que vem de seu interior. O sentido disso e exatamente o mesmo encontrado no Curso: a fonte do nosso pecado não esta fora, mas dentro. Mas a projeção busca fazer com que vejamos nossos pecados fora de nós, procurando então resolver o problema do lado de fora de modo que nunca possamos perceber que o problema esta dentro da gente. Quando vamos ao ego em busca de ajuda e dizemos: “Ajude-me a me livrar da minha culpa,” o ego diz: “Está bem, o meio de você se livrar da sua culpa é em primeiro lugar reprimi-la, depois projetá-la para outras pessoas. E assim que você se livra da sua culpa.” O que o ego não nos diz é que projetar a culpa é um ataque e é a melhor maneira de conservarmos a culpa. O ego não é nenhum tolo: ele quer que continuemos culpados. Deixem-me explicar essa idéia brevemente porque ela é também uma das idéias centrais para compreendermos os conselhos do ego.

Um Curso em Milagres nos fala da “atração da culpa” (T-19.IV-A.10-17). O ego é muito atraído pela culpa, e os seus motivos são óbvios uma vez que você se lembre do que ele é. A explicação racional do ego para os seus conselhos de negação e projeção é a

seguinte: o ego não é nada mais do que uma crença, a crença segundo a qual a separação é real. O ego é o falso ser que aparentemente passou a existir quando nós nos separamos de Deus. Portanto, enquanto acreditarmos que a separação é real, o ego continua em cena. Uma vez que acreditarmos que não há nenhuma separação, então o ego está terminado. Como nos diz o Curso, o ego e o mundo que ele fez desaparecem no nada de onde ele veio (M-l3.1:2). O ego não é nada realmente. Enquanto acreditarmos que aquele pecado original ocorreu, que o pecado da separação é real, estamos dizendo que o ego é real. É a culpa que nos ensina que o pecado é real. Qualquer sentimento de culpa é sempre uma declaração que diz: “Eu pequei”. E o significado último do pecado é que eu me separei de Deus. Portanto, enquanto eu acreditar que o meu pecado é real, sou culpado. Quer eu veja o meu pecado em mim ou em outra pessoa, estou dizendo que o pecado é real, e que o ego é real. O ego, portanto, tem interesse em nos manter culpados.

Sempre que o ego seja confrontado com a impecabilidade, ele vai atacá-la, pois o maior pecado contra o sistema de pensamento do ego é ser sem culpa. Se você é sem culpa, você também é sem pecado, e se você é impecável, não há ego. Há uma frase no texto que diz: “Para o ego, os que não tem culpa são culpados” (T-13.II.4:2), porque ser sem culpa é pecar contra o mandamento do ego: “Tu serás culpado”. Se você não tem culpa, você então passa a ser culpado por não ter culpa. Essa, por exemplo, foi a razão pela qual o mundo matou Jesus. Ele nos estava ensinando que somos sem culpa e, portanto, o mundo teve que matá-lo porque ele estava blasfemando contra o ego.

Assim sendo, o propósito fundamental do ego é manter-nos culpados. Mas ele não nos pode dizer isso porque, se o fizer, não vamos prestar nenhuma atenção a ele então ele nos diz que se seguirmos o que ele nos aconselha, ficaremos livres da nossa culpa. E o modo de conseguirmos isso, mais uma vez, é negar a sua presença em nós, vê-la em alguma outra pessoa e depois atacar essa pessoa. Assim ficaremos livres da nossa culpa. Mas, o que ele não nos diz é que atacar é o melhor meio de nos manter culpados. Isso e verdade porque, como declara um outro axioma psicológico, sempre que você ataca uma pessoa qualquer, seja na sua mente ou de fato, você se sentirá culpado. Não há forma alguma de ferir qualquer um, seja em pensamento ou atos, que não acarrete sentimentos de culpa. Você pode não experimentar a culpa—por exemplo, psicopatas não experimentam a própria culpa—mas isso não significa que em um nível mais profundo não se sintam culpados.

Nesse ponto, o que o ego faz, e de modo muito astuto, é estabelecer um ciclo de culpa e ataque através do qual quanto mais culpados nos sentimos, maior será a nossa necessidade de negar a culpa em nós mesmos atacando uma outra pessoa por isso. Contudo, quanto mais atacamos um outro, maior será a nossa culpa pelo que fizemos, pois em algum nível reconhecemos que atacarmos aquela pessoa falsamente. Isso só nos fará sentir culpa e manterá a coisa toda indefinidamente. É esse ciclo de culpa e ataque que faz o mundo girar, não é o amor. Se alguém lhe diz que o amor faz o mundo girar, esse alguém não sabe grande coisa sobre o ego. O amor é do mundo de Deus e é possível refletir esse amor neste mundo. Todavia, neste mundo o amor não tem lugar. O que tem lugar é culpa e ataque, e é essa a dinâmica que está tão presente em nossas vidas, seja a nível individual, ou seja a nível coletivo.

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