(A CURA HAWAIANA)
Desde pequena sabia que era portadora de um segredo, sabia que obteria tudo que desejasse. Mas tinha a crença de que teria que trabalhar muito para conseguir, que tudo teria um preço, e esse preço seria muito caro.
Logo consegui tudo o que alguém poderia desejar materialmente e emocionalmente falando: casa e carros novos, dinheiro para viagens, compras, um marido que me adorava e dois filhos sadios e preciosos. Entretanto eu não era feliz, pelo contrário era muito irritada.
Um dia vi que meu filho maior, Jonathan, estava com o mesmo comportamento, com a mesma irritação que eu sentia. Isso foi um golpe muito grande para mim, fez com que eu despertasse e sentisse que deveria fazer algo a respeito. Aquilo teria que parar. Nesse momento comecei minha busca. Meu primeiro seminário foi sobre o tema Irritações, com o Dr. Hill, a quem fiquei imensamente grata por tudo que me ensinou. Em seguida pratiquei yoga e visualizações com a Anna, o que me permitiu entrar em contato com o poder incrível que temos em nosso interior, capaz de criar e atrair aquilo que queremos. Experimentei mudança mais radical quando uma amiga me emprestou um livro de metafísica incrível. Este livro de fato me despertou. Falava muito de Jesus, e eu apesar de ser judia, senti-me muito bem o lendo. Na verdade não conseguia me soltar do livro e queria lê-lo inteiro num único dia.
Comecei a praticar as técnicas mencionadas no livro e constatei que funcionavam. Tive mais uma vez a confirmação de que o poder de mudança estava dentro de mim mesma e que não dependia de nada nem de ninguém. Então vi que tinha descoberto algo grande, muito grande. E meu coração começou a pulsar diferente, estava feliz como nunca estivera antes, uma felicidade impossível de descrever em palavras.
Então após experimentar vários caminhos cheguei ao Ho’oponopono, uma arte hawaiana muito antiga que nos ensina a resolver nossos problemas. Graças a essa arte descobri que a vida pode ser fácil, muito mais fácil do que jamais tinha imaginado.
Depois de muito procurar acabei descobrindo meu caminho, que me permite estar em paz no meio da tempestade, sentir-me livre independentemente do que estiver ocorrendo ao meu redor ou do que os outros estejam falando ou fazendo. É por isso que decidi compartilhar com vocês o que aprendi até agora através deste pequeno livro. Estou muito agradecida por essa oportunidade.
Uma vez um professor contou-me a historia hawaiana da criação do mundo. Segundo essa historia quando Deus criou a terra e pôs nela Adão e Eva, disse-lhes que estavam no paraíso, que não deveriam preocupar-se com nada, que tudo de que necessitassem lhes seria provido. Também lhes disse que lhes daria um presente, a oportunidade de escolher se queriam tomar suas próprias decisões, e nesse caso lhes daria o livre arbítrio.
Então Deus criou a árvore das maçãs e disse-lhes:
-“Isso se chama pensar. Vocês não necessitam de pensar. Eu posso prover todas suas necessidades. Não devem preocupar-se, mas podem escolher se ficam comigo ou se tomam seu próprio caminho”.
E assim eles escolheram comer a maçã, ou seja, decidiram pensar por si mesmos e assumir os riscos. Mas o grande problema não foi comer a maçã, e sim não se fazerem responsáveis e dizer: “Sinto-o”. Foi aí que Adão teve que ir procurar seu primeiro trabalho.
Tal como Adão, estamos sempre mordendo a maçã, sempre pensando que sabemos mais, que podemos resolver tudo sozinhos com nosso pensamento e não nos damos conta de que existe um caminho bem mais fácil.
Comentário:
A questão do pensamento precisa ser bem explicada. O pensamento é o que difere o homem de outros animais. Deus disse ao casal no paraíso que eles teriam de tudo que necessitassem, e que para isso não precisariam pensar. O que o criador quis dizer era que eles não precisavam se preocupar, ficar pensando com angústia de onde viria a próxima refeição ou aonde iriam se abrigar durante a noite. Disse também a eles que poderiam pensar (assumir a responsabilidade) se quisessem bastando para isso comer a maçã. Quando Adão e Eva comeram a maçã, decidiram-se pelo livre arbítrio, ou seja, pensarem por si mesmos. Porém eles não sabiam ainda como fazer e desconheciam o poder do pensamento, essa que é a força mais poderosa do universo. Sentiram-se inseguros e preocupados, o que levou Adão a sair à procura do primeiro trabalho. Sua mente racional passou a funcionar, e ela lhe dizia que ele deveria trabalhar a fim e prover o seu sustento. Ele desconhecia que bastaria alinhar seus pensamentos ao pensamento de Deus para criar tudo de que necessitava. Bastaria ter fé, assim como as aves dos céus e os lírios dos campos para que fossem supridas todas as suas necessidades. Eles não entenderam e julgaram que teriam que conquistar tudo com suor e esforço.
Desde então a humanidade assim age para conseguir seus intentos: trabalho duro, competitividade, esperteza. Se Adão e Eva não sabiam usar de forma correta o poder do pensamento, tampouco nós o sabemos atualmente, milênios depois. Estamos em busca do paraíso, aquele perdido lá atrás com a mordida na maçã. E essa é a nossa angustia, pois quase sempre procuramos no lugar errado. Por isso que a autora diz que continuamos mordendo a maça, todos os dias, e acreditando conhecer tudo, nos afastamos de nossa originalidade.
Outra coisa que quero explicar que toda essa história de Adão e Eva é figurativa e simbólica. Sabemos pela teoria da evolução da espécie que não faz sentido real a historia do primeiro casal, sendo apenas uma alegoria.
Eckhart Tolle, em seu livro O Poder do Agora diz que o ego se identifica com as posses, o trabalho, o nível social, o conhecimento, a fama, mas nenhuma delas é você. Você acha isso aterrador ou é um alívio sabe-lo? Cedo ou tarde você terá que renunciar a todas essas coisas, e saberá que isso irá ocorrer quando a morte se aproximar. A morte é despir-se de tudo que você não é. O segredo da vida é morrer antes de morrer e descobrir que a morte não existe.
O ideal é que você liberte-se de sua mente, daquela voz interna que comenta, especula, julga, compara, queixa-se, aceita, rechaça e assim por diante. A voz não se refere ao seu momento presente, ela está revisando um passado recente ou longínquo, ou então imaginando situações futuras. A vida é uma repetição de lembranças que são como chips, ou uma gravação que toca em nossas cabeças 24 horas por dia. Essas gravações, essas fitas nos dirigem e influenciam sem que nos demos conta. Não podemos evitar que essas gravações existam mas podemos escolher parar de toca-las, como se desligássemos o toca fitas.
Neste livro utilizo certas terminologias e conceitos que desejo esclarecer. Muitos deles se apóiam no Ho’oponopono, a antiga arte hawaiana. No último capitulo detalho técnicas e ferramentas específicas desta arte. Ela nos ensina como desligar o toca-fitas, como parar a gravação em nossa mente, aquelas que não nos servem e que já não funcionam a para nós. Somente quando cessamos essas gravações é que podemos descobrir quem realmente somos e todo o poder que possuímos. Ao apagar, limpar e remover antigas lembranças permitimos que nossos sentimentos sejam transmutados e começamos então a experimentar nosso verdadeiro ser.
O Ho’oponopono é um processo de perdão, arrependimento e transmutação.
Cada vez que utilizamos qualquer de suas ferramentas, estamos assumindo 100% da responsabilidade sob nós mesmos e pedindo perdão (a nós mesmos).
Aprendemos que tudo o que acontece em nossas vidas é projeção de nossa programação mental. Podemos escolher nos posicionar como um observador, observar nossos pensamentos, nossa programação e então libera-la para que se vá. Ou então podemos reagir e nos prender a elas. Todos nós temos um rascunho incorporado e a tecla de deletar, mas nos esquecemos como usa-la.
O Ho’oponopono nos ajuda a recordar o poder que temos de escolher entre apagar (soltar) ou reagir, ser feliz ou sofrer.
É só uma questão de escolha em cada momento de nossas vidas.
Quando no livro menciono “limpar” ou “apagar”, estou me referindo ao uso das técnicas de Ho’oponopono para apagar as lembranças e pensamentos que criam nossos problemas.
Queria também lhes esclarecer que quando menciono a palavra Deus não o estou fazendo absolutamente em seu contexto religioso. Para mim, Deus é essa parte que temos dentro de nós mesmos que sabe tudo, tem todas as respostas. Em realidade não pode ser definido em palavras pois é uma experiência. Também notarão que uso a palavra Deus como sinônimo de Amor. Refiro-me ao Amor Incondicional, aquele que pode curá-lo de tudo. Este é o Amor que tem todas as respostas.
Quando menciono os ensinamentos de Jesus, tampouco o faço em um contexto religioso. O propósito é recordar ao leitor que sempre tivemos mestres que vieram nos despertar para a verdade como, por exemplo, Jesus que falava em dar a outra face, um conceito até hoje difícil de entender. Entretanto quando apagamos em vez de reagir estamos dando a outra face, a face do amor. O liberar em vez de reter e reagir é dar a outra face.
Este breve resumo de alguns conceitos básicos que utilizo e pretendo transmitir tem como finalidade esclarecer meus pontos de partida. Minha esperança é que o leitor encontre neste livro uma fonte de técnicas, ferramentas e sabedoria que lhe permita sentir, tomar decisões e viver com a liberdade, a paz interior e o amor que é patrimônio de todos os seres humanos.
Texto de Mabel - Comentários de Lauro Ribeiro
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Muito legal esse texto.
ResponderExcluirSaberias dizer de que livro é?