17 de agosto de 2007

O verme e a maçã





Qual é a diferença entre meu ego e o meu ser espiritual?

Imagine por um momento que você é uma maça com uma maravilhosa casca brilhante.

Você lustra diariamente sua casca, e fica bonito para o mundo ver. A maça é como as nossas personalidades. Nossas personalidades são cheias de máscaras.

Elas estão cheias de idéias de como deveríamos nos comportar e o que deveríamos fazer.

Estas idéias nos contam que devemos ser bacanas com as pessoas; que não devemos ficar bravos, que devemos ser bem sucedidos, que devemos ser pais amorosos. Elas nos provêem um bilhão de pretensões de como deveríamos ser.

E nós caminhamos através de toda nossa vida pretendendo ser isto. Nós continuamos polindo a fora, mas o núcleo e a essência de quem somos tem um grande verme se enrolando, rastejando dentro. E este verme foi causado pela raiva, depressão, auto-abandono, perda do espírito e perda da verdade de quem somos.

Para o lado de fora da maça estar realmente brilhante – para estar verdadeiramente perfeita, estar realmente luminosa – temos que ir e remover o que não é real.

Este grande verme esteve nadando pela nossa consciência, bloqueando a luz do amor incondicional da nossa raiz ou do nosso centro.

Então as chaves Isha vão e começam a dissolver este verme.

Começa arrancá-lo pedacinho por pedacinho. E assim que os pedacinhos saem, nós podemos ver estas mentiras.

Nós podemos ver as mascaras, podemos ver as falsidades. Nós podemos escutar as vozes que nos seguram na limitação. Na realidade, nós começamos a se conscientizar do ser. E ao mesmo tempo, começamos a nos conscientizar o que não é o ser.

A essência ou a semente de quem nós somos é o Um, que é ilimitado, o imutável amor. E o que nós não somos também fica muito claro. E nos permitimos ser isto e ver através disto.

Permitimos a nós mesmos ser estes pedacinhos de verme que estão presos dentro desta linda maça e nós os expulsamos. Nós expulsamos cada pedacinho que não serve.

A semente ou o amor, que havia se diminuído, novamente começa a brilhar. E a matéria da maça está limpa e tudo sagrado e completo. Então a superfície adota uma nova brilhante luminosidade – que é verdadeira, que é natural – porque abraçou cada aspecto de si mesma. Abraçou cada parte que não queria ver. Esta é a unidade da união.

Eu sempre falo que para ser divina, a pessoa tem de estar disposta a ser 100% humana. Temos que nos dispor a abraçar cada aspecto nosso que julgamos. Nós temos que abraçar a ganância, temos que abraçar o medo. Temos que abraçar o ciúmes. Temos que abraçar a raiva. Temos que abraçar o egoísmo.

Temos que abraçar cada parte que temos escondido embaixo da falsidade da lustrosa pele da maça, para nos tornarmos sagrados e completos.

Uma pessoa iluminada não é uma pessoa boa.

Uma pessoa iluminada não é alguém cede para fora para receber aprovação.

Uma pessoa iluminada não é alguém que abandona sua grandeza para encaixar-se.

Uma pessoa iluminada não é alguém que seja arrogante, ou auto possuída, ou de outras formas mascarada com uma multiplicidade de coisas que nós percebemos como sinais.

Uma pessoa iluminada é simplesmente uma criança inocente que vive cada momento 100%, dando amor a si mesmo e para todos os demais, quem também sabe que é o Ser.

Este é o olho da união.

Este é o olho do Um.

Este é o olho da iluminação.

O olho da personalidade, ou do ego, é só o gordo verme que está correndo por aí, murchando a carne e impedindo a luz emanada da semente. É também muito importante amarmos o verme, porque ele também é o Um.

Texto extraído do Livro "A revolução da Consciência", de Isha. Editora Pensamento.

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